Fim-de-semana macabro


Olhem bem para esta foto. Tínhamos acabado de chegar à casa do Tonon em Mongaguá. Essa aí de costas é a Loira. O Risadinha bateu a foto e o Tonon estava na sala escolhendo um CD para ouvirmos. Tudo maravilhoso: cerveja, mulher gostosa, rock’n’roll… Só que segundos depois do momento em que essa foto foi batida, faltou energia na casa. Ouvimos um estouro e passos no quintal. Desespero. Fomos ver se o disjuntor tinha caído ou qualquer coisa assim. A cena com que nos deparamos: o medidor de energia caído, os fios soltos e um alicate jogado no meio da zona toda. Era pra gente ter tirado foto, mas e o medo? Botamos as malas de volta no carro e fomos para o centro de Mongaguá. Só havia um boteco aberto, com um banheiro unissex cuja porta era daquelas de box. Ficamos lá até amanhecer, porque não seríamos doidos de ir dormir naquela casa onde só deus sabe o que nos esperava. Um maníaco, talvez, com um machado na mão e uma máscara de hóquei na cara.
De manhã, quando chegamos à casa, notamos que não havia fios cortados. A maresia corroera os parafusos dos disjuntores, de modo que os fios acabaram por escapar. O alicate, todo enferrujado, devia ter sido colocado por alguém ali para segurar a gambiarra toda que tinha sido feita para manter as coisas no lugar. Um coquinho havia caído da árvore, derrubando o alicate. Isso desmantelou o relógio e fez escapar os fios. Depois o coquinho saiu rolando pelo chão, e esses foram os passos que ouvimos.
Tá, contando agora é um puta negócio besta. Mas queria ver vocês lá.

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