— Pooooooooovo de Israel…
— Aí, não falei? Voltou pro bis.
— É verdade. Mas bem que ele podia pular essa parte do “Pooooooooovo de Israel”.
— Pode crer. Mas vamos ouvir o cara.
— Eu tenho aqui uma carta de Javé pra vocês. Ele… Aham… Ele diz: “Há muitos séculos os antepassados de vocês moravam lá do outro lado do rio Eufrates e adoravam outros deuses. Dentre eles havia um cara chamado Tera, que tinha dois filhos: Abraão e Naor. Eu ia com a cara de Abraão, então fiz um trato com ele: se ele largasse todos aqueles deuses para servir e obedecer só a mim, eu daria a ele uma grande descendência. Abraão saiu lá da Mesopotâmia e veio morar aqui em Canaã, obedecendo a uma ordem minha. Então eu dei a ele um filho, Isaque. Um dia eu pedi a ele que oferecesse Isaque em sacrifício. Era só uma pegadinha, mas ele levou a sério e ficou puto comigo. Tudo bem, tudo bem. O que importa é que Isaque teve dois filhos, Esaú e Jacó. Mudei o nome de Esaú para Edom e dei pra ele essa região montanhosa de Seir, que até hoje é terra dos edomitas. Jacó, no entanto, desceu ao Egito junto com seus filhos…”
— Puta que pariu, não acredito que ele vai contar essa história toda.
— É. Vamos embora? Parece que vai rolar uma partida de pôquer na tenda do Aminadabe.
— É mesmo? Puxa, o pôquer do Aminadabe é sempre um bom programa… Mas vamos ouvir o discurso do Josué. Pode ser o último, né?
— É verdade.
— “… Depois enviei Moisés e Arão e acabei com tudo lá no Egito…”
— Opa, já deu uma adiantada na história.
— É.
— “… e atravessaram o Mar Vermelho. Depois que estavam do outro lado, eu fiz com que o mar se fechasse novamente sobre o exército do Faraó, matando afogados milhares de soldados. Então eu os guiei na direção da terras dos amorreus. Eles atacaram, mas eu dei a vitória a vocês. Então foi a vez de Balaque, rei de Moabe, fazer guerra contra vocês. Ele mandou chamar Balaão e…”
— Bambalalão???
— Balaão, porra, Balaão! Cê nunca ouviu essa história?
— Recordo-me vagamente. Aquele da jumenta falante?
— Ele mesmo.
— Ah…
— “… mas eu fiz com que Balaão os abençoasse, contrariando as intenções de Balaque. Vocês derrotaram os moabitas e depois atravessaram o Jordão. Os homens de Jericó quiseram lutar contra vocês, mas…”
— Porra, vamos lá pra tenda do Aminadabe. Deve estar muito mais legal.
— Ué, pra quê? Até ele deve estar aí no meio ouvindo o discurso.
— Putz, é mesmo. Merda…
— “… os heveus e os jebuseus. Eu dei a vocês uma terra prontinha pra morar. Hoje vocês vivem em cidades que não construíram e comem o fruto de parreiras e oliveiras que não plantaram.”. Moleza, não? De fato, Javé fez muito por nós.
— Opa, já terminou a leitura da carta, agora deve ser rápido.
— Prestenção, porra.
— Portanto agora é obrigação de vocês temer e servir a Javé…
— Porra, de novo esse papo?
— Ah, acho que é pra gente não esque… Eita, que gritaria foi essa?
— Sei lá! O povo todo gritou “SIM!”.
— Prestenção lá no Josué….
— Têm certeza? Eu vou repetir a pergunta: vocês prometem servir e adorar apenas a Javéééééééé?
— SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM!
— E trocar Javé por outros deuseeeeeeeeeees?
— NAAAAAAAAAAAAAAAO!
— Então vão querer trocar Javé por uma bicicletaaaaaaaaaaaaaa?
— …
— Pô, só uma piadinha… Baterista, por favor?
[tch]
— Humpf. Então façam-me o favor de jogarem fora as imagens de outros deuses que vocês têm aí. Nananinanão, não adianta negar! Eu sei que vocês têm imagens escondidas por aí.
— …
— Mequetrefes! Os mandamentos que vocês devem seguir estão todos neste livro aqui, ó. Além disso, olhem para esta pedra! Estão vendo esta pedra? Ela ouviu tudo que foi dito hoje, e servirá de testemunha da promessa que vocês fizeram de adorarem apenas a Javé.
— Er… Tá caducando, coitado.
— Pois é.
— Agora vão pras suas casas. Ou então para a tenda do Aminadabe, que vai rolar um pôquer por lá hoje.
— Merda, aquilo vai lotar.
— Vamos correndo enquanto o povo aplaude, ué.
— Bora!
Josué terminou de falar e ficou observando o povo que se dispersava, cada grupo indo na direção das terras que tinham acabado de receber. Sentiu-se feliz pelo final bem sucedido de uma jornada que começara havia mais de 40 anos, com Moisés e Arão passando por malucos na corte do Faraó. Pensando nisso, começou a enxergar tudo difuso. Achou que começava a chorar, mas não era isso: era algo mais sério. Compreendeu de chofre o que acontecia, e sorriu. Morreu ali mesmo, aos cento e dez anos de idade, e foi sepultado em sua propriedade em Timnate-Sera, nas montanhas de Efraim. Eleazar, o sumo-sacerdote, morreu pouco tempo depois, e foi sepultado em Gibeá, cidade pertencente a seu filho Finéias, também nas montanhas de Efraim.
Os restos mortais de José, carregados pelo povo durante quarenta anos, finalmente puderam ser sepultados em Siquém, na propriedade que Jacó comprara dos filhos de Hamor séculos antes. O sepultamento de José simboliza o assentamento definitivo do povo de Israel na terra há muito prometida. Agora sim, os israelitas teriam paz e sossego.
Teriam?
Veremos.
josé ou josué????
ah, ta, entendi… é josé mesmo.. desculpa, povo (isso q dá ler correndo)
Ei Marcurélio, o Eleazar não é aquele que recebeu TRINTA E DUAS virgens como parte do seu espólio em “Números, 31”?
Será que é por isso que ele não aparece muito nesse livro de Josué?
Bem, ele deve ter tido coisa melhor para fazer que sair por aí rodeado de macho para matar gente que ele nem conhecia… as TRINTA E DUAS virgens que ele recebeu deviam deixar ele muito ocupado, este tempo todo… E como não há histórias envolvendo estas moças na Bíblia, elas deviam ser sossegadas, aceitavam o Eleazar numa boa e não criavam problemas… Se fossem de criar caso, a Bíblia mencionaria. Se não menciona, é porque eram boas moças. Se eram boas moças, o Eleazar devia ter coisa melhor para fazer que acompanhar o Josué nessas guerras todas.
Sem dúvida, ele não tinha tempo de arrumar confusão com esse monte de povo, e deve ser por isso que ele não apareceu muito nessa história.
Né Josué não?
Não. José mesmo. Leia o Gênesis.
Melhor momento do post:
– Então vão querer trocar Javé por uma bicicletaaaaaaaaaaaaaa?
(Espasmos rísicos – com licença, Fer)
Explicando melhor: se os restos do cara foram carregados por quarenta anos, ele não podia ser Josué, que acabara de morrer. Oras.
Eita povo q não presta atenção gente…rs..
fala doutor….consegui botar um blog no ar junto com o poeta urbano(dei o recado e ele jurou nunca mais fazer aquilo…). gostaria de sua visita e sua opiniao sincera. to tentando agora fazer um template novo. Aguardo sua oportuna visita.
Abraços.
Puxa… é o fim de mais uma saga 🙁
Vou ler Cavalo de tróia.
Simplesmente, o melhor!!!
huahuahua !!! sem palavras…achei loko o seu senso de humor sem denigrir o cristianismo…apenas mostrando a realidade e não o mundo ideal…
ae tô linkando vc…falow!!!!
Salve, irmão Marcurélio!
Só estou avisando do endereço novo do meu blog novíssimo (vide link).
Desculpe um pseudocomentário tão podre quanto este, mas sabe como é, diante de sua grandeza as palavras me faltam…
aiiiiiiiiiiiiiiiii….
Doeu, eu sei.
Um beijão!!!
“– Pô, só uma piadinha… Baterista, por favor?
[tch]”
foda. o/
Você ouviu a versão de Rondo do Capitão gravada pelo Pato Fu? Ficou boa, mas a dos secos e molhados é bem melhor.
Josué, aquele que jogou pelo Goiás no Campeonato Brasileiro ? Como assim, morreu ? Porra, eu acabei de ler que o nosso Tricolor queria contratá-lo, Marcorélio !!!
Chuif!
Ihhh caralho…
Cabou tudo??? Morreu todos os coroas???
Gennnnnnnnteee!