Sonhos sonhos são. São?

Às vezes eu acho que preciso de um cara que nem o José. Não, pervertidos, não é nada disso que vocês estão pensando. Tenho uns sonhos esquisitos e seria legal ter alguém que os interpretasse.
Por exemplo: de sexta pra sábado eu sonhei que eu e o Tonon matávamos um rato na casa da minha avó. A gente ficava chutando o rato, eu chutava pra ele e ele pra mim, até o bicho morrer. Aí a gente colocou ele num saco plástico e jogou em cima do abacateiro. Só que depois a gente via na TV que o rato tinha ganhado um Oscar e era muito famoso, e aí foi uma merda.
Mas pior mesmo foi o de sábado pra domingo. No meu sonho, a entrada para o céu ou para o inferno ficava numa gráfica. De madrugada, antes de começar o expediente normal da gráfica, o anjo Gabriel ia pra lá e ficava recepcionando os recém-defuntos e encaminhando-os para o céu ou o inferno, conforme o caso. Cada um que chegava tinha que assinar um livro de visitas e um cartão que estava com o Gabriel. E era assim: o cartão de quem ia para o céu tinha várias anotações em azul; de quem ia para o inferno tinha um barquinho desenhado em vermelho. Para ir para o céu você ia pela porta dos fundos, e para o inferno subia uma escada.
Pois bem, eu e o Carmeli (camarada que trabalha comigo) morremos e fomos para a gráfica-porta-do-céu-e-do-inferno. O Gabriel recebeu a gente muito bem, cara legal. Aí entregou o cartão para o Carmeli, e era todo cheio de anotações em azul, e o Carmeli foi pro céu. Depois o Gabriel me chamou, e meu cartão era também todo em azul, mas no fim tinha carimbado em preto: “DESISTIU”. O anjo me explicou:
— Era pra você ir pro céu. Mas você desistiu de acreditar em deus e a coisa toda, então vamos ter que te mandar pro inferno. Desculpe.
— Que é isso, Gabriel, eu entendo. Dá aqui o papel para eu assinar.
— Puta negócio chato, né?
— Que nada, é seu trabalho.
Eu assinei a papelada e já ia começar a subir para o inferno. Mas aí chegou o dono da gráfica e pegou todo mundo. O Gabriel ficou sem graça pra caralho, mas o dono da gráfica era legal, falou que não tinha problema e começou a mostrar pra nós os trabalhos dele, entre os quais o convite da minha formatura do segundo grau.
José! Cadê você???

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