A praga dos furúnculos

Dias depois, Moisés e Arão compareceram mais uma vez ao palácio para falar com o Faraó.
— Ai meu saco! Vocês de novo? Ainda não perceberam que não vão conseguir me convencer?
— F-F-F-Fa-Faaaaaaaaaaa… Fa-Faaaaaaa… Fa-Fi-Fo-Faaaaaaaa…
— ARGH! Arão, fala você. Teu irmão me dá nos nervos.
— Tudo bem. O senhor viu o que aconteceu com os animais. Continua dizendo que não vai nos deixar ir?
— O que você acha? Oras! E daí que os animais morreram? Foi um grande prejuízo, é verdade. Mas prejuízo maior seria abrir mão de toda essa mão-de-obra escrava.
— O senhor é quem sabe. Moisés!
Moisés chegou mais perto e lançou no ar um punhado de cinzas.
— Ai, porra, que é que vocês tão planejando agora? Vão transformar todo o Egito num enorme cinzeiro? Bah!
— E-E-Espere e ve-verá…
— Tô esperando. Ainda não entendi qual é a idéia. Alguma coisa do tipo “Deixa os hebreus irem, se não a gente vai sujar todo o palácio”? Que bobagem! Já disse, vocês são engraçados. Ai ai… Ai. AAAAI! Que coceira na bunda! Porra, tá sangrando. Tô com um furúnculo no rabo, era o que me faltava…
— Olha no espelho, Faraó. Também tem um furúnculo bem grande no meio da sua testa, e tá jorrando pus.
— PUTA QUE PARIU! Mas agora cês se deram mal: Eu readmiti o Mister M! Vou ligar agora mesmo, ele vai vir aqui e vai fazer esses furúnculos desaparecerem. Alô! Mister M? Vem aqui pro palácio agora, mostrar pra esses hebreus quem é o paladino de todos os mágicos do Egito… O quê?… Como não pode vir???… Eu tô mandando!… Não consegue andar?… Furúnculo?… Onde?… Ok, ok, poupe-me dos detalhes… Tá, tchau. Malditos hebreus, o que vocês fizeram dessa vez?
— A praga dos furúnculos está atacando todo o Egito, tanto as pessoas como os animais que acabaram de comprar. E assim continuará, até que o senhor deixe o povo de Israel ir ao deserto.
— Praga dos furúnculos? Isso já tá começando a parecer pegadinha do Mução… PORRA! Olha, meus braços estão cobertos de furúnculos! Minhas pernas! Meu peito! MINHA CABEÇA!!! QUE NOJO!!!
— Agora o senhor vai dar sua permissão para…
— NÃO! Eu sou o soberano do Egito! Não vou sucumbir só por causa disso! Sumam daqui os dois!

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