A bíblia tem coisas estranhas. Há histórias que caberiam em dois parágrafos e ocupam capítulos inteiros. Por outro lado, temos trechos como essa segunda metade do capítulo 35 do Gênesis, em que várias acontecimentos da maior importância são contados em poucas linhas. Pela ordem:
1. Jacó e seu povo saíram de Betel em direção a Hebrom, onde Isaque morava. Faltando um pouco para chegarem a Efrata, Raquel entrou em trabalho de parto. O parto foi complicado, e Raquel morreu pouco depois do nascimento do menino. Antes de morrer ela ainda teve tempo de dizer que o nome do moleque seria Benoni, que significa Filho da minha dor. Mas Jacó era um filho da puta mesmo e não respeitou nem o último desejo da mulher que amava: rebatizou o filho como Benjamim, Filho de boa sorte. Boa sorte pra ele, porque a coitada da Raquel… Bom, Raquel foi enterrada no caminho de Efrata, e Jacó erigiu uma coluna ali. Acho que o túmulo de Raquel está lá até hoje. Ah, e mais tarde Efrata teve seu nome mudado para Belém (não, Jô, não é sua terra. É a cidade onde Jesus nasceu.).
2. Ruben, o filho mais velho de Jacó, resolveu dar uns futucos em Bila, mãe de dois de seus irmãos. Jacó ficou sabendo, mas parece que não fez nada. Depois de Abraão e Isaque, alguém precisava manter a tradição chifruda da família.
3. Finalmente Jacó chegou a Hebrom para juntar-se aos pais e ao irmão Esaú. Isaque, nosso anti-herói autêntico (Jacó é só mais um pilantra) morreu aos 180 anos de idade e, assim como ele e Ismael passaram a vida toda separados e se juntaram para sepultar Abraão, foi sepultado por Esaú e Jacó.