Parte da tarefa proposta por nossa professora de português (e aceita por todos os participantes, portanto parem de xingar a pobre professora) era criticarmos os textos uns dos outros. Calhou de o Marcelo, dono do blog Amor aos domingos, ficar incumbido de criticar o meu texto. Ele o fez de forma muito carinhosa (indulgente, até), pelo que fico eternamente agradecido. Segue abaixo a crítica do digno colega:
Desequilíbrio na cadeia alimentar
Escrito por Marco Aurélio G. dos Santos, “Concorrência desleal” possui um humor cáustico graças à irritabilidade constante do personagem principal, um mendigo. Ele narra seu percurso involuntário, apesar da necessidade de se alimentar, até uma feira livre onde já mantinha contatos para tal abastecimento. Lá, uma inesperada turma de jovens, os “freegans”, se revelam seus concorrentes. Não são quaisquer concorrentes, são jovens que não precisam recolher as sobras. Sua indignação é tão grande que, quando uma das jovens oferece uma parte do que foi recolhido, faz uso de um expediente altivo para deixar claros os seus princípios: nega orgulhosamente a oferta, apesar da fome latente.
Essa é a forma que se poderia apresentar o texto para alguma avó ou beata, caso quisessem afastá-las desse petardo recheado de saborosos e divertidos palavrões que Marco Aurélio produziu.
É possível sentir-se na pele do mendigo com tantos elementos que descrevem a vida do personagem. Além dos necessários detalhes escatológicos, o autor aproveita pequenos lances da rotina de um morador de rua que enriquecem o texto, tais como: a memória inexata em “Foi na semana passada, ou retrasada, sei lá”; o seu acerto com os feirantes de só aparecer depois que a feira acaba “para não espantar a freguesia”; tiradas de humor rápidas e certeiras em “encontrei o Zé Banana, que vende tomates” e “catando comida no lixo porque acham bonito”.
Os já citados palavrões e gírias produzem um efeito realista e demonstram a irritação do personagem até chegar numa frase final do texto com um pensamento que não podia ficar de fora É o indivíduo com total controle da situação, de cabeça erguida e pronto para ensinar algum discípulo, caso não saiba, como tratar a concorrência.
Com essas características reunidas, a leitura se torna agradável e risonha. Impossível não se solidarizar com o mendigo e ficar irritado junto com ele A curiosidade a respeito do ideal “freegan” também aumenta pela forma como foi apresentado, ou seja, a atitude dos jovens, que explica o título do texto, já demonstra um ponto para discussão.
Pensando bem, acho que as avós e as beatas perdoariam os volumosos palavrões do texto em favor da causa do mendigo. Elas entenderiam sua revolta e teriam conversas muito sérias com as mães desses jovens. Não deixaram de recomendar às mães que cozinhassem feijão com um prego na panela: “É ferro, minha filha, eles estão muito pálidos e sem juízo”.
Escrito por Marco Aurélio G. dos Santos, “Concorrência desleal” possui um humor cáustico graças à irritabilidade constante do personagem principal, um mendigo. Ele narra seu percurso involuntário, apesar da necessidade de se alimentar, até uma feira livre onde já mantinha contatos para tal abastecimento. Lá, uma inesperada turma de jovens, os “freegans”, se revelam seus concorrentes. Não são quaisquer concorrentes, são jovens que não precisam recolher as sobras. Sua indignação é tão grande que, quando uma das jovens oferece uma parte do que foi recolhido, faz uso de um expediente altivo para deixar claros os seus princípios: nega orgulhosamente a oferta, apesar da fome latente.
Essa é a forma que se poderia apresentar o texto para alguma avó ou beata, caso quisessem afastá-las desse petardo recheado de saborosos e divertidos palavrões que Marco Aurélio produziu.
É possível sentir-se na pele do mendigo com tantos elementos que descrevem a vida do personagem. Além dos necessários detalhes escatológicos, o autor aproveita pequenos lances da rotina de um morador de rua que enriquecem o texto, tais como: a memória inexata em “Foi na semana passada, ou retrasada, sei lá”; o seu acerto com os feirantes de só aparecer depois que a feira acaba “para não espantar a freguesia”; tiradas de humor rápidas e certeiras em “encontrei o Zé Banana, que vende tomates” e “catando comida no lixo porque acham bonito”.
Os já citados palavrões e gírias produzem um efeito realista e demonstram a irritação do personagem até chegar numa frase final do texto com um pensamento que não podia ficar de fora É o indivíduo com total controle da situação, de cabeça erguida e pronto para ensinar algum discípulo, caso não saiba, como tratar a concorrência.
Com essas características reunidas, a leitura se torna agradável e risonha. Impossível não se solidarizar com o mendigo e ficar irritado junto com ele A curiosidade a respeito do ideal “freegan” também aumenta pela forma como foi apresentado, ou seja, a atitude dos jovens, que explica o título do texto, já demonstra um ponto para discussão.
Pensando bem, acho que as avós e as beatas perdoariam os volumosos palavrões do texto em favor da causa do mendigo. Elas entenderiam sua revolta e teriam conversas muito sérias com as mães desses jovens. Não deixaram de recomendar às mães que cozinhassem feijão com um prego na panela: “É ferro, minha filha, eles estão muito pálidos e sem juízo”.
Além de mim e do Marcelo, participam do projeto (que vai continuar, aguardem) os autores dos blogs Blog do Thadeu, Em busca do inefável, Expresso sem açúcar, por favor!, Grita São Paulo, Sogripa! O blog, e Três dedos de prosa. O Vinícius explica melhor de que se trata o tal projeto.
Porra mano, para de criticar a professora? Os alunos têm de pedir para fazer algum tipo de trabalho relacionado a blogs? Ela dá aula de que disciplina?
Vai continuar?o/
O que é isso, Marco Aurélio? Gostei mesmo do texto. Indulgência não combina muito comigo…hehehe…
Abraço
Marcelo
“Parem” um caralho. Quem xingou fui eu, oras. Assumo a culpa. E já retirei a ofensa, em seguida direcionada a você.
Porque não dá pra simplesmente retirar essas coisas e fazer com que sumam no ar.
Caros, passei por todos os blogs para parabenizá-los pela iniciativa do projeto e faltava este. Dizem que o mundo é um ovo e de fato, ao comentar com colegas descobri que este não só é um blog muito lido, como o autor foi colega de trabalho de um grande amigo de faculdade. E prova da audiência deste blog foi que, ao ver as estatísticas de leitura do meu site (www.latinoamericano.jor.br) vi que 3 pessoas, de quinta-feira até hoje (segunda) acessaram o latinoamericano a partir do Jesus Me Chicoteia. Parabéns Marco Aurélio.
O tráfego no meu blog também aumentou muito depois de publicar a minha crítica e o link.