Os tempos em que Deus vivia falando com os homens, fosse diretamente ou com mensagens enviadas através de anjos e profetas, já havia passado. Muitos até consideravam as narrativas antigas como meras alegorias. Alguém que dissesse ter falado com Javé, como os livros diziam que Moisés e Gideão haviam feito, receberia logo o epíteto de doido. Pois bem: mas acontece que Javé resolveu que ia falar com Samuel. Este ainda era menino, e estava dormindo no Tabernáculo, enquanto Eli (que já estava quase cego) dormia em seu quarto, quando ouviu alguém chamando:
— Samuel! Ô, Samuel!
O garoto se levantou e foi ao quarto de Eli:
— Pois não, seu Eli?
— Hum? Hã? Hein? Que foi, moleque?
— O senhor me chamou?
— Eu? Eu? Claro que não! Vai dormir e me deixa em paz, cacete!
— Tá. Desculpe.
— Bah!
Samuel voltou para a cama, resmungando. Provavelmente Eli falara seu nome durante o sono. Enquanto isso, escondido atrás de uma cortina, Javé ria baixinho. Esperou Samuel dormir e retomou a brincadeira:
— Psiu! Ô! Samuel!
Ele acordou e mais uma vez foi ao quarto de Eli.
— O senhor chamou?
— Hein? Porra, Samuel, de novo??? Vai dormir, moleque doido!
Samuel voltou ainda mais indignado. Quando ia se deitar, julgou ouvir um riso abafado. Mas até vozes já andava ouvindo, então começou a encarar o fato de que talvez estivesse mesmo ficando maluco. Já estava quase dormindo quando ouviu a voz outra vez:
— Ô, Samuel! Vem cá!
Dessa vez o menino ficou nervoso, e foi batendo os pés até o quarto de Eli.
— Seu Eli, eu tenho muito trabalho pra fazer amanhã, preciso dormir. Pára de brincadeira besta, porra.
— Brincadeira? Que brincadeira, seu insolente?
— Fica me chamando, aí eu venho até aqui e o senhor diz que não chamou. Perdeu a graça, já.
— Ei, calma! Tô dizendo que não te chamei… Ei. Peraí. Será possível? Não, não, de jeito nenhum… É, mas… Hum…
— Que foi, seu Eli?
— Olha, cê vai dizer que eu tô gagá, mas foda-se: eu acho que talvez seja Javé te chamando.
— Javé? Javé, nosso Deus?
— Não. Javé, o travesti. CLARO QUE É JAVÉ, NOSSO DEUS!
— Sei não, sei não…
— Faz o seguinte: se você ouvir a voz de novo, em vez de vir aqui me encher o saco, apenas responda e veja o que acontece.
— Hum. Tá bom.
Samuel voltou para sua cama, e não demorou para ouvir seu nome novamente:
— Ô, Samuel!
Só que dessa vez ele, seguindo o conselho de Eli, respondeu:
— Oi. É você… Digo, é o SENHOR, Javé?
— Bah. Me descobriu.
— PERAÍ! É JAVÉ MESMO???
— Er… Sim…
— PUTAQUEOPARIU! Opa. Digo, LOUVADO SEJA O TEU NOME, JAVÉ! Puxa, eu não acredito! É Deus falando comigo! UAU!
— Tá, tá, chega! Que moleque deslumbrado, credo. Sou eu, Javé. Sou Senhor dos Exércitos, Criador do Céu e da Terra, Pai Celeste, essa coisa toda. Mas também não precisa tanta veadagem. Vim aqui pra te dizer um negócio…
— Pode dizer, Javé!
— Eu por acaso pedi sua autorização?
— …
— Humpf. É o seguinte: vão acontecer coisas em Israel, coisas tão terríveis que deixarão espantados todos os que delas ficarem sabendo. Vou fazer a Eli tudo o que disse que ia fazer, a parada toda da família e tal.
— Hein?
— Ah, ele não te contou, é? Pois então, vou acabar com toda a descendência de Eli, porque os filhos dele são uns sem-vergonhas e o velho não faz nada a respeito. E agora é tarde: já tomei minha decisão, e sacrifício nenhum vai me fazer mudar de idéia.
— Hum… Que mais?
— Que mais? Xeu ver… Nah, mais nada. Era isso mesmo. Vai dormir, Samuel. A gente se fala depois, com mais tempo.
Javé foi embora, e Samuel pegou no sono depois de algum tempo pensando no que acontecera. No dia seguinte, acordou e começou a exercer suas tarefas. Estava com medo de falar com Eli sobre o que Javé dissera. Mas percebeu que não conseguiria evitar quando o velho mandou chamá-lo.
— Pois não, seu Eli.
— E aí, Samuel? Era Javé mesmo?
— Era.
— Ué… Pra falar comigo ele manda um profeta, com você ele fala diretamente. Estranho… Mas e aí, o que ele disse?
— Ah, nada de mais… Perguntou como eu estava, se gostava do trabalho aqui, essas coisas…
— Moleque, moleque! Não me esconda nada, que Deus o castigue se você não me contar tudo!
— Pô, seu Eli, não é pra tanto…
Então Samuel contou toda a conversa, sem omitir nada. Eli ficou em silêncio por algum tempo, e enfim disse:
— É… Foi isso mesmo o que ele me disse através do tal profeta. Bom, ele é Deus, o que se há de fazer? Paciência…
Samuel ficou triste ao ver a situação em que Eli se encontrava, mas não tanto a ponto de não perceber sua própria situação: se Javé falava com ele diretamente, e se ia matar todos os descendentes de Eli, então era bem provável que ele, Samuel, viesse a ser sacerdote. Não se deixou levar por esse pensamento, porém: continuou fazendo seu trabalho no Tabernáculo normalmente. De vez em quando Deus vinha falar com ele, e nessas ocasiões lhe revelava o que estava para acontecer. O povo começou a observar que tudo o que Samuel dizia acabava acontecendo, e não demorou a perceber que ali estava um verdadeiro profeta. O tempo foi passando, Samuel crescendo e sendo cada vez mais respeitado em Israel.
Javé, nosso deus?
não, Javé o travesti… hahahahaha … tolerância zero!!!
Passei para desejar uma semana iluminada, alegre e feliz!
Bjs!
Déia
Blogs e sites atualizados! Visite-nos!
http://www.menudobrasil.blogger.com.br
http://www.menudobrasil.com
http://www.rickymartinbrasil.com.br
http://biologiaecia.zip.net
Essa foi demais: “não, Javé o travesti…”. Você vai queimar no mármore do inferno…
É…
Primeiro foi a dona que não tinha filho, e topou bêbada com o Eli, e logo ela engravidou, e o “pai” do Samuel resolveu deixar o bebe com o Eli, e vieram com uma história sem pé nem cabeça para justificar tudo.
Agora, os filhos do Eli morrem, Samuel fica sendo o herdeiro do Eli…
Não sei não, acho que o pai dele era o Eli, o Eli resolveu fazer dele seu herdeiro quando soube que os filhos dele iriam morrer por ordem de Jeová, e para não dá muito na vista eles resolveram inventar mais essa história…
Pode até não ser verdade, mas que dá pra desconfiar, isso dá.