Um país de canalhas

Leiam os comentários do post abaixo. Eu espero.

Leram? Pois bem, deixa eu dizer um negócio: todos os que se manifestaram a favor do Sr. Zeca Pagodinho nessa história são canalhas. Todos, não há exceção. Será possível que eu viva num mundo diferente, será possível que só eu ache óbvio que o cantor portou-se como um mau-caráter? Nego vem dizer que é ridículo comparar isso com o que acontece em Brasília. Ué, por quê? Um deputado levar o seu “por fora” é crime, sua TV a cabo pirata não é? Um assessor de ministro enfiar-se em maracutaias é extremamente condenável, ao contrário daquela adulteraçãozinha que você fez no medidor de luz? Um vereador contratar parentes nas subprefeituras é uma vergonha, mas, ah!, como você queria ser primo de Dr. Fulano para pegar uma boquinha dessas, não é mesmo?
Honra não depende do cargo que você ocupa, da visibilidade que tem ou da quantia envolvida. Honra é a prestação de contas que você faz a si mesmo. Se você é uma pessoa honrada, não importa se os outros sabem ou não a besteira que você fez: você sabe, e isso basta para não deixá-lo dormir em paz enquanto não resolver o assunto.
Se alguém empresta sua imagem para vender um determinado produto — e com a imagem vão reputação e credibilidade, que são um naco da sua honra — deveria ser motivo de escândalo emprestar sua imagem ao concorrente meses depois. Mas como esperar isso aqui no Brasil, como cobrar honra de um povo que, querendo ser sempre esperto, acaba sendo apenas patético?

78 comments

  1. É por esta e outras idéias que você posta aqui que, mesmo sem te conhecer, entro todos os dias no seu blog. Fiquei feliz em saber que não estou sozinha neste mundo!
    Beijo pra você.

  2. concordo em gênero, número e grau… é estranho como honra e honestidade não são mais passadas de pais pra filhos e mto menos descutidas em escola… é por essas e outras que o Brasil é um país de canalhas…
    beijinhos…

  3. Quando alguém faz uma propaganda dando real – ou suposto – depoimento pessoal, ela “empresta o nome” ao produto.
    Na verdade, não empresta, quase sempre vende (salvo campanhas de caridade).
    O ato de “vender o nome”, nem falo aqui de trocar de marca de cerveja, mas somente VENDER o nome já complica as coisas.
    Achamos normal, mas o fato de acharmos isso ou aquilo normal não faz com que tal coisa seja ética ou filosoficamente normal. Porque somos mesmo canalhas, então é natural que concordemos e achemos normal o que seja… canalha!
    Se vender o nome, associando-o a um produto, é uma atitude liminarmente canalha, o que dizer de quem vende o nome, revende para outro, e torna a vender para aquele primeiro?
    Não conheço nenhum superlativo bacaninha para canalha. Fico sem resposta.
    Zeca Pagodinho é, definitivamente, o Pelé do samba.

  4. Você colocou todos os dedos na ferida. Porque realmente é hipocrisia dizer que só em determinadas situações podemos cobrar um comportamento ético das pessoas. Geralmente se utiliza a justificativa de que se for para o meu bem e dos meus e não “prejudicar” ninguém, que mal isso tem? O mal é que muita gente acha perfeitamente natural viver sobre as regras do “mundo é dos espertos”.

  5. Honra é relativo. Para os Samurais, em outras épocas, existiam certos atos honrados que para nós hoje seriam rídiculos. Talvez para o zeca não seja algo vergonhoso achar que marca de cerveja não é uma coisa sagrada à se respeitar, e que é uma não e uma canalhisse trocar uma pela outra. É tudo relativo.

  6. Ih…
    adivinha quem vai se candidatar a vereador nas próximas eleições!?
    ahehauehaheauhea
    ps: Marco, dá pra arranjar uma boquinha, sabe como é né.. office boy, servir café… qualquer coisa tá valendo e…

  7. Você pegou pesado chamando todos aqueles quem têm opinião diferente da sua de canalhas. Apesar de pensar que nem vc, achei que isso não foi correto.

