Hoje este pobre blog abandonado chega aos 20 anos de existência. Já que ninguém lê mais blogs, fiz uma thread no Twitter que vou reproduzir mais ou menos aqui:
No começo de 2002, a @babslops começou a falar uma palavra que eu nunca tinha ouvido: BLOG. Que tinha feito um blog (que fui ver agora e ainda tá no ar), que era muito legal, que eu precisava fazer um blog, PRECISAVA. De tanto ela insistir, no dia 7 de fevereiro de 2002, há exatos 20 anos, eu criei uma conta no Blogger, penei um pouco pra configurar o negócio, escrevi o primeiro post, colei uma foto minha com o prof. Olavo de Carvalho e publiquei meu blog.
(“Jesus, me chicoteia!” era uma expressão que minha colega @vivianepita tinha aprendido numa viagem e voltou de férias falando o tempo todo. Achei engraçado, roubei.)
No mesmo dia, dois posts depois, contei rapidamente uma versão minha da Criação do mundo segundo a Bíblia. A Bárbara falou que tinha feito ela lembrar do Millôr, do Bernard Shaw… Minha vaidade não aguentou, e decidi que ia reescrever a Bíblia. Reescrevi os primeiros 11 livros, e parei no meio do 12º, II Reis. Vez em quando eu invento de escrever um capítulo novo. Ninguém mais lê, as pessoas pararam de ler texto na internet.
O título daquele primeiro post foi premonitório: a aventura tinha começado e eu não tinha ideia de aonde ela ia me levar. Foi graças ao blog que escrevi uns textos para revistas. Lendo um desses na Superinteressante mais o blog, o @gpavoni arriscou e me contratou em 2005. Foi meu primeiro emprego como jornalista. Anos depois, em 2009, o @arecobarudino me chamou para uma entrevista de emprego para uma vaga de roteirista no CQC. Até a hora de chegar lá eu achei que fosse trote. Ele lia meu blog (eu lia o dele também, mas não sabia), o Tas lia, o Gentili lia. Acabei contratado, e tô nessa profissão até hoje.
Fiz festas nos dois primeiros aniversários do blog. Veio gente do Brasil todo, casais se formaram. Na primeira festa, a @dani7macedo encasquetou que ia pegar o autor do blog Fale Com Deus. Pegou, namorou, casou, estão morando em Portugal de frente pro mar.
Em 2004, uma leitora mandou mensagem dizendo que gostava muito do que eu escrevia e coisa e tal. Chamei pra sair, ela aceitou. Fui muito sem noção, era um bar com os amigos, só ela de fora da turma. Mas ela se divertiu. Aí tem toda uma história, mas em janeiro de 2005 eu e @anacarlota começamos a namorar. Meses depois, quando eu decidi que ia pedir demissão do meu emprego de uma multinacional, ela me deu força. Ela me ensinou a dirigir aos 30 anos de idade.
Nos casamos em 2008. Em 2009, quando o @arecobarudino me ligou pra dizer que a vaga era minha, eu disse que ia pensar. Ele ficou desapontado. Cheguei em casa, falei pra Ana e ela: “Pensa sim. Mas se você decidir não aceitar, eu peço o divórcio”.
Ela sempre me empurra para o risco, baseada simplesmente numa confiança doida que ela tem no meu talento. Com o tempo, fui pegando um tiquinho dessa confiança dela. Te amo, minha leitora preferida.
Voltando ao blog: conheci muita gente, alguns que são amigos até hoje. Arrumei trabalho e casamento para mim e para os outros.
O @antoniotabet me conheceu lá no começo, quando ele também começou o Kibe Loco. Em 2018, ele me reencontrou no GNT, soube que eu era roteirista, e me indicou para uma vaga no canal de notícias que ele e a @MaraLuquet estavam começando. Assim eu fui parar no @CanalMyNews. O @MarceloTas, meu ídolo desde a infância, que era meu leitor sem eu saber, tá aí me aturando até hoje, agora no #Provoca.
É por coisas assim que, mesmo sem publicar mais nada lá (fora uns surtos eventuais), eu mantenho o blog, pago o registro do domínio e a hospedagem. A Bárbara tinha razão: é muito legal esse negócio de blog.