Esta noite assisti pela segunda vez ao filme Tropa de Elite. Limito-me a dizer duas coisas:
- O filme é bom. Eu vi duas vezes, bã.
- Capitão Nascimento é um bandido. É carismático, pai de família, bem intencionado? Hitler também era. Bandido. Se perdermos a noção de que um policial que asfixia pessoas com um saco plástico é um bandido, podemos abrir mão da civilização.
De resto, fica clara a falta de vocação comercial desse povo que faz cinema no Brasil. Antes de começar o filme, temos tela atrás de tela de logotipos de estatais e programas governamentais de incentivo. Ora, em vez de mamar nas tetas do governo, por que não aproveitar o sucesso do filme para licenciar produtos? Imagine que legal ter bonequinhos do BOPE para a molecada, ou um game baseado no filme, com invasão de favela, interrogatório, perseguições? Eu me ofereço para escrever o roteiro do game.
Sabe quem tem tino comercial? Eu tenho. Querem ver? Comprem Elite da Tropa Por R$ 29,90 em 2X de R$ 14,90 sem juros. Tá baratinho, e eu ainda ganho uma pequena comissão.
Bom, levando em consideração que quando um bandido é chamado de bandido, algumas pessoas (as politicamente corretas, a esquerda, o governo vigente) vêm com o papo de que a culpa é da sociedade que é injusta, e que é uma boa troca o assaltado sair com a vida e o assaltante com o produto do roubo (o Ferrez e seu correria que o digam), acho que o contrário pode ser verdade, não? É uma troca justa: o cara entrega de primeira seus parceiros e sai com a vida.
Só pra constar, não estou defendendo que a mesma idéia seja válida para os dois, não. Acho que os dois lados (o correria do Ferrez e o Capitão Nascimento) são bandidos sim. Mas se o correria puder usar sua condição social como desculpa para os crimes que comete, então nesse caso o Capitão Nascimento será meu herói, não um bandido. Ele tbm é fruto da sociedade: a parte da sociedade que responde ao bandido.
Concordo. Não podemos perder essa noção mesmo.
Achei que o filme acertou em mostrar que desigualdade social não é desculpa para o crime, e em desnudar sem meias palavras quem realmente alimenta o tráfico. Só achei que a polícia que tortura deveria ser mostrada como parte dessa bandidagem também. Faltou isso.
Já o livro não vai rolar, porque o frete vai sair mais caro que o material.
Uma grande verdade/vergonha. Eu também odeio a série de selos de patrocínio que aparece nos filmes nacionais. A sensação é a mesma de ver gente que não tira o plástico do sofá pra não gastar. Pooooobre! E falta de respeito do patrocinador pedir isso no início do filme.
Se considerarmos Hitler como exemplo de bandido, do tipo mostrado acima (carismático, pai de família, bem intencionado), poderíamos mostrar muitos outros exemplos de pessoas que poderiam ser chamadas de bandidas, tal como Jefferson, que mesmo formulando a “declaração da independência americana”, baseada na declaração dos direitos dos homens, possuía uma grande quantidade de escravos, os tratando como tal… Truman por sua bomba… E varios outros… Tudo depende do “lado” em que a pessoa está… Hitler é um exemplo que se tornou tipico nesse tipo de comparação “Homem mau, mas…”, duvido que chegaria ao status que tem hoje, se o mesmo tivesse optado em seu holocausto, em não colocar como raça “ruim” os judeus, mas apenas os soviéticos (estes, quem mais sofreram na guerra), os negros, homossexuais…
De certa forma, todos somos bandidos, não? Você nunca teve vontade de tratador os Marcolas do mundo assim?
Os produtores podem não ter tino comercial, mas os blogueiros têm. Um cara aí já fez um bonequinho do Capitão Nascimento pra vender.
De mentira, claro, mas é bem legal.
Como, se não através das táticas de pressão e do policiamento ostensivo/repressivo, se pode invadir um morro que não joga pelas regras, oprime os moradores com mão de ferro e impõe uma lei do silêncio que inviabiliza o trabalho da Polícia Militar?
Andre, concordo com você. Humberto, claro que eu tenho vontade de tratar certos bandidos assim. Oras, às vezes eu tenho vontade de tratar assim quem me fecha no trânsito. Nos dois casos, senhores, fica a questão do chamado contrato social: vamos ignorá-lo? Vamos suspender o Estado de direito?
Niemand, eu não conheço a solução não, rapaz. Só estou dizendo que a cena de tortura de neguinho com saco plástico e vassoura ser vista por grande parte de uma sociedade como louvável diz muitas coisas tristes sobre essa sociedade.
Giu, gostei muito dessa comparação do plástico no sofá. Vou roubar.
Eu quero um action-figure do Capitão Nascimento. Ele é um bandido ? Ok. Mas é um bandido com frases legais: “senta o dedo nessa porra!!!”
Agora falando sério. Uma coisa é eu achar que o bandido A ou B merece morrer. Eu pessoalmente acho que vários deveriam. Mas outra, muito diferente, é dar poder a um policial de decidir que mata e quem morre. Até hoje eu sou contra a dar esse poder ao Estado organizado (?) sob nome de pena de morte.
