Escritor sou eu, porra!

Estava vendo o Fantástico agora há pouco, e fiquei sabendo que a “escritora” (muuuuuitas aspas) Ilana Casoy foi a ÚNICA pessoa fora da polícia autorizada a acompanhar a reconstituição do chamado “Crime do Brooklin”.

Explico o porquê das aspas: a mulher escreveu um livro, Serial Killer: Louco ou Cruel? em que narra casos de serial killers célebres. As histórias são muito boas, mas durante a leitura estranhei a diferença de tom entre as narrativas do livro e o posfácio escrito pela autora. No livro, as histórias são escritas de forma concisa e rigorosamente científica. O posfácio soa imaturo, cheio exclamações e reticências desnecessárias, além das irritantes fugas para explicações meio religiosas, como na frase em que explica a razão de ser do livro: “OS MORTOS TÊM QUE PODER CONTAR O QUE LHES ACONTECEU, TÊM O DIREITO À VERDADE E À JUSTIÇA” (Assim mesmo, tudo em maiúsculas). Terminado o livro, resolvi visitar os websites que a autora cita como fontes. Foi um susto: encontrei as mesmas histórias, narradas exatamente da mesma forma e na mesma ordem que no livro. Exceto pelo fato de estarem em inglês, os casos eram contados nos sites exatamente como no livro. Ficou claro para mim que o livro era mera tradução de textos disponíveis na Internet.

Até aí, azar meu: dei dinheiro para essa impostora, quando poderia muito bem ter lido os textos de graça. Minha reação resumiu-se à raiva típica dos otários quando caem num conto do vigário. Mas comentei o caso com o Jaime que, com sua alma inquieta e questionadora, resolveu ele também comprar o livro (enriquecendo mais um pouco a cara-de-pau) e fazer as comparações com mais cuidado. Muito mais revoltado que eu, ele resolveu fazer um site, The Serial Copier, em que desmascara com grande número de provas essa pseudo-escritora, que publica um livro, vende que nem água e ainda ganha espaço no Fantástico, enquanto escritores de verdade, como o Jaime, precisam vender o corpo para sobreviver. Isto é uma ver-go-nha, como diria aquele parente da escritorazinha.

7 comments

  1. caralho! isso tem que ser denunciado, trata-se de uma co´pia extremamente barata, um pla´gio de verdade.
    Impressionante como a “””””escritora””””” ainda fazia questa˜o de dizer que estudou e pesquisou muito antes de escrever o livro na reportagem ao Fanta´stico.
    Pesquisou sim. No Google. E so´.

  2. Nunca tinha ouvido falar dessa senhora ai´. Mas, provavelmente, ia acabar ouvindo, pois e´ impressionante como a mi´dia exalta porcarias.
    E nada mais parece ser confia´vel depois que inventaram o Google.

  3. Ela mandou e´ muito bem! Quase na˜o teve trabalho e esta´ faturando muito e recebendo atença˜o da mi´dia. Voceˆs esta˜o putos pq na˜o tiveram a ide´ia antes! ;-))

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