Eu me lembro/Do dia em que você entrou num bode/Quebrou minha vitrola/E minha coleção de Pink Floyd (Raul Seixas)

Vocês viram o post Pink Floyd e a ontogênese no blog da Bárbara? Ora, ora, ora! E pensar que a pessoa mais inteligente que eu conheço já passou dos quarenta, não se cansa de ouvir Pink Floyd e agora vai ter que jogar toda a coleção fora. Que preju pro meu tio Zé Augusto… E eu, pobre de mim? Quase trinta anos nas costas e ouvindo Pink Floyd!
Já vou logo dizendo que acho uma merda tocar Pink Floyd no rádio, assim como acho uma merda tocar Led Zeppelin. Quem gosta dessas bandas tem os discos, pode ouvir as músicas quantas vezes quiser. E todo mundo sabe que música pop não é minha praia. Minha “evolução pop” começou com os anos 80 (das poucas vezes em que fui contemporâneo das músicas que ouvia), voltou para os 70, pulou direto para os 90, depois descobri os anos 60 e os 50 e comecei recentemente — influenciado pelos senhores Lucio Ribeiro, Daniela Macedo e Denis Tonon — a ouvir as bandas novas, mas já me enfastiei e voltei para João Gilberto e Chico Buarque, que não me cansam nunca mesmo. Claro que de tudo sobrou alguma coisa: Chuck Berry, Elvis, Rolling Stones, Beatles (pouco), The Who, Led Zeppelin, Pink Floyd, Sex Pistols, Ramones, The Cure, Nirvana, Pearl Jam, Belle & Sebastian… Ao contrário do que acontece na ontogênese, eu não preciso descartar as fases anteriores. Aliás, é saudável mantê-las. Claro que a gente vai selecionando. Por exemplo: no longínquo ano de 1979 eu tinha 4 anos de idade e só queria ouvir “Sandra Rosa Madalena”, do Sidney Magal, e “Não Chore Mais”, do Gilberto Gil. Com o tempo, descartei o Magal e mantive o Gil (imaginem o desastre se acontecesse o contrário).
Ah, ficou confuso isso aqui. No fim das contas, é o seguinte: o post me fez lembrar que estou chegando aos trinta anos. Deprimente.

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