Ah, como era grande

É claro que eu comprei a Superinteressante para ler o artigo da Clarah sobre o único assunto que nunca se esgota: tamãedupau. Li e ainda não entendi as razões para tamanha celeuma (celeuma!). Esperava algo mais radical, talvez uma tabela de medidas (Se você se enquadra nas dimensões especificadas na primeira linha, não insista, suma da minha vida) ou uma sugestão de se propor o aborto obrigatório de fetos mal-dotados. Nada disso: Apenas um texto falando o que todo mundo já sabe mas finge que não.
Ora, por deus, pela virgem maria, por todos os orixás, quem é que ainda não sabe que tamanho é importante? Pense bem: Se tamanho não importasse, nós homens já teríamos parado de nos preocupar com isso há muito tempo, e ninguém mais falaria desse assunto. Mas pegue qualquer revista masculina, qualquer uma, e você vai encontrar cartas assinadas com pseudônimos com variações da mesma velha pergunta: “O que que eu faço com esse meu pau tão pequeno???” (o pior é que nem dá pra responder como merecido: Não alcança).
E olhem que não ganho nada dizendo isso. Nem São Longuinho pra achar minha uva passa nas manhãs frias. Quando eu digo “Pega no meu” (e o digo com freqüência assustadora), estou na verdade levantando uma questão metafísica. Ou seja, defendendo a tese de que tamanho é importante, corro o risco de cortar pela metade minhas chances de comer alguém. Mas nem ligo, mesmo porque metade de zero é zero.
E o texto da Clarah nem mesmo se prende a questões meramente caralhais. Com habilidade, ela se utiliza da tese para falar sobre uma questão muitíssimo mais importante, como qualquer um poderá conferir comprando a revista. Mas sabe como é homem: O assunto pode ser o tamanho do pau-de-sebo da quermesse, mas pronto, já corre pro banheiro de régua na mão.

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E já que estamos falando disso, a melhor história sobre tamãedupau é de autoria da Loira. Trocávamos emails sobre o assunto, talvez na vã esperança de esgotá-lo, quando o Risadinha levantou uma questão pertinente: Se tamanho importa, por que tantas mulheres dizem o contrário? A Loira, com aquela cara-de-pau que só ela tem, respondeu de pronto. Infelizmente eu perdi o email, mas era mais ou menos assim:
Meninos, acho que já está na hora de vocês saberem. Em março de 1931, aconteceu o Primeiro Congresso Feminino. Discutindo sobre a insegurança masculina quanto ao tamanho do pênis, as congressistas acharam por bem começar a espalhar esse boato de que tamanho não importa. Foi assim que nasceu essa lenda na qual tantos homens ainda hoje acreditam.
Eu sei que essa discussão evoluiu a partir daí e chegou a outro tabu masculino, a velha história de quantidade X qualidade. Um de nós (provavelmente eu, o mais broxa) deixou escapar a frase infeliz, “Melhor uma bem dada”. Pra quê? A Loira só respondeu: “Meninos, meninos! Em agosto de 1942…”

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