Parece que depois de um discurso extremamente longo como foi o segundo, o velho profeta pegou gosto pelo negócio, ganhou segurança, adquiriu técnicas de oratória e usou tudo isso em sua pièce de résistance que é este terceiro discurso, o último e mais curto de todos, mas também o mais bonito.
Moisés começa seu pronunciamento relembrando mais uma vez a saída do Egito. A diferença é que dessa vez ele enfatiza os milagres que iniciaram o Êxodo, dizendo que os israelitas viram tudo mas não tinham capacidade de compreender. Ele chega até a dizer que em 40 anos de jornada pelo deserto as roupas e sapatos dos hebreus não se desgastaram, mais um milagre de Javé. Outro milagre de Javé foi matar israelitas às centenas a cada bobagem que os caras faziam, mas Moisés preferiu calar-se a respeito dessa vez.
A lembrança dos milagres e da incapacidade humana de compreender os atos divinos serve como gancho para a segunda parte do discurso que trata de — adivinhem? — obediência. Moisés fala sobre as terras por onde passaram nesses 40 anos e sobre os deuses bizarros adorados em cada uma delas (não fala do deus bizarro dos israelitas, no entanto). Conclama Israel à fidelidade a seu deus, Javé. Traça um quadro pavoroso do futuro de Israel em caso de desobediência, falando da terra outrora próspera coberta de sal e enxofre, para que nada nela cresça, e do povo levado cativo e espalhado por todo lugar. O resumo de tudo isso está no final do capítulo 29: “Há coisas que não sabemos, e elas pertencem a Javé; mas o que ele revelou, isto é, a sua Lei, é para nós e para os nossos descendentes, para sempre. Ele fez isso a fim de que obedecêssemos a todas as suas leis”, tudo devidamente gaguejado, é claro.
Nem a maldição é para sempre, entretanto: se depois de desobedecer à lei divina e em conseqüência sofrer o exílio, o povo de Israel demonstrar arrependimento real e sincero, Javé trará os israelitas mesmo dos cantos mais distantes da Terra de volta a Canaã. Judeus e cristãos acreditam que esta profecia tenha começado a se cumprir em 1948, quando da criação do Estado de Israel; daí aquela confusão toda que lemos nos jornais todos os dias.
Moisés encerra seu discurso com belas imagens e de forma grandiosa: diz que os mandamentos que ele entrega ao povo não são difíceis de entender nem de cumprir. Não estão no céu, nem do outro lado do mar, então ninguém tem a desculpa de dizer que são inacessíveis, pelo contrário, estão à mão de todos, guardados no coração dos israelitas e até pregados nos umbrais das portas de suas casas (*). Ele reafirma que a escolha entre o bem e o mal, a vida e a morte, cabe ao povo de Israel. Exorta o povo à obediência e ao amor a deus, para que viva muitos anos na terra prometida aos patriarcas. Não, não estou falando de José Bonifácio, caralho. Os patriarcas a que ele se refere são Abraão, Isaque e Jacó, e eu espero que vocês ainda se lembrem desses personagens.
(Fonte: “Mezuzá: nossa proteção divina“, do site Beit Chabad – Sua referência judaica na Internet)
Porra Marco, IBest? *Decepção*
Gil, sodades de vc! Perdi seu e-mail! Me mande qdo puder. Ah, o seu selo do Ibest já ta lá na minha “casa”. Bom ver q continua o mesmo. bjs.
A morte de moises tem que ser um acontecimento com TV e as porra.
Ae, vô apoiar a campanha votando e botando a parada no meu novo blog. Nem perca seu tempo de ir lá ler por enquanto pq praticamente não escrevi nada a não ser um primeiro post desengonçado. Um grande abraço. E só quero saber o q tu vai fazer com as 19.000 pratas do ibest. 😀
Legal, já tá acabando essa bosta de Deuteronômio. Josué vai ser bem mais legal.
é deprimente ver alguém fazer um site como esse, muitos dizem que servem a Deus, mas só de boca.