Da arte de contar histórias

Eu sempre gostei de histórias. Acho que isso fica bem claro aqui. Mas nunca consegui dar o tempero certo ao contar histórias eu mesmo. Fica sempre faltando ou sobrando alguma coisa, nunca fica no ponto exato para pegar o leitor/ouvinte pelo colarinho e fazê-lo acompanhar sedento a narrativa até o final. Minha avó materna tinha a manha. Eu gostava de não assistir os filmes que passavam na TV, só pra ela me contar depois. E, creiam, a versão contada por ela era sempre melhor que a original. Eu ia assistir o filme depois e me decepcionava. Isso fora todas aquelas histórias que ela trazia não se sabe da onde, se do folclore sergipano ou se da cabeça dela, sei lá.
Aí quando eu vejo alguém como o Zezinho, que claramente tem esse talento para contar causos, dizer que não tem o dom, minha vontade é de esganar o filho da puta. Quando nos reunimos todos — geralmente no meu aniversário — o Zé conta sempre as mesmas histórias, e se não contar a gente reclama. Porque ele dá um tal brilho aos fatos, e vê tantos ângulos inusitados, que eu, mesmo sendo protagonista de muitas histórias (ridículas) contadas por ele, quero ouvir sempre mais. Porque eu sou muito mais interessante quando sou personagem do Zezinho.
Zé, vai fundo na sua nova carreira de ficção. Cê é bom, cara.

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