Voa, voa, chapeuzinho
Hoje protagonizei um episódio que me levou a concluir que sou Mercúrio, o deus cujo chapéu tinha asas. Ou isso, ou sou um tremendo idiota. Tirem suas próprias conclusões, mas antes devo voltar um pouco no tempo.
Início deste mês, voltando de Paraty, resolvi descansar um pouco numa parada qualquer da estrada. Eis que salta-me aos olhos a monstruosidade que é aquele Frango Assado (a parada rodoviária, não a posição sexual) da Carvalho Pinto (o ex-governador, não o trocadilho). Comi lá uma coxinha, tomei uma coca-cola, um café. Ia saindo e meu olhar foi atraído por uma prateleira que exibia chapéus. Entre os chapéus, uma fileira de boinas pretas, de lã, daquelas tradicionais. Eu sempre quis ter uma boina, então achei que seria um bom memento da viagem empreendida naquela semana. Então foi com alegria que peguei a estrada de volta a São Paulo devidamente alimentado, cafeinado e com um novo adereço de cabeça.
A boina fez sucesso. Minha mãe disse que eu parecia Seu Júlio, meu avô paterno. No trabalho, vários me compararam a seus avós. No geral, todo mundo gostou. Minha sobrinha, ao ver a nova peça do vestuário do tio, insistiu com a mãe para que lhe comprasse um chapéu.
O tempo em São Paulo é essa coisa maluca: começou a fazer calor e a boina passou umas semanas dependurada no puxador do guarda-roupa. Mas eis que hoje acordei, notei que fazia frio e decidi que era um bom dia para ostentar novamente meu visual europeu-retrô, ou qualquer veadagem assim. No trabalho, disseram até que eu estava charmoso, que é o que o feio consegue ser quando é feio de um jeito diferente. Maravilha.
Saio do trabalho, vou para a faculdade. Chego atrasado e sou saudado por alguns gaiatos com assovios relutantes. Eu, então, numa demonstração de maturidade, dou uma requebrada de stripper e lanço a boina no ar (ter assistido The Full Monty no fim-de-semana também não ajudou muito).
Ah, meus amigos, a crueldade do destino! O desgraçado do chapéu traçou uma graciosa curva no ar, e depois, numa folha seca digna do velho Didi, caiu na única fresta aberta na janela. São janelões imensos ocupando toda a lateral da sala, dez metros de janelas, com quinze centímetros de abertura disponível, e obviamente o boné maldito foi cair por lá. Deve ter ouvido o grasnar ancestral, o chamado primevo das boinas selvagens que em agosto migram para os Açores.
Sei que a combinação da situação com a metamorfose ocorrida na minha cara — de cínico stripper a pateta atônito — causou um intervalo de dez minutos na aula. A sala veio abaixo, gente que nem falava comigo começou a me chamar de Boina, a professora quase se suicida, o diabo.
Bom, a boina perdeu-se para sempre; deve estar agora mesmo sobrevoando o Atlântico. Eu perdi o respeito que meus 32 anos me fariam merecer. A professora me odeia e já percebi que, se depender dela, vai ser um longo semestre.
É isso. Só queria compartilhar com vocês mais essa desventura.
Que bom saber que não sou só eu que faço essas m****s por aí….
Estou aqui as gargalhadas. Só mesmo tão inusitado episódio, para me tirar do anonimato de leitora do blog. Lembrei de uma cena do Férias Frustradas na Europa com o canastra do Chevy Chase. Na França ele chega vestido a caráter com sua boina e sem querer, joga a tal do alto da Torre Eiffel. Ato continuo, um cachorrinho de madame, salta da torre em busca da boina. Resumo da opera: fico feliz por você não ter voado pela janela 🙂
Beijo
Eu voto na opção idiota.
É por isso que eu sempre ando com meu apito de chamar boinas no bolso. Nunca se sabe quando ele vai ser útil.
HAHAHAHAHAHAHEHEHEHEHEHEHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA COMO É QUE VC CONSEGUE? Fazia tempo que eu não ria assim, vou acaber sendo mandado embora!
AHAHAHAHAHHAHAHHAHHAHAHHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHHA!!!!!!!!!!!!!!!!
Muito louco, ahahah!!!! Vc é um completo sem noção, ahahahahha.
Ta fudido, e olha que isso vai ser lembrado até depois que a faculdade acabar. Pode se preparar pra colar grau como o “boina”
Ah, não! A boina não!
NÃO ACREDITO!
:’-(
Realmente, muita coisa mudou. Mas algumas delas permanecem inalteradas depois de tanto tempo…
Sala de jornalismo, pessoa querendo fazer gracinha, professora ardilosa, mancada federal…
É Marco, você será lembrado para sempre. Vai por mim, experiência própria. hahaha
Putz…
Este post me fez lembrar os tempos de cursinho pré-vestibular. Um dia, um gaiato soltou uma galinha (a ave, não uma mulher “assanhada”) dentro da sala de aula! Resultado: o professor não conseguiu terminar a aula por conta da anarquia que passou a reinar no recinto e uma dúzia de carteiras sujas com bosta de galinha (fora a expulsão do mané que soltou a pobre ave).
pfffffffffffffffffffffffff…..aehuahiaehiaehaeuheuiehaaeuh…
Faculdade: o periodo mais marcante de nossas vidas… bom, pelo menos, da sua…rs
se mirasse não acertava. joga na mega que tá trinha milha, véio.
Bonilha, eu estudei com o Marco faz uns 15 anos. Até hoje ele é lembrado pelas coisas que ele aprontava em sala de aula… Por isso que eu disse: tanta coisa muda, mas algumas permanecem inalteradas.
Calúnia! Calúnia!
Nazareno, te desafio a dar um exemplo!
Desculpa, pessoal, mas eu estava lá (Ahahah!). Vocês tinham que ver a carinha de Fred Astaire quando jogou a boina e a cara de Arrelia quando viu a boina voar para o Atlântico.
Bijunda, irmão!
Sua sala tem janela para o mar???? Ai que delicia…
Sim, Darlana. E as boinas migram para os Açores em agosto.
HAHAHA……
Muito boa essa!!!
Como vc conseguiu algo tão extraordinário???
rsrsrs….
beijos
E ainda ganhou apelido…
Pense sempre que podia ser pior…. vai que a boima voa na cara da sua professora?
“Deve ter ouvido o grasnar ancestral, o chamado primevo das boinas selvagens que em agosto migram para os Açores.”
asdghahsdtahgsfdasgdfahgs, adoro.
Senhor!!!!!
É por essas e outras que eu não consigo parar de ler isso aqui.
Beijim
PS. Lelê, conta aí, vai!
Boina…. ops, Marcurélio, tô rolando de rir… consegui visualisar a patuscada toda. Só queria estar presente para ver a tua cara… Faz mal não.. distribui boinas de presente na tua turma que ganharás alguns pontos. Só não esquece de aparar as asas das mesmas antes, kkkkkk…
Deus castiga.
huihiauhuiwhuiahuiHHAEUAHEIUHEIAU
MARCURÉLIO, MISIFI!
SUNCÊ NUM SABE QUI NUM PODE BRINCAR COM A COBERTURA DE TELHA?
ABCS E SE EU ACHAR UMA DESSAS NUMA PARADA DA ESTRADA EU MANDO PRA REDAÇÃO. ABCS
Caiu no mar?
Mas peraí, você não está em SP? Não entendi ou me equivoquei?
Boinas…pfff…as boinas são mesmo coisas anormais…aconteceu algo parecidso comigo esse dias…mas a minha boina recebeu um tiro….numa festa que fui usando o estilo antiquado e “charmoso” que a boina deixa em pessoas de pouca perfeição facial!… qdo jogui a boina pra cima num gesto de euforia da música…pow..começa o tiroteio…minha boina voou…fui atrás..e quando a encontrei, pisoteada pelo povo fugindo dos tiros… jazia ela com um furo atravessado… e perguntei…pq fostes “avoar”?…. pena…fiquei sem boina..mas comprei um chapéu novo..e estou feliz!! esse pelo menso não voa!!!
Saudações!!! e condolêcias pela perda da boina!!
Como usuário de boinas, solidarizo-me com vosso infortúnio.
Vai ser azarado assim na putaqueopariu. Parece até eu.
Nego, por favor, colocar fotos suas com a boina no blog!!!!!
um abraço meu véio!
HuahauahauhauahUAHAUhauHAUhauahauahUAHuahUAHuahaHUA!!!!!! Não consigo parar de rir. Boina, és mesmo um pateta. Por isso que eu adoro esse blog!!!!!
Desgraça pouca é bobagem!
Agora, fala a verdade, com essa sorte toda que tu teve, não fez nem um joguinho na Mega-Sena? Porra, vai por mim, deveria ter jogado e certeza que ganharia!
E tu já sabe o que faria com a grana, não é?
Compraria outras boinas e, claro, várias balas jujubas (não podem faltar).
Tá lá, vc de boina com um saquinho de papel repleto de balinhas jujubas.
AhuahuHA
Abraços
Liga não, na rua do seminário, próximo ao correio, tem uma loja com todo o tipo de boina, tenho três, uma delas comprei lá, as outras duas comprei em Lindóia.
Abraços!
isso me lembra o dia em que eu apresentei o trabalho de metodologia da história com um oculos grouxo marx.
sim, aqueles mesmo que tem o óculos, narigão e bigode!
corélio, por essas e outras que eu tenho profundo respeito por ti, rapaz!
Charmoso é o caralho!!! Ficou parecendo os “seguranças” do Public Enemy!
Sem contar que isso é tudo mentira. Você mandou fazer sua boina sob encomenda ou então passou na “Gordo Elegante” pra comprar uma do tamanho da sua cabeça.
Ah… pior foi comigo na faculdade. Além de ser expulso da sala duas vezes de tanto rir, tinha uma professor de Moçambique que falava com aquele sotaque que é bastante peculiar, já que meu pai vem de Póvoa do Varzim. O fulano nutria um ódio inexplicável por minha pessoal. Eis que um dia ele parou a aula para perguntar se eu queria ser o hímem (disse isso querendo falar He-man) para explicar o que estava querendo dizer. Resumo… fiquei uns dias conhecido na faculdade com o Hímem.
Abraço
Edu
Hahahahah… bom ficou com cara de bunda na frente da galera?, bem feito!!!! eu sei como é complicado, já fui seu estagiário e quando fazia merda, vc falava alto pra todo mundo rir da minha cara…. hahaha
[ ]’s Pedro
Não se sinta só. Veja como tudo pode ser pior: no meu caso, ao invés da boina foi uma garrafa d´água (cheia), que passou pela mesma fresta inimaginável, em uma sala do décimo andar. Pior que isso, o “lançamento” da garrafa ocorreu diante de uma sala com uns 70 alunos. Ainda pior, a aula nem tinha começado quando a garrafa se evadiu, o que me obrigou a dar a aula toda pensando que a qualquer momento viriam procurar o responsável pela queda da garrafa que teria atingido a cabeça de alguém lá embaixo, causando morte imediata. Para completar, durante a aula passaram 3(sim, três) ambulâncias com as sirenes ligadas bem na porta da faculdade….
Questão para engenheiros resolverem:
Sabendo que a boina do Marco Aurélio (BJMC) foi arremessada para cima em um ângulo de 45º e percorreu uma trajetória parabólica, alcançando o ápice a 2,5m do chão, onde sua velocidade chegou a zero, deixou o recinto pela única fresta aberta na janela, com 15cm de abertura disponível, e considerando que a sala esteja localizada no 5º andar, calcule, para um pé direito de 2,75m (considere g=9,81m/s²):
– a massa de BJMC;
– o deslocamento no eixo x, tomando como referencial o stripper;
– a velocidade de queda de BJMC quando esta tocou o solo;
– a probabilidade de BJMC ser confundida com um OVNI; e
– a cara de pateta do stripper.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (respira) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (respira de novo) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (engasga… cof, cof!) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!
Marco Aurélio, não pude deixar de ler suas impressões sobre sua própria desgraça.Interessante, pensei que vc. havia ensaiado a performance…Agora, me diga: por que vc. acha que eu o odeio ? Como posso odiá-lo se vc. nem pára em sala de aula ?
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Marco Aurélio, tÔ que nem a Lily:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (respira) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (respira de novo) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (engasga… cof, cof!) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!
E ler os comentários dá uma chance a mais de diversão!!!
Cheguei aqui por caminhos diversos e achei suuuuuuuuper divertido!