Há nove anos eu trabalhava num colégio de padres e passava o dia todo na frente de um computador, às vezes trabalhando, na maior parte do tempo escrevendo ou jogando. Ao meu lado um rádio Toshiba que tenho até hoje, sempre sintonizado na Musical FM, que então tocava MPB. O problema é que os programadores da rádio tinham a irritante mania de revelarem novos talentos da MPB. Jabaculê das gravadoras, é claro. Era um inferno ouvir aquelas musiquinhas chatas, letras cheias de falsa grandeza e pretenso lirismo. Hoje posso dizer na maior felicidade que nenhuma daquelas revelações sobreviveu. Mas na época era um inferno: um monte de compositores que se achavam o Caetano Veloso, um monte de cantoras com a voz da Leila Pinheiro. Então foi com alegria que naquela tarde do dia 8 de dezembro de 1994 recebi a surpresa de ouvir quatro músicas de Tom Jobim em seguida. “O que estará acontecendo?”, pensei, “Resolveram ter bom gosto, os malditos?”.
Não, não era um surto de bom gosto: Antonio Carlos Jobim havia morrido naquela manhã, em Nova Iorque, quando se reestabelecia de uma cirurgia à qual se submetera para tirar um tumor da bexiga. A seqüência de músicas do maestro era um tributo, logo depois veio alguma coisa da “nova geração”.
Eu não ouvia mais, no entanto: saí andando pelos corredores do colégio — vazios nas férias escolares — chorando e assoviando “Chega de Saudade”. Eu não conseguia aceitar que Tom houvesse morrido.
Mesmo hoje, nove anos depois, ainda não acredito. É muito triste este mundo sem o Tom Jobim. Muito triste.
“Chega de Saudade” canta sobre a saudade de um rapaz por uma moça. Mudem os artigos e o gênero das palavras (principalmente nos primeiros versos), e lá estará uma bela poesia retratando a falta que o mestre Brasileiro faz.
Quando lembro da força e simplicidade desse grande artista (e muitos outros dessa época) fico com o desejo de ter nascido um pouquinho antes de 81. Imagino-me acordando pela manhã e ouvindo O mestre Tom cantando “Promessas” e quem sabe depois um Chico Buarque para completar…
Bem, eu não sou particularmente um fã de MPB (calma, pessoal, sem patrulha !), mas entre os poucos que respeito e admiro, sem dúvida o Tom está lá na ponta.
E o MC Serginho tá vivinho da silva …
Pow, esqueci de te contah, SONHEI contigo outro dia.
Um sonho maior doido. Se não tiver esquecido, depois te conto detalhes por e-mail.
Eu lembro de onde estava quando ouvi que ele morreu… eu tinha uns nove anos, e do Tom só sabia “Garota de Ipanema” e “Samba de Uma Nota Só”… estava brincando com legos na sala quando vi no jornal uma notícia sobre ele. Fiquei triste, mas não aquela tristeza de quem perdeu algo que tinha de precioso, mas aquela leve tristeza de perder uma alternativa, de perder uma possibilidade. Engano meu; anos depois fui redescobrir o Tom, disco por disco, música por música, percebendo a cada dia mais o quão grande ele era, e como vai levar muito, muito tempo antes dele ser esquecido…
Credo, não tinha uma foto mais bonitinha pra colocar, não?
Essa daí, todo de branco, com charuto e fazendo careta, parece aqueles pais de santo viados que vão fazer previsões todo fim do ano no SBT..
O Tom foi destas coisas boas que não sei por quê surgiram no Brasil. Não tinha razão de ser mesmo. Não à toa, tem idiotas que até hoje “acusam” o Tom de falta de nacionalismo. Pau no cu deles. Ainda há aquela questão de plágio envolvendo Águas de Março. Que seja plágio, meu Deus! É tão bom que eu tô cagando para os direitos autorais. No mais, lembro-me bem da morte do gajo, afinal, é meu aniversário. Como esquecer aquele maldito ano de 1994? Por sinal, nesta foto o Tom tá parecido com o Gil Gomes. Não me entenda mal, vc escolhe a foto que quer e eu não tenho nada com isso. Mas eu jurava que era o Gil Gomes quando olhei pela primeira vez. Marco, não posso deixar de terminar este e-mail sem falar: te amo! Obrigado pelo presente. Não poderia haver melhor controle de natalidade, hein?!
Paulo.
Ops. O porquê do comentário anterior não tem acento. Desculpe. Acordei agora. Posso era tudo, mais os porquês é questães de onra.
Não me chicoteie, por favor, mas dia 8 de dezembro também faz 23 anos de morte de John Lennon. Putz! Eu gostava dele. Que merda! : (
Abraços
Hoje é o aniversário do Jim Morrison também.
É impossivel fazer comentários a respeito do mestre!
Sempre tem um idiota lembrando o John Lennon. E um idiota maior ainda lembrando o Jim Morrison. Risadinha, vc não merece a mulher que tem!
Esses dias eu estava presa no transito, e comecei a ouvir a Cultura FM, e depois de ua sinfonia enoooorme do Bartok (negócio bem dificil de ouvir) tocaram 4 musicas do Tom e do Vinicius, no maz puro jazz
Fiquei trsite por que o transito começou a andar, droga
Não sei se existe faz tempo, mas minha mãe ganhou esses dias um CD [duplo] do Tom Jobim com suas músicas orquestradas. Ou algo assim [ainda não ouvi]. Acho [acho] que é novo. De qualquer forma, pra você que gosta, taí a dica.
Como seria bom se este país se parecesse mais com a obra de mr. Jobim. Um pouquinho que fosse e já seria muito melhor.
Eu e minha turma, aqui pelas bandas de Belo Horizonte City, costumamos fazer um brinde específico quase todas as vezes que bebemos. ‘ Ao Tom ‘ é utilizado quando queremos virar todo o conteúdo do copo de uma vez… [sim, virote, bottoms up, qq sinônimo…].
Nessa data, nada melhor que fazer um ‘ao Tom’ com um copo cheio de whisky. O fígado que aguente…
vanessa, Béla Bartók não compôs sinfonia alguma. Ele tem um Concerto para Orquestra, deve ter sido isso que você ouviu.
Hum… Ok, eu fiz uma correção idiota, mereço o ódio da vanessa e o desprezo de todo mundo. Até. 🙁
Ia falar que o Tom Jobim tá parecendo o Raul Gil, mas já falaram isso…
Saudosa época do colégio e seus desvios de verbas, que tanto nos marcaram…
Engraçado que nossa querida mídia pouco se lembrou desta data… A passagem do Lennon foi nesta data. Dois grandes gênios do século XX.
Engraçado que nossa querida mídia pouco se lembrou desta data… A passagem do Lennon também foi nesta data. Dois grandes gênios do século XX!
Engraçado que nossa querida mídia pouco se lembrou desta data… A passagem do Lennon foi nesta data. Dois grandes gênios do século XX.