Crônons

O Mochileiro das Galáxias, Monty Python e uma teoria besta sobre a natureza do tempo
No Natal eu finalmente criei coragem para começar a ler o The Ultimate Hitchhiker’s Guide, que reúne os cinco livros da série de Douglas Adams. Ler em inglês me dá uma preguiça danada, e ainda mais quando se trata de um catatau de mais de 800 páginas, como é o caso. Enfim: comecei, e logo de cara comecei a imaginar se o Monty Python fizesse uma versão cinematográfica do Mochileiro das Galáxias. Enquanto leio, penso em John Cleese no papel de Arthur Dent, Graham Chapman como Ford Prefect, Michael Palin fazendo o L. Prosser, Terry Gilliam como algum Vogon, essas coisas. Um problema: Graham Chapman está morto. Outro: os cinco sobreviventes estão meio velhos para os papéis. O que fazer? Hum… Talvez voltar à década de 60, ir morar em Londres, dar um jeito de conhecer os Pythons antes mesmo que eles se conhecessem, tornar-me o 23º Python (eu ia dizer o sétimo, mas o posto é da Carol Cleveland. O de oitavo é do Neil Innes. E tem mais um monte. Mas o lugar de 23º ninguém tasca). Surge outro problema: as conseqüências para o presente de mudanças feitas no passado, questão já mais do que abordada, mais recentemente no filme Efeito Borboleta. O negócio seria voltar ao passado e alterá-lo como bem entendesse, sem afetar o presente. Como?
Bom, aí surge outro problema: minha intransponível preguiça. Eu vivo pensando em física, mas nunca me animo a ler nada a respeito. Então começo a forjar umas teorias sem qualquer alicerce, surgidas da pura especulação de uma mente vazia. É o caso dessa que vou tentar apresentar agora. E por que me exponho à vergonha pública? Porque quero abusar de vocês, meus leitores: vejam aí se há algo entre as modernas teorias da física que trate desse assunto. E me mandem links. A preguiça, meus filhos, a preguiça…
Vêem a figura aqui do lado? Então. Bonita, né? Fiz no Paint. Sozinho!
Aham.
Eu comecei a pensar no tempo dividido em porções tão pequenas que seriam elas mesmas indivisíveis (algo parecido com a idéia clássica de átomo). Dessa forma, o tempo não seria uma linha contínua, mas uma sucessão de “partículas”. Precisamos de um nome para elas. Crônons, pronto (ah, a irresponsabilidade!). Cada crônon tem, digamos, 10-1024 milionésimos de segundo. Os crônons se sucedem num só sentido, sendo que cada um deles é destruído pelo crônon subseqüente (pensem numa mesa de bilhar em que cada bola atingida por outra é encaçapada). No entanto, assim que surge, o crônon se desdobra em outros dois: um que é sua cópia exata e uma outra. A primeira é só isso mesmo, uma cópia que fica num outro plano, dimensão, sei lá. A segunda é conseqüência de uma escolha. Por exemplo: você tem que escolher entre uma bomba de chocolate e um sorvete. Escolhe o sorvete. Está atravessando a rua, o sorvete cai no chão, plóft. Você se distrai com isso, vem um caminhão e te atropela. Se tivesse escolhido a bomba de chocolate as coisas seriam diferentes: você comeria a bomba, voltava pro trabalho feliz da vida. Na saída, resolveria passar na doceria para comprar outra. Mas seu sapato sairia do pé no meio da rua, viria um caminhão e páft. Claro que no dia a dia as escolhas não são binárias: há sorvete, há bomba de chocolate, há torta de morango, há pudim de leite. Mas acredito que o processo de decisão no nível dos crônons é binário: ou você escolhe um logo de cara e descarta o resto, ou escolhe um grupo de três sobremesas e despreza o resto. O processo se repete para o grupo de três, até que você escolha um. Cada uma dessas etapas até a escolha é um processo binário: você escolhe uma coisa e descarta outra. Então o outro crônon gerado é o do futuro do pretérito: o que aconteceria em seguida se a escolha fosse a outra (falo em escolhas para exemplificar, o negócio todo serve para acontecimentos acidentais e tal). Resumindo: no eixo X, temos o tempo correndo como o conhecemos; os crônons paralelos no eixo Y, e os alternativos (do futuro do pretérito) no eixo Z. Enquanto os crônons do eixo X vão sendo destruídos pelos novos crônons, os dos outros dois eixos permanecem isolados, sem qualquer ligação com os outros, portanto sem serem destruídos. Entenderam? Não? Nem eu, então vamos adiante.
Dessa maneira, viajar para o passado não tem qualquer efeito sobre o presente: na verdade, o viajante do tempo vai para o crônon paralelo àquele do momento ao qual quer voltar (o qual, é claro, não existe mais). Esse crônon, que existe isolado e auto-suficiente, muda assim que alguma ação é exercida sobre ele. Ou seja: no momento em que chega o viajante, uma cópia é criada (num outro plano, dimensão, universo). Essa cópia, então, inicia um ciclo de tempo normal: crônons surgindo e sendo em seguida substituídos por outros, fazendo antes suas cópias e coisa e tal. Eu poderia voltar, por exemplo, ao crônon correspondente ao instante que John Cleese e Graham Chapman se conheceram, ficar amigo dos dois, vir a tornar-me o 23º Python. Depois de A Vida de Brian e antes de O Sentido da Vida, produziria o Mochileiro das Galáxias com eles. Tudo isso sem afetar nada do que continuaria acontecendo aqui no plano de vocês.
Outra opção seria voltar a um crônon no eixo Z e descobrir o que teria acontecido se eu tivesse escolhido o pudim de leite. Mesma coisa: com a ação sobre o crônon, ele inicia a seqüência usual.
— Mas e se eu quiser ir para o futuro?
Ok, minha cabeça dói.

