E vamos ao Êxodo, meu povo. A palavra êxodo vem do grego e significa saída (agora que pensei nisso, o inglês exit deve ter a mesma origem), porque conta como os israelitas (ou hebreus, tanto faz) saíram do Egito, escapando assim da escravidão a que tinham sido submetidos. Ué, escravidão? Mas o Faraó não era amigo de José e de toda sua parentada? Pois é, mas as coisas mudam com o tempo…
Já contei sobre a morte de José, que fecha o Gênesis. Todos os irmãos de José morreram também. Claro que morreram, só me faltava essa, esbarrar com o Zebulom na Barão de Itapetininga, trabalhando como homem-sanduíche e assoviando pras moças que passam. As gerações foram se sucedendo, os israelitas se tornaram uma parcela significativa da população do Egito, espalhando-se por todo o país.
Tudo correu relativamente bem, até que subiu ao poder um faraó — provavelmente Ramsés II — que nunca tinha ouvido falar de José e nem lia o Jesus, me chicoteia! para saber de toda a história da bichinha governadora que salvara o Egito da fome. Para ele o povo de Israel era uma ameça à estabilidade do reino.
— Hebreus, hebreus, malditos hebreus! Não param de ter filhos, esses desgraçados. Daqui a pouco vai ter mais hebreu do que egípcio no Egito, e aí? E se eles resolverem entrar em guerra contra nós e tomar nossas terras? Hein? Hein?
Sei não, esse faraó aí devia ser uma encarnação anterior de Adolf Hitler. Começou com essa propaganda anti-israelita, e daí para tomar atitudes práticas foi um pulo: decretou que os hebreus seriam escravos. Assim, sem mais nem menos. O cara tava lá trabalhando na boa e de repente vinha um soldado:
— Larga tudo aí, meu. Agora você é escravo.
— Escrrava??? Que história essa?
— É, escravo, mano. Mão na cabeça, malandro, se não quiser levar chumbo quente nos cornos!
— Ô, essa non é Raul Seixas?
— Num interessa, agora cê é escravo e não tem nada que perguntar as coisas.
— Mas quem vai cuidarr do lodjinha?
— ANDA!
Assim os hebreus foram escravizados e, entre outras coisas, construíram as cidades de Pitom e Ramessés, perto da terra de Gósen. Apesar dos trabalhos forçados, porém, o crescimento de sua população continuava incontrolável. Então o faraó sangue ruim bolou outro plano, que envolveria Sifrá e Puá (que nomes!), as parteiras que atendiam os hebreus:
— Parteiras, prestem bem atenção no que eu vou dizer: Quando vocês forem ajudar uma mulher hebréia a parir, se for uma menina, deixem viver. Mas se for um menino, não tenham dó, matem o guri.
Muita crueldade, não? Sifrá e Puá também acharam, e não cumpriram a ordem. O faraó ficou muito puto ao saber disso, e chamou as duas novamente.
— Que porra vocês estão fazendo, hein? Tão querendo morrer? Eu dei uma ordem clara para vocês, porque não me obedecem?
— Nós obedecemos, Faraó. Mas as mulheres hebréias são mais fortes que as egípcias, e dão à luz sozinhas, antes da chegada da parteira. Aí não tem como a gente chegar lá e dizer, “Com licença, eu sou a parteira, eu sei que a senhora já pariu e tudo mais, mas vim só ver se é menino pra eu poder matar, tudo bem?”
— Hum. Que merda isso. Bah, bosta de plano esse meu também, contar com duas parteiras pra controlar o crescimento dos hebreus. Para isso eu vou precisar do meu exército.
Então o faraó ordenou a seus soldados que jogassem no Nilo todos os meninos hebreus que nascessem. O herói do Êxodo, Moisés, nasceu nessa época. Como ele escapou de virar comida de crocodilo? Daqui a pouco eu conto.
Cara, que site legal…Todas as vezes que quero sair um pouco da dureza que é a vida, passo aqui pra ler essas besteiras que você escreve….
gostei de como vc contou a “histórinha” da escravidão dos hebreus…kkkkkk…muito simples, linguagem bem cotidiana e fácil de assimilar…bom humor total….kkkkkk