No princípio criou deus o céu e a terra.
Deus existiu desde sempre, mas sem consciência disso. Sua existência era um sono povoado por sonhos difusos. Mas uma vez ele teve um sonho muito claro: sonhou que tinha criado a luz, o céu, a terra, o sol, a lua, as estrelas, os mares, os peixes, os animais terrestres, as aves, o homem e a mulher. E viu que tudo era bom. O sonho foi tão intenso e tão surpreendente para quem vivia no meio do Nada absoluto, que ele chegou a entreabrir os olhos. Ao fazê-lo, percebeu que tudo havia se realizado. Sem entender o que estava acontecendo, pensou “Só me faltava essa…”, virou pro outro lado e voltou a dormir. E o resto vocês já sabem: tá lá, dormindo até hoje.
Ou então: ele acordou com uma música muito chata na cabeça e decidiu, “Melhor eu fazer alguma coisa, tô ficando irritado com essa merda”.
Gomorria desavergonhada
Talvez agora seja tarde demais, mas fiquei sabendo que esse negócio de blog é uma promiscuidade da porra, eu ponho seu blog no meu blog, aí você põe o meu blog no seu blog, aí nós dois botamos o blog de fulano nos nossos respectivos blogs e fulano faz o mesmo por nós, assim como sicrano e beltrano, que não poderiam ficar fora dessa, por mais que quisessem. Resumindo, é uma lambança entre blogueiros que faria corar o mais empedernido dos gomorritas.
Ora, por favor, sou um rapaz respeitável, de formação protestante tradicional, não devo ser exposto a esse tipo de putaria. A outros tipos, sim, podem expor-me à vontade.
L'aventure commence, como diz aquela mina do Pulp Fiction
Pois é. Aqui estou eu fazendo blog. Quem diria. Eu não queria fazer blog. Juro que não. Tô falando que não, porra! Imagina, fazer blog… Parece que é algum barulho que o cara faz. “Olha, aquele ali faz blog”. “Sério? Por onde???”.
Triste, triste. Mas meu cérebro anda sofrendo um ataque de escorpiões sádicos e eu preciso fazer algumas punções no pobre coitado pra deixar escorrer o veneno. Ou vai ver nem é nada disso, vai ver é só a viadagem de sempre.
De um modo ou de outro, sejam quais forem as conseqüências, a culpa é da Bárbara, que tanto insistiu para que eu me tornasse essa abjeção, um fazedor de blog. Humpf!