Neos

Ontem eu fui ao cinema. Nem pretendia ir, saí tarde daqui por causa de um vírus maldito. Enfim, resolvi ir ao cinema. Comprei ingresso para “Carandiru” e fui comer alguma coisa enquanto não dava a hora da sessão.
Estava eu na praça de alimentação saboreando umas porcarias, quando passaram três sujeitos vestidos de preto, de sobretudo e óculos escuros. Matrixers, conforme o Pedro disse dia desses (não sei se o termo já existia ou se ele inventou). Tive que conter um ataque de riso, mesmo porque não queria borrifar guaraná na senhora sentada à minha frente. Será MESMO que aqueles caras vestidos de Neo (um deles tinha até o mesmo corte de cabelo do Predestinado) não percebem o papel ridículo que fazem? Ainda se fossem adolescentes eu dava um desconto, adolescentes têm essa coisa de andar em grupos homogêneos e seguir certos padrões inspirados em seus ídolos. Mas os três tinham aproximadamente a minha idade e, por favor, esse tipo de presepada não pega bem para homens de quase trinta anos. Oras, vocês sabem o quanto eu gosto de João Gilberto. Nem por isso ando por aí de terno azul-marinho, camisa branca e gravata.
Hum… Mau exemplo…
Ah, já sei. Sou fã do Chico Buarque. Idolatro mesmo o cara. Mas não saio por aí com um par de olhos ardósia e um sorriso aberto de dentes brancos comendo tudo quanto é mulher. PORQUE EU TENHO PERSONALIDADE!

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