86 comments

  1. Outra coisa, quando eu era adolescente lia muita ficção científica. Lembro de um conto na revista do Isaac Asimov que era uma lance parecido. Os caras viajavam no tempo, faziam a besteira que queriam e depois voltavam sem alterar nada. Havia essa coisa de planos. Só que o sujeito que viajava no tempo descobre que querem matá-lo e mesmo que ele retorne não consegue alterar a inexorabilidade da coisa.
    Se você quiser, ainda devo ter esse exemplar na casa da minha mãe.

  2. 1. Seu outro comentário foi apagado, você sabe por quê.
    2. Se eu quiser ficção, faço-a eu mesmo (esse post é base para isso). Como eu disse, quero saber o que a ciência diz sobre o assunto. Leia direito.

  3. Marco Aurélio, li a sua teoria e achei muito interessante… é uma especulação, claro… Mas tanta coisa na fisica quântica é especulação que a gente se perde… Você pode ler “O universo em uma casca de Noz”… mas todas as explicações sobre a teoria do espaço-tempo são tão matematicas que até expostas didaticamente fazem pouco sentido para nos, leigos no assunto… Mesmo assim, acho que você deveria ter feito parte do Monty Python…

  4. Mas e o problema da Maquina do Tempo? Já viu esse filme? Se você mudar o passado vc no suposto futuro não teria vontade de mudar o passado pq o passado já estaria mudado então você não iria querer mudar o passado pois o passado já estaria mudado….ou vc estaria em um passado paralelo? bom eu acho q EU que naum entendi mto bem a sua teoria…

  5. Vc Não viu “De volta para o futuro”? toda a trilogia fala a mesma coisa. Marty Mcfly consegiu modificar o passado para não ter o presente alterado(no caso 1985)Os pais dele,O livro que comprou em 2015 e que Biff se apoderou dele e a morte do amigo no velho oeste.

  6. Antes que a preguiça o contamine, essa teoria que consta no site que te passei está na mesma linha do seu raciocínio, portanto sua idéia é, sim, válida (se você acreditar na história que eles contam (porra, vai lá ler que vale a pena).

  7. Eu posso estar muito enganado, porque de Física eu sou mais curioso do que entendedor, me dou melhor com mapas e gente, mas essa sua teoria vai na mesma linha daquilo que a Física moderna vem pensando… A literatura sobre essas teorias e esses assuntos é vastíssima, tanto na internet quanto fora dela; e não de uma forma tão complexa quanto a maioria pensa. Deixe a preguiça de lado, meu bom rapaz, é fim de ano, época feliz, todos se abraçando pelas ruas, não deixe esses sentimentos pérfidos tomarem você de assalto… ora, vamos, campeão! Força!

  8. Leia Em Algum Lugar do Passado.
    Lá o personagem ensina como voltar ao passado ; o método dele é até adequado para um cara preguiçoso como você diz ser , pois ele afz isso deitado na cama; tá certo que ele voltou para encontrara uma mulher e você vai voltar para encontrar um bando de marmanjos , mas cada um com sua motivação.
    [s]

  9. Rafael e Thiago, obrigado pelas dicas. Eu até queria procurar no Google e tal, mas fica difícil sem uma referência básica. Como disse um amigo meu, tem muita bobagem sobre o assunto na internet (inclusive esse post).
    Mas não se preocupem: já tirei a poeira do meu Uma Breve História do Tempo. Comecei a ler no metrô hoje. Ainda não doeu.

  10. Marco,
    O passado não existe. O que existe é o Agora. Agora poderia ser classificado como Eterno? Talvez. Não dizem alguns que o Universo é Eterno e não teve um “Big Bang” inicial? Aonde quer que você esteja será Agora. Ainda que você vá hoje (se possível fosse) para 1800, lá será Agora. Se lá você estivesse estaria no dia 30/12/1800 e seria… Agora. Da mesma forma você não poderia dizer que veio do futuro. Que futuro? Um futuro que não existiria já que você não estaria lá. Para haver essas maquinarias do tempo-cronos é preciso Consciência. Ora, após a sua “saída”, Bin Laden poderia achar uma bomba atômica na antigua URSS e joga-la em New York que jogaria uma no, vejamos… – Irã. E pronto. Cadê o seu futuro? Ninguém diz que existe 2005. Ele será daqui a uns poucos dias. Simplesmente não existe.
    Então o que há é o Agora. Ágora de Deus.

  11. Não leia a Breve História do Tempo. Está desatualizado. Leia Universo na Casca de Noz – ele introduz os mesmos conceitos sobre tempo e espaço do Breve Históra, e vai um pouco mais adianta apresentado a teoria das cordas, supersimetria, teoria M e outras que ajudam um pouco a enteder tudo isso que todo mundo acredita que entende, mas no fundo ninguém entende (nem os físicos). Outro recomendado: O Universo Elegante (Brian Greene). Ele é um pouco mais específico que o Casca de Noz (mas por isso as vezes um tanto quanto enfadonho).
    Ah… eu gostei da teoria…

  12. Completando: gostei mesmo. Até pouco tempo atrás (coisa de um século mais ou menos) ninguém aceitaria a luz como partícula. Agora todo mundo aceita (fótons). Até bem pouco tempo atrás, ninguém aceitaria que a gravidade também pode agir por meio de partículas (gravitons) e hoje tem um bocado de gente achando que isso pode ser fato. Porque não conceber uma teoria sobre o tempo em partículas (ou cordas, que é algo mais atual…)?

  13. Eu hoje só consigo medir o tempo em litros de chopp… E não há como voltar. Quando o barril roncar, meu amigo, acabou-se o que era chopp! Pensando bem, se duas linhas de tempo paralelas, isso significariam 150 litros de chopp… Ta esquece. Não consigo pensar em outra coisa hoje… Bom 2005 pra tu!

  14. Bem, uma vez li um conto que usava uma teoria similar que era chamada de “dominó”, já que um fato novo no passado desencadearia uma outra sequencia paralela. Mas o que acaba ocorrendo é que a “versão” que viaja ao passado e altera-o fica preso em um momento que ele criou, que fica “congelado”, enquanto a sua outra versão continua normal no fluxo do tempo.
    Mas aproveitando a dica, no momento está sendo feita uma addaptação cinematográfica do romance. Eis o link oficial:http://hitchhikers.movies.go.com/index.html

  15. se vc quiser ir para o futuro, é só sair correndo acelerando rumo a velocidade da luz. o tempo vai passar mais devagarr ao seu redo.
    o problema vai ser voltar. mas, quem quer isso?
    leia “viagens no tempo no universo de einstein.” tem umas coisas legais, apesar de não explicar algumas outras como deveria.
    se quiser, pensar sobre o tempo é o meu passatempo!!! poderiamos trocar teorias e tals…

  16. É como disse o Vando Marco o futuro não existe !
    Já o passado sim.
    Acho que seria uma puta falta de organização se quando alguém voltar todo o restante ficar afetado e temos muitas evidências de que o universo é muito bem organizado. Portanto achei que a sua teoria tem lógica.

  17. Já que citaram o universo numa casca de noz – duvido que alguém que não tenha um curso de física, tenha entendido mais que 10% do livro. Eu, pelo menos, não entendi 5% mas continua sendo meu livro preferido para momentos de reflexao (sim, aqueles no banheiro) – até percebe-se algo em comum com a sua teoria maluca, onde todas as escolhas é função de uma probabilidade, segundo a física quantica. Citando o exemplo da bola de cinuca, sería como se ao ser atingida, ela pudesse ir para todas as direções possíveis (algumas com probabilidades maiores), e cada direção correspondesse a uma escolha. E cada escolha, geraria um universo diferente.
    E concordo com vc, que ao voltar no tempo, e fazer alguma ação que pudesse modificar seu futuro, talvez vc estaria simplesmente criando um novo universo para o seu futuro e nem sequer tomado consciencia desta alteração (nossa, ando bebendo muito).
    Ao que parece, nossa consciencia esta presa a uma estrutura linear. Mesmo se inventassem uma máquina do tempo, não adianta tentar arrumar as merdas no passado.

  18. oq aconteceria com o presente no caso de uma viagem no tempo? vc viaja no tempo e o presente continua sem a sua presença? e vc volta pra onde?
    não me chama de ignorante e burra, tá?

  19. Marco, tu nunca leu “O Terceiro Tira”, do Flan O’Brien? É uma história policial muito louca, e uma hora eles falam uma coisa sobre o tempo que parece muito essa tua “teoria dos crônons”. Mesmo que tu não ache parecido, vale a pena, porque o livro é muito bom.
    Abraços.

  20. Vc não pode ir pro futuro pq ele ainda ñ existe. Pronto, é só isso que eu sei. Teoria legal. Desenho legal tb. As minhas teorias sem fundamentos têm outros temas, mais biológicos, mas sua teoria é boa.

  21. Já havia ouvido falar dessa teoria uma vez com alguns amigos. Relamente você pensou em tudo para poder modificar o tempo sem prejudicar nada.
    Saiu uma idédia de como viajar para o futuro: viaje numa nave por muito tempo. Assim, o tempo dentro da nave correrá de forma muito mais lenta do que o tempo na Terra; logo, você poderá viajar no futuro.
    Mas no caso de viajar no tempo, a opção é viajar numa velocidade acima da Velocidade da Luz. Estudos feitos com aceleradores de partículas conseguiram voltar no tempo pequenos fragmentos subatômicos.
    Outro detalhe: cálculos que utilizam velocidades acima da velocidade da Luz resultam em trabalhos de cálculos somente com raízes quadradas de números negativos.
    Fica meio difícil explicar aqui, só conversando mesmo pra deixar a coisa mais compreensível.
    Dá pra viajar no tempo, porém,ainda não temos as ferramentas necessárias para construir uma máquina do tempo!

  22. As supercordas, são elas! Grande Lelê! Eram essas coisas (coisas? Nem sei…) que eu tentava lembrar ontem pra dizer que essa teoria do Marco vai de encontro com o que a Física vem trabalhando. O tempo em partículas… Isso é surreal.
    E, sim, ela tem razão de novo ao dizer que ninguém entende bulhufas sobre isso. Então eu fico quieto…

  23. E só porque eu te quiero, meu nego, mando esse link de um pesquisador do Instituto de Física da Unicamp (tem até e-mail dele se você quiser bater um papo mais aprofundado). Você bem disse que tem muita bobagem espalhada por aí, e é verdade. Mas eu conheço esse povo, e digo pra você: leia sem medo. Tem mais alguns links depois da brave explicação.
    Nem precisa agradecer, só autografar um livro pra mim e fica tudo certo… =)

  24. Sobre a sua teoria: Se você for seguir a fisica classica… O modelo que você postou é totalmente nulo, já que nesse modelo o tempo é linear, constante e imutavel.
    Se você por tudo isso no plano da fisica moderna (onde tudo é possivel, acredite), faria sentido sim. Talvez pudesse se encaixar com o conceito de p-branas que apresentam no “univerno numa casca de noz”. Mas é uma teoria bem bonitinha. Legal ficar quebrando cabeça nesses problemas.
    Alguem ai disse que não existe passado, e sim o agora. O fato é que tudo é relativo na fisica. Portanto, se você pegar alguem de 2000 e tranporta-lo para 1000, ele estará no passado sim, já que a referencia inicial daquela pessoa é o ano 2000. Para pessoas do ano 1000 que virem essa pessoa, dirão que ela é do futuro, pois o ano de referencia seria 1000. ou seja: Existe Passado, futuro e presente. É meramente uma questão de referencial.
    Hmm… Devia ter mais posts sobre esses assuntos.

  25. Sobre a sua teoria: Se você for seguir a fisica classica… O modelo que você postou é totalmente nulo, já que nesse modelo o tempo é linear, constante e imutavel.
    Se você por tudo isso no plano da fisica moderna (onde tudo é possivel, acredite), faria sentido sim. Talvez pudesse se encaixar com o conceito de p-branas que apresentam no “univerno numa casca de noz”. Mas é uma teoria bem bonitinha. Legal ficar quebrando cabeça nesses problemas.
    Alguem ai disse que não existe passado, e sim o agora. O fato é que tudo é relativo na fisica. Portanto, se você pegar alguem de 2000 e tranporta-lo para 1000, ele estará no passado sim, já que a referencia inicial daquela pessoa é o ano 2000. Para pessoas do ano 1000 que virem essa pessoa, dirão que ela é do futuro, pois o ano de referencia seria 1000. ou seja: Existe Passado, futuro e presente. É meramente uma questão de referencial.
    Hmm… Devia ter mais posts sobre esses assuntos.

  26. Marco Aurelio as muitas letras te fundiram a cabeca. Eu sou um dos enviados do senhor pra quebras as paredes e entortar as grades porque deus e imutavel mas seus servos nao. Entao resolvi ser mais discreto. Deixar uma mensagem no blog its enough for these times.

  27. Interessante, pensei em algo parecido quando vi “De volta para o Futuro” pela primeira vez, ha alguns anos atrás. Funcionaria mais ou menos como este seu sistema, exceto que os outros eixos não existiriam juntamente com o eixo dos cronos, e sim seriam criados pelo viajante. Mais ou menos assim: Eu viajo no tempo e mudo minha escolha sobre determinada coisa, alterando a sequência de eventos. Aí sim, seria criado um outro eixo, o qual seria totalmente paralelo ao dos cronos. Assim, para cada escolha, um novo eixo seria criado.
    Eu devia ter uns 9 anos…

  28. O Marco, essa teoria que você criou já existe. É a da multiplicidade de universos. Cada escolha seria um universo independente.
    Meu, imagina só a quantidade de escolhas diferentes que cada ser humano (6 bilhões de indíviduos) fazem por dia. Agora cada uma dela é um universo independente. Complicado né?
    Agora esses universos se inter-relacionam. Eu poderia não ter escrito aqui, mas estou escrevendo. Logo, estou interagindo com o seu universo, pois você está lendo….
    Ou seja, pelo principio de mínima energia e minimização de entropia, essa idéia é absurda e pouco provável de corresponder a realidade.
    Ah, sou bacharel em física!
    Abraço!

  29. Eu reli meu comentário acima e está um pouco obscuro. Se estiver afim, a gente troca uns e-mails melhores. Mas, em alguma Scientific American Brasil desse ano, tem uma reportagem sobre esse assunto.
    Abraço!

  30. Eu acho…ah, eu não acho nada. Tanta gente falando tanto que eu, mesmo tendo lido muitas linhas do que Arthur C. Clark, Huxley e Benitez disseram sobre, fico com vergonha de me manifestar.
    Mas em Operação Cavalo de Tróia(do benitez) o personagem principal volta no passado e faz o possível para participar de uma sociedade sem causar qualquer alteração nela para que, no futuro, nada fosse alterado. É claro que o livro foi escrito na década de 70, talvez 60, e não haviam estudos profundos sobre a teoria do caos. Hoje sabemos que pequenas ações desencadeiam grandes acontecimentos. Logo a simples presença do personagem no passado já alteraria o futuro. Como no livro o personagem volta para o seu presente e nada de diferente havia acontecido, podemos crer que sua teoria foi válida, pelo menos no livro do benitez.

  31. Bem, também existe a teoria dos muitos mundos, que seria uma alternativa a teoria da superposição. Ambas tentam explicar porque uma partícula reage como se interagisse com alguma outra partícula que, a priori, não existe. Por exemplo, se existe um anteparo com duas fendas e um fóton é emitido e passa por apenas uma delas, ele acaba sofrendo algum tipo de interferência, como se outro fóton passasse pela outra fenda. A teoria dos muitos mundos tenta conjecturar que, no momento que o fóton precisa passar por uma das fendas, o universo se divide em dois (um no qual o fóton passa por uma fenda, e outro no qual o fóton passa por outra), e estes universos interferem-se mutuamente…
    Ah, cazzo! Realmente é MUITO estranho! De qualquer forma, esta teoria é uma das que tentam explicar os fenômenos da física quantica. Tente depos procurar a Teoria dos muitos mundos juntamente com a teoria da superposição. É interessante. Nem que seja para puxar um assunto diferente no boteco da esquina

  32. Passei para desejar felicidades neste ano que dizem começar amanhã, embora eu ache que o tempo não quer dizer p**** nenhuma, além de nunca estar a meu favor.
    Mas, é isso aí… Como eu simpatizo com você, desejo que 2005 te traga muitas alegrias. (E que esta infeliz moradora da terra de João Gilberto consiga – finalmente – se livrar de Juazeiro…)
    Beijos!

  33. Meu comentário não é sobre sua teoria maluca, mas sobre o Douglas Adams e o Monty Python.
    Comprei uma biografia do Douglas esses dias e lá descobri que ele era fã do John Cleese desde antes do Monty Python, quando ele fazia um tal de Frost Report na TV inglesa. Antes mesmo de ficar famoso o Douglas conheceu o Cleese e ficou amigo do pessoal do Monty Python, especialmente do Terry Jones. Depois do fim do Python o Douglas escreveu um bom tempo com o Graham Chapman, fazendo inclusive um filme de terror encomendado pelo Ringo Star, que é considerado um dos piores de todos os tempos. No geral a parceria dos dois não deu muito certo, não saiu muita coisa que prestasse.
    E leia o Ultimate, que é muito bom, principalmente o restaurante no fim do universo.
    E dia 6 de maio de 2005 sai o filme do Hitchhiker’s.

  34. marco, marco, marco, mate-me de inveja!
    eu estou o “restaurante no fim do universo” nesse exato momento….
    Obs: o mochileiro, tá sendo gravado em roliudi já…

  35. acho melhor vc nao querer ver nosso futuro, melhor ficar no presente, do jeito que as coisas andam sinto que o futuro dos humanos sera muito triste e deprimente para nao falar decadente. Depois retribui a visita e passa la no Jornal do blogueiro. Vou esperar vc para tomar um café, apesar de eu nao gostar de café bebo o suco de laranja enquanto vc bebe o café ok? hahahaha bjinss e bom inicio de semana.

  36. Meu caro, a sua teoria é, no mínimo, tão boa quanto a de qualquer destes “cientistas” que aparecem na Scientific America. É tudo chute mesmo – não tem embasamento real nenhum. Incluíndo o tortinho, aquele… Eu só queria fumar o mesmo cogumelo que eles… Agora, eles são muito bons em arranjar verbas de pesquisa – voce devia garimpar uma também!

  37. Marco, não seria um eixo Z, mas um eixo em forma de cone, devido as escolhas se montarem exponencialmente. O primeiro ponto até pode ser paralelo, mas o que seguem o eixo não. É como se você tivesse um novo gráfico iniciando ali.
    Se vc fosse ao passado o M.P. não seria o mesmo, e nem você. O simples fato de você estar lá alteraria tudo (afinal a presença de uma pessoa no passado é bem mais violentadora que o bater de asas de uma borboleta). Você corre o risco de matar os filmes que tanto gosta.
    Viu os extras do Efeito Borboleta, sobre o caos? Vale a pena. Esquece, nada ia sair como você quer. Sai hoje? Pois é…

  38. Olha, Marco,
    Tem um negócio que em alguns aspectos é parecido com isso. É a teoria das Mônadas, de Leibniz, primeiro passo conta o cartesianismo e na direção da teoria da relatividade e, depois, da física quântica.
    Tem uma coleçãozinha chamada Filósofos em 90 minutos e Cientistas em 90 minutos… Não lembro a editora, mas são uns livrinhos com capas de cores berrantes com a caricatura dos filósofos em p&b no centro. Tem em tudo que é livraria. Compra o do Leibniz. Os livrinhos são um apanhado bem superficial das idéias e biografias dos caras, mas é a única coisa de Leibniz que dá pra achar em português e já dá pra aprender muita coisa legal.
    Depois, se tu gostar, compra os de Einstein, Bohr, Hawkings, etc. que tu vais poder traçar rapidamente toda a história das idéias sobre o tempo.
    Abraço e bom 2005, se é que ele existe. 🙂
    Renato

  39. Papai, suas teorias estavam certas.
    Graças a você podemos viajar pelo tempo. Só falta você descobrir algo que segure tanto o seu cabelo quanto o de sua descendência no couro cabeludo.
    Obs: A mamãe tá te mandando um beijo!

  40. Pra mim, você está tentando confundir nossas mentes inferiores, com esses papos “pós-E=mc²”, pra não te cobrarmos capítulos novos…
    Aproveite bem as férias, está precisando!!!

  41. Tenho outra teoria, mas é muito complicada prá botá aki, resumindo, o tempo é o contínuo de alteração da matéria-energia, voltar no tempo seria alinhar a energia da mesma maneira que já foi alinhada, ou melhor, caso toda matéria-energia num determinado espaço estiver alinhada da mesma maneira que em outro período no tempo, seria como se nesse espaço o tempo voltasse a ser como antes, porém podendo ou não acontecer coisas diferentes…

  42. então.. concordo com esse lance de crônons e tal.. ficou bem legal e ateh me ajuda a entender algumas de minhas teorias tão estapafurdias como essa.. porém, voltando no tempo e alterando-o, o presente do qual vc saiu não seria alterado, vc não poderia se tornar rico e essas coisas. Qualquer alteração criaria um “novo futuro”.. como os crônons desse futuro ainda não existem e vc está nos crônons paralelos de um passado que não existe mais, vc não poderá voltar ao seu presente original (que seria o futuro do passado original) e tbm não poderia ir ao futuro do passado atual (agora, presente).. eh isso?

  43. Isso gera um problema. O fato de você retornar ao crônon paralelo não modifica o tempo no seu crônon de origem. Você vai estar vivendo uma realidade paralela. O filme do “Guia do Mochileiro das Galáxias” feito antes de “A Origem da Vida” não existiria no seu crônon de origem. Você mesmo deixaria de existir no crônon de origem. Passaria a viver num universo paralelo. O que implicaria talvez na não existência de algum ente querido seu que “fez uma escolha” que salvou sua vida no seu crônon de origem, mas no crônon paralelo ele escolheu “a outra opção”.

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