  8. Concordo em 200% com os exemplos que você citou, mas no caso do Sr. Zeca Pagodinho acho isso uma falsa inocência… qualque um sabe já a muito tempo que aquilo que os famosos ou não ‘vendem’ na TV não se deve levar a sério, eles recebem (e muito bem) pra dizer que usam, que é o melhor, que isso ou aquilo. NO caso da cerveja, é isso mesmo, ofereceu-se algo ($$$$) pra que ele fizesse e ele fez, são negócios e nada mais que isso. Minha opinião é claro, concorda quem quiser.

  9. Isso se chama “mmmaldita mmmídia”, mméfilho! Para um povo que elegeu Collor para presidente, dizer que Zeca Pagodinho é um cara “ingênuo” é besteira.

  10. Você tem razão Marco, exceto por duas coisas: rescisão de contrato não é crime, por isso existe uma cláusula que prevê uma multa nesse caso. A multa foi paga e tudo foi feito dentro da lei, portanto, ao meu ver, não tem nada de errado. Segundo, generalizar e me chamar de canalha por achar que ele fez bem, não é legal. A Schin faria o mesmo se estivesse na pele e oportunidade da Brahma, e eu faria o mesmo no caso do Zeca. Brahma ou Schin? Nenhuma das duas. Pegava meus milhões e beberia Erdinger pro resto da vida.

  11. Como sou um garoto de poucas palavras(?), eu assino embaixo e mando ir para a trabalhadora de esforço sexual que deve ser a progênita do fulano que acha que você pegou pesado, que acha que honra é relativa e que acha que o Jeca Chatonildo tá certo. Gente assim tem mais. Mais é que se fo@#$ mesmo.

  12. Eu sou um canalha assumido. Jece Valadão é até meu ídolo, votei no Lula e estou até ouvindo umas músicas dos Valdick Soriano há há há … Fala sério. Ridícula é sua comparação da quebra de um simples contrato com crime previsto em lei. Corrupção, furto de luz, furto de sinal, tudo isso é crime e tudo previsto no código penal, mas quebrar um contrato não. Os exemplos floriram o seu comentário, porém foram exagerados, se é que foram sérios. Foram sérios ? Você tem credibilidade ?
    Imagine você alugando um imóvel por cinco anos e depois desistir por um motivo qualquer: violência, goteira, viagem, assombração, não importa o motivo. Basta você pagar a multa contratual e pronto. Você está livre daquela obrigação contratual e de morar num lugar onde você não se sente bem. Morar. Só alugar não serve. Obrigado por contrato, dormir (beber) num lugar por contrato deve ser horrível. Você perderia a credibilidade por isso ?
    Muitos que criticaram são bem hipócritas. Mas a grande maioria faria o mesmo. Muitos fazem até pior em seus empregos, pois ao contabilizar uma fraude, sonegar uma nota fiscal ou simplesmente concorrer perante um golpe, cometem crime. Procedimentos bem piores que trocar de marca de cerveja, pois desviam o dinheiro que seria destinado a sociedade: saúde, educação, habitação.
    O Zeca não. Ele apenas usou de sua prerrogativa de beber a cerveja que achou melhor.
    E o Nizan Guanaes soube ser convincente. Preparou um presidente. Preparar um garoto propaganda foi tarefa fácil.
    Todos estão apontando o dedão para o Zeca Pagodinho por ele ser uma pessoa pública. Mas a vida é dele e ela faça o quiser com ela.
    Queria muito ver o comportamento de cada defensor da ética e da lei, quando passam por um acidente e cometem omissão de socorro, os que criticam a violência, mas que financiam o tráfico ou tantas outras ações e omissões.
    Da vida pessoal de cada um, eu não me interesso. Podem dar a bunda, beber ou ler o que quiserem. Livre arbítrio.

  13. Concordo com você. Vivemos no país do auê, gostamos de aparecer como espertinhos. A nossa cultura não valoriza o trabalho e a honra, todo mundo corre em busca do dinheiro fácil. O famoso “jeitinho” brasileiro. É por isso que político não respeita povo, povo não respeita político. Fica o caos. O assessor do José Dirceu comete erro, os poucos que sabem do caso não se importam, a bolsa caí, vem a inflação e depois vem a célebre reclamação “A culpa é do governo”.

  14. Pois é, careca, pode vc ser um gordo-careca-que-usa-aparelho, mas ao menos não é canalha! Marco, sem hipocrisia: 3 “milhão” de dolar: vc andaria na rua de fio-dental???

  15. Acho que você precisaria ler um pouco mais os jornais para poder comentar com mais propriedade o assunto. Quer dizer, veria até que que não houve traição coisíssima nenhuma por parte do cantor. Procure se inteirar mais dos fatos, daí você conseguirá entender o que aconteceu.

  16. Honra talvez seja um dos únicos bens genuinamente pertencentes ao homem. Está no mesmo nível do conhecimento, por exemplo. Perder a honra é triste; não tendo honra, cria-se um canalha.
    Povo é um conceito estranho… E eu tenho pensado bastante sobre isso. Mas é discussão pra outro momento. O que é de fácil percepção é que vivemos num país cuja população é extremamente hipócrita. Onde todos se unem para falar mal, por exemplo, do conteúdo da TV, mas sem que haja qualquer movimento no sentido de modificar o status quo.
    O mesmo status quo que cria terreno fértil para atitudes como a do tal cantor. Vivêssemos numa sociedade cuja população soubesse admirar atitudes diametralmente opostas à dele, não haveria nem mesmo espaço para idéias como a dos profissionais publicitários que arquitetaram tudo isso.
    No fim, o que pretendia-se com a propaganda foi alcançado: repercussão nacional e a certeza de que quando estiverem sentadas num bar as pessoas que “apreciam com moderação” as tais bebidas, sempre haverá espaço na mente de cada um para pensar na concorrente de sua cerveja preferida.
    Palmas aos publicitários.
    Discutam honra e a situação da socidedade brasileira, mas não percam tempo com a atitude de um homem – ela por si só não diz nada. É só o modo dele enxergar as coisas. (E eu não estaria me preocupando com um homem que tem os bolsos lotados com alguns milhões – ganhos honestamente, diga-se de passagem.)

  17. Você tem posições muito retas.
    Será que mudar de opinião é coisa de canalha? Tá, o lance do Zeca entra grana, é publicidade. Mas do jeito que você escreve, parece que mudar de opinião já é canalhice. Parece que para você, as pessoas sempre têm que manter aquilo que pensam, sem jamais retificar suas opiniões. Você deu vários exemplos, posso dar um: roubar é crime.
    Existir gente passando fome não é?
    Pequenas coisas são crimes iguais, concordo. Meu pai me ensinou a devolver troco quando vem a mais, sem jamais ter me dito para fazer, ensinou fazendo. Mas não consigo ver o mundo tão preto e branco. Tão definitivo.

  18. Marco,
    o negócio é o seguinte: essa questão nem envolve tanto assim a honra dele. envolve a ética profissional, que se dá através do valores morais.
    neste caso, essa atitude (anti-ética prá caralho) pode não ser considerada crime, mas é de um desrespeito imenso especialmente com os consumidores, que são,visivelmente, chamados de burros. e eu acho que quem concorda com esse tipo de absurdo merece mesmo ser chamado de burro (e outros adjetivos menos bonitinhos).
    e o zeca, oras, que se dane ele e o dinheiro dele… vou ali tomar uma skol.
    saudade. beijos.

  19. Nice, mais uma vez você não entendeu.
    Tarci, eu não disse que era crime, só que era canalhice. Agora canalhice MESMO é querer empurrar Schincariol e Brahma pra gente. Eu quero é Original, caralho!
    Abu, por 3 milhões eu andava até pelado com o cu pintado de vermelho. Desde que isso não ferisse minha honra, é claro.

  20. Ele fechou um contrato que ia EXPERIMENTAR a Schin. Pode até ter feito um sinal de positivo, mas não significa que era sua favorita. Todo mundo via ele bebendo Brahma. Não era novidade pra ninguém.
    Muita grana, cada um tira seu sustento! Ele deve pensar que daqui um tempo ninguém vai lembrar da cara dele…

  21. Ora Marco, se fosse você, com certeza aceitaria. Isso é explicado pelo velho e puído (pórem, útil e verdadeiro) dito “É facil falar, fazer…”. Aposto que tudo isso ele fez como um simples negocio. Banal. Seria falta de Honra se, digamos, ele tivesse dito aquelas coisas (dizer que a cerveja é boa, etc…) de maneira sincera e depois fazer o que ele fez. Seria muita canalhise com certeza. É falta de honra, por exemplo, trocar de partido politico.

  22. É verdade, o Zeca Pagodinho não disse que gostava da cerveja, não disse que era boa. Simplesmente fez um sinal de positivo. Não falou absolutamente nada a respeito.

  23. Marco, sei que não tem nada a ver e sei que não é da minha conta, mas você vai ver A Paixão de Cristo? Imagino que já tenham feito essa pergunta algumas mil vezes…

  24. nossa, que absurdo!
    cara, eu tava vendo seus posts passados e queria saber OQUE vc tem contra as poesias que as mulheres fizeram do concurso com a SP trans? não vejo mal algum e não sei pq vc fez a zoação com uma parada legal dessa, que tem a ver com a cidade, e com o dia internacional da mulher!!!!!!!!! tem alguma razão ou era só pra zoar mesmo?

  25. Pois é.
    Quando eu vi a propaganda, eu senti vergonha. Não sei do quê, exatamente. Tipo uma vergonha que eu sinto quando vejo Jô Soares se fazendo em cima dos convidados. Tipo uma vergonha que eu sinto quando vejo o Gugu dando casa pra quem tem produtos dele dentro do barraco.
    *
    Mas, como eu disse no comentário do outro post, não acho que essa seja a postura da maioria das pessoas que viram o comercial.
    *
    E como não é uma coisa racional, não sei se é certo ou errado, enfim. Não cheguei a essa conclusão, ainda. Mas eu senti mesmo vergonha. Não gostei e não faria.
    Beijo. Saudade.

  26. Sinceramente, eu acho que isso foi mais uma grande tacada de mestre do Nizan. Era exatamente isso que ele queria, provocar polêmica, chamar atenção, contratar o mesmo artista que fez o comercial da concorrente. É o Nizan! Agora que ele já conseguiu fazer isso, vamos mudar de assunto…e se não fosse o Zeca seria outro…infelizmente a verdade é essa, todos tem o seu preço.

  27. Mas…pensando bem, gente, o Zeca gosta de cerveja, que mal tem ele fazer propaganda de cerveja…conheço vários brasileiros que tomam mais de uma marca…que mal tem tomar duas marcas e ainda ganhar dinheiro com isso????

  28. realmente, rescindir contrato não é crime. mas para fazer isso da forma certa, bastaria que o Zeca Pagodinho (ou a Brahma) depositasse o valor da multa contratual antes de fazer o segundo anúncio…

  29. Não disse que era isso, disse que parecia, por causa do jeito que estava(está) escrito.
    Mas deixa pra lá, se não ando entendo a “Explicação” do meu deus Drummond- algo realmente importante para mim, que dirá a opinião dos outros.

  30. é, cada homem tem seu preço e só morrerá honrado se, ao longo da vida, ninguém oferecê-lo, imagina se no japão vai acontecer algo assim. Lá os caras se matam por balelas como honra e respeito

  31. Nada mais honrado neste mundo que pensar no próprio umbigo… se o cara podia ganhar mais grana e beber mais cerveja, que diferença faz?
    De que adianta ele chegar na tv pregando fidelidade a marca X, e meses depois à marca Y, se qdo chega no bar o que descer é lucro?

  32. Como bem disse Gravatai Merengue, “vender o nome é uma atitude liminarmente canalha”. Para mim este é o nó górdio (credo!) de toda esta questão.
    Uma pessoa pública pode “vender” a sua imagem? Vamos conceder que sim. Excetuando os execráveis “depoimentos”, entendo que uma pessoa pública pode ceder sua imagem e sua voz para a vender produtos. Ao fazê-lo, ela se iguala ao ator, representa um papel e sendo assim é justo que receba remuneração. Mas não se exija que ela acredite ou seja coerente com o que foi contratada para dizer. Um ator que hoje é o “mocinho” amanhã será o “bandido” e ninguém vai acusá-lo de incoerência ou falta de ética, não é mesmo? Também, que não se cobre dela “fidelidade” a quem uma vez a contratou. Bobagem! Se admitimos que a imagem pode ser “alugada”, temos que admitir que hora ela será alugada para um, hora para outro.
    Voltando aos “depoimentos”. Existe coisa mais detestável do que ver uma pessoa pública em um comercial dando um “depoimento” encomendado (e em geral regiamente pago) sobre um produto? Ela acredita no que está dizendo? Ela chegou a comprovar as afirmações que está fazendo? Ela está agindo com isenção? Que credibilidade real um “depoimento” pode ter, sendo remunerado? Notem que a destinação do dinheiro (doação a entidades de caridade, por exemplo) não muda a essência da coisa: o “depoimento” continua viciado por ser encomendado e, principalmente, pela contrapartida financeira.
    Para mim, isso se constitui em abuso da própria imagem e só o meu espírito (ainda) democrático me impede de defender a completa proibição desta forma de propaganda. Mas a lei poderia, ao menos, proibir que estes “depoimentos” fossem remunerados, não?
    Leiam também o meu comentário ao post do dia 19 “Samba, Cerveja e Honra”.

  33. Caramba! Não gostei de ser colocado no mesmo saco dos canalhas. MA acho que vc exagerou, mas va lá, vc tem direito a falar o que quer.
    Mas vcs já pensaram em uma coisa: Se for pra crucificar o ZPacotinho, que o crucifiquem por ter feito a propaganda da Schin, pois todos sabiam que ele bebe Brahma, e portanto ele jamais usaria drogas pesadas como Schin (se bem que eu tb nao gosto de Brahma e nem da Original tá seu MA :)).
    Enfim, acho que é como um comentário acima, honra, canalhice, educação, é tudo relativo a uma época ou educação (nao falo de educação dada por pais, mas sim de regras de uma sociedade).
    Deixa eu parar, senão isto vira uma tese!

  34. Ah, e esqueci de dizer:
    Ontem um amigo meu disse, para explicar o fato de estar ao lado do Zeca Pagadinho:
    “É como vc mudar de empresa para ter um salário melhor. Ou vc ficaria no jornal do sindicato para sempre, apenas por ‘defesa de ideais’?”
    E durma-se com um barulho desses.

  35. Está na reportagem da revista Época desta semana que, apesar de ser copo da Schin, dentro tinha Brahma. ZP só toma esta cerveja. Os publicitários aceitaram.

  36. Putz, as pessoas não entendem nada!! Chegam a dizer que todo mundo sabia que o Zeca bebia Brahma. Ai, caralho! Falando o português bem claro, foda-se se ele bebe Brahma, Schin ou mijo; a questão toda, para mim, foi ele ter se aproveitado do fato de ter feito propaganda para uma nova cerveja para depois dizer que na verdade ela é uma bosta, e que a Brahma é que é boa. Pior ainda, com toda essa rapidez. Pra alguém que gosta tanto de fazer uma imagem de desprendido, ficou mais feio ainda. Zeca Pagodinho já tinha perdido qualquer respeito meu por causa desse novo estilinho de música dele, mas depois dessa..Pior ainda é perguntarem se é crime mudar de opinião. An? Bem-aventurados os ingênuos, né..Deles será o reino dos céus.
    Entenderam ou querem que eu desenhe?!

  37. Marco, no lugar do Zeca, vc não teria feito o mesmo? Se não, meus parabéns! Vc realmente é um cara de honra, um cara que não quebraria um contrato por 3 milhões. Te parabenizo. Eu teria feito o mesmo que o Zeca fez. Bem, como todos têm liberdade de pensamento, vc pode achar o Zeca um canalha mau-caráter, mas pense bem se vc não teria feito o mesmo…

  38. Pode me chamar do que quiser, Marquinho, mas minha opinião é: FODA-SE a marca de cerveja que o Zeca Pagodinho toma. Uma gigantesca mobilização nacional por causa da guerra da cerveja. ¬¬
    Na boa, o que a gente acha ou deixa de achar não vai mudar porra nenhuma, sempre foi assim. Eu quero é mais.

  39. É como a história do “rouba mas faz” do Maluf. Ouço sempre que tomo táxi, aqui em SP, em época de eleições. Tento rebater com “se o sr coloca uma faxineira em casa, e ela é a melhor faxineira do mundo, mas o sr começa a notar que algumas coisas começaram a sumir da sua casa, o sr demite a faxineira ou não?”. A maioria diz que sim, mas que no caso do Maluf é diferente!.
    *Suspiros desanimados*

  40. Depois de ler uns vinte comentários senti o impulso de vir aqui e dizer: parece-me bastante claro que o Marco Aurélio coloca Honra bem acima de Contrato. E essa diferença é fundamental. Por esse motivo parei de ler os comentários, pois a maioria parte do princípio de que se não houvesse contrato de papel, ali assinadinho, o Pagodinho estaria livre de julgamento e o Marco Aurélio não estaria falando de desonra. Estou certo, Marco?
    Abraço

  41. Rescindir um contrato ñ tem nada a ver com os exemplos que você citou. Não tem nada a ver com roubos, adulterações, maracutaias…
    Os exemplos que vc deu no post sim, esses são exemplos de canalhice, falta de honra e desonestidade. Esses exemplos eu aposto que a maioria dos LEITORES do seu blog concordam em gênero, nº e grau. Agora me responde uma coisa por favor: IMAGINA QUE VOCÊ TRABALHA NUMA EMPRESA E TEM ANDADO INSATISFEITO COM ELA. DAÍ VOCÊ RECEBE UMA PROPOSTA MELHOR (ENTENDA MELHOR COMO VC KISER, MELHOR SALÁRIO, MAIORES DESAFIOS…). VOCÊ DEIXARIA DE RESCINDIR O SEU CONTRATO (PEDIR DEMISSÃO) POR HONRAR A EMPRESA???? ISSO Ñ TEM NADA A VER C/ ÉTICA E SIM C/ LIBERDADE. O KRA EH LIVRE P/ ESCOLHER O Q EH MELHOR P/ ELE E P/ SUA IMAGEM.

  42. Putamerda!!! E como fico eu que acho o fim da picada qualquer sujeito decente fazer propaganda p’ra qualquer produto, seja cerveja, cola de dentadura ou provedor de internet? Tenho uma idéia: vou continuar vivendo da forma mais ética possível e continuar não dando bola p’ra propaganda nenhuma. Judia de mim, judia.

  43. Existe, de fato, um certo exagero ao conceder o título de canalha ao Zeca Pagodinho. Ele não cometeu nenhum crime previsto em nosso ordenamento jurídico. Porém, sua conduta foi eticamente reprovável, bem como desastrosa no concernente a sua carreira artística. Qual marca desejará relacionar seu produto com essa prostituta do samba?

  44. Seguinte:Zeca Pagodinho está sendo massacrado porque quis ser fiel a ele mesmo. Pô,o homem gosta da Brahma, mas foi convencido pela Schin a vestir a camisa deles, meio assim na marra. E depois, deixem a vida levar ele, oras!

  45. Não concordo.
    Não concordo e digo mais: acho que você exagerou, foi radical e longe demais.
    Pra não ficar filosofando demais e escrevendo um comentário interminável, vou considerar só alguns pontos:
    1- O Miguel Falabella e a Débora Bloch fazem propaganda do Unibanco, certo ? [Apenas um exemplo…] Certo. Quer dizer que se o Banco Real convencê-los a fazer propaganda pra eles, os mesmos seriam canalhas ?
    2- Um jogador que joga num time e tem seu passe comprado por outro time, que arca com as despesas de contrato, multas recisórias e etcs, é canalha ? Isso é praxe no futebol e ninguém sai crucificando jogador ou questionando a ética dos clubes nessa questão…[talvez deveriam, há muito tempo não se joga pela camisa mais…]
    Ora, nosso amigo Zeca Pagodinho trabalhou como GAROTO PROPAGANDA. E garoto propaganda presta o serviço para a agência cliente em questão. Se existe algum tipo de ‘cláusula de fidelidade’, é justamente para impedir a concorrência de se dar bem como o contratante em questão. Quem está errado nessa história, o Zeca, quem contratou ele a peso de ouro, ou quem fica dando pano pra manga ? É aquela velha história: só existe corrupto porque existe corruptor e só existe esperto porque existe otário. Feliz ou infelizmente, é verdade.
    Se for pra ser politicamente correto e questionar a ética, pra começo de história, não se poderia fazer propaganda de bebidas e cigarro. Ainda bem que o mundo ainda não chegou nesse nível de hipocrisia…
    E não, Marco. não sou canalha. Você pode até achar, mas aí é opinião estritamente sua [exagerada e radical, a meu ver].
    Um abraço.

  46. Suponhamos que Marco Aurélio dos Santos , graças à popularidade alcançada pelo seu blog, tenha sido convidado para dizer num comercial que prefere os automóveis da Volks, muito embora ele tenha um Fiat. Para dizer essa mentirinha, ele receberia uma sifra de 5 dígitos. Tempos depois a própria Fiat o procura com os mesmos propósitos, só que a sifra agora era de 7 dígitos, ou seja pelo menos cem vezes maior que a sifra anterior, e dessa vez era para dizer que ele preferia os carros da Fiat , o que como já sabemos é verdade.
    A pergunta que não quer calar: recusaria Marco Aurélio dos Santos quantia tão tentadora, só para não ter de se desdizer, ainda que desdizer-se nesse caso seja confessar a verdade? Qual é a atitude mais nobre, manter uma mentira dita antes em troca de dezenas de milhares de reais, ou confessar a verdade por alguns milhões??

  47. Eu acho que a vida eh muito mais dificil e cruel do que a disputa entre duas cervejas – uma delas ja reconhecida e outra q eh uma merda soh -por um sambista q ja há alguns anos eh um marketeiro, vendido e sem escrupulos. Acho que tudo isso foi tudo uma grande jogada de marketing para as duas cervejas aparecerem, venderem e todos ficarem ricos e felizes enquanto voces, e todos os programas de tv ficam felizes, falando sobre o q eh certo ou errado, ou disputando quem fez menos coisas erradas na vida ou quem tem mais razão nas divergencias de opinião…
    É engraçado ver essas coisas num país que tem a maior carga tributaria do mundo e a população naum tem capacidade mental nem pra perceber que jogar papel na rua naum eh uma coisa legal.

  48. O problema é que essa imagem simpática de malandro (ou a de malandro simpático) que o Zeca tem atenua qualquer merda que ele faça. Ele não leu o contrato com a Schin e muita gente acha normal. Ele troca de “pele” assim do nada e no início pode ser engraçado, mas agora ele se queimou bonito. A honra e a fidelidade nesse país acabou faz tempo, sabem os jogadors de futebol? Então.
    È triste.

  49. Não li todos os já 75 comentários ao seu post. Portanto não sei se estou sendo redundante.
    Concordo com o seu ponto de vista sobre o comportamento do indivíduo. Além de ser anti-ético ele querbrou um contrato !!
    No entanto:
    Fator 1 – ele pode.
    Fator 2 – ele fez.
    Isso é inegável. Se fez é porque pode. Não vai deixar de vender CDs por causa disso. E é isso que revolta você e todos os que concordam contigo.
    Acho deplorável ver os brasileiros crescerem assistindo a esse tipo de exemplo, mas não temos censura. Além disso, a nossa imprensa não se presta ao papel de mitigar ações anti-éticas (pelo contrário…).
    É a triste sina de viver no país do jeitinho. Não gosto do “politicamente correto” americano, mas acho melhor que o “quanto pior melhor” brasileiro.
    Tem jeito de mudar isso ? Tem. Mas isso é assunto para outra chicotada…

  50. Patético. Nenhuma palavra se adequaria melhor para descrever o comportamento de pessoas que “relativizam” tudo, inclusive a própria honra.
    Seu texto enxuto e sensato diagnosticou o mal que assola nosso país: para a maior parte das pessoas, o conceito de ética e honra está ligado ao quanto elas podem embolsar.
    Trabalho no meio publicitário e posso dizer que apesar da promiscuidade que nele reina, a maioria dos profissionais da área realmente se sentem enojados com a postura dos envolvidos.
    Triste demais isso.

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