Caro Marco ja me perguntei muito a msm coisa filosofei pensei olhei para o ceu e so me veio uma coisa na kbeça ESSE MUNDO E UMA MERDA, naum importa vc pode tenta convence um bandido a naum assalta mais porem so vai faze ele te assalta +, se naum foçe por pessoas como o cpt nascimento (que existem nas policias de todos brasil nos sabemos) esses marginais(pessoas a margen da sociedade) estariam matabdo robando a vontade, eu sei que eles saum mal nascidos e não tem pais decentes como a maioria, mas bem vc vai dar a vida da sua mulher, a sua filha em troca de recompensa o coitado. a culpa e do governo por robar todo mundo em vez de investi em educação, economia, saude, e eles não vão trocar a piscina, BMW, mansão pela VIDA dakeles marginais, e claro que nos não temos de apaludir oque eles fazem ou oque deixam de fazer, so sei que sem eles muitas pessoas a mais estariam mortas, então marco entende a minha linha de raciocinio? o negoço e so espera e ve se depois da morte alguma coisa melhora ne?
ow e claro TACA fogo em brasilia, mas provavelmente o lider que assumir vai ser a msm merda e se o que fez a revolução for bom o que o seguir naum vai, e da natureza humana que nem akela historia “o sapo ajudou o escorpião a atravessar o rio , quando chegaram na margen o escorpião picou o sapo, o sapo pergunta pq vc fez issoo….. eu te ajudei, desculpa e a minha natureza, a pessoas pode ate mascarar, mas não mudam….. se mudassem Ceaser naum teria sido assinado pelo seu “melhor amigo”
Sem duvidas, no caso do transito, e em muitos outros, é melhor ignorar…
Mas, e no caso dos traficantes ? Sinceramente… Não sei se pensaria de forma tão humanitaria quanto a sua…
SEu Marco, Cap. nascimento é Policial do BOPE, foi isso que foi retratado, e se for pra vc chamar Policial do BOPE de bandido, vou te chmar de patrulheiro ideologico demagogo imundo, e vc generaliza pra corporação, e o que ele faz no filme é um pouco mais da metade do que se faz com vagabundo que atira em PM. Pra falar de policia, seu Marco, vc teria que saber o que é entrar em favela, com fogo, ou pelo menos ter enfrentado a sobrevivencia de um campo. pensa antes de falar de policia seu marco. abraço.
Paulo, deduzo que você seja policial, e também que tenha assistido ao filme Tropa de Elite. Concordo com você quando fala sobre o que é ser policial. Eu, de fato, não faço nem idéia do que seja a pressão e o estresse da profissão. Admiro a polícia pelo serviço que presta à sociedade.
Acontece, no entanto, que vivemos em um Estado de direito. Isso quer dizer que existe um acordo entre todos os cidadãos sobre como a sociedade deve funcionar. Algumas pessoas resolvem ignorar esse acordo, ficando à margem da sociedade: por isso são chamados marginais. O Estado é a entidade que rege a sociedade, e portanto não pode agir como os marginais: tem que fazer valer o contrato social, o tal acordo entre todos. A polícia é uma parte importantíssima do Estado, responsável justamente por garantir que aqueles que concordam com as regras vivam em paz e que aqueles que discordam (e agem contra elas) sejam punidos.
Ora, se a polícia adota os mesmos métodos dos bandidos, qual a diferença? Nem entro no mérito do “vagabundo que atira em PM”, isso é pra ser resolvido entre as partes. Mas asfixiar neguinho pra obter uma confissão? Enfiar cabo de vassoura? Coisa de bandido, repito. Você pode me chamar de patrulheiro ideológico imundo; não será a primeira ofensa que sofro, nem a mais grave. Compreendo seu dever de defender a corporação que representa, e admiro essa postura: demonstra orgulho, que é o que falta a muita gente por aí. Mas não retiro o que disse, mesmo porque não afirmei que os policiais são bandidos, nem que os caras do BOPE o são: disse que o Capitão Nascimento, conforme retratado no filme, é um bandido. E ele é mesmo, assim como qualquer um que infrinja as leis. Podemos discutir as leis? À vontade, mas, até que sejam mudadas, elas devem ser obedecidas, pelo bem do Estado de direito.
Humberto, os traficantes? Vá lá, isso é discussão para horas. Mas e quanto a pegar um neguinho qualquer e enfiar a cabeça do cara num saco plástico para saber onde está o traficante? Você é a favor?
Aliás! Aliás!
Quem disse que o filme retrata uma guerra de bandido contra bandido foi o Diogo Mainardi, esquerdinha que só ele…
Dá para ver q vc tem tino comercial… até anuncia o livro mais caro do que está no Submarino… rs
(De: R$ 39,90 Por: R$ 27,50
2X de R$ 13,75 sem juros)
É bem complicado falar sobre o capitão Nascimento e o pessoal do BOPE, por que ainda tem gente inocente nas favelas, talvez a maioria. Mas a partir do momento que o cara é cúmplice de traficante deve ir pro saco sim. Não é justo preservar o direito de uma minoria de bandidos que destrói a população inteira de um país. Acho que o filme deixou bem claro quem é bandido e quem não é. A situação dos morros é de guerra, isso não dá mais pra controlar.
Só me resta uma dúvida, e se existisse o BOPE na época que o Zé Pequeno tomou a cidade de Deus, ai sim o pau ia quebrar.
Caralhoss!!!!
Eu pensei que a maioria deste pessoal que visita o blog fosse minimamente informado. Me assusta a quantidade de pessoas a favor da tortura, da violencia, ou do policial BANDIDO (concordo com vc Poke!). Se me perguntarem se o policial tem o direito de por alguem no saco ou ameaçá-lo com uma relação sexual forçada com um saco de vassoura, eu direi que sim, ele tem o direito, e juntamente com este direito ele ganha a obrigação – olha só, que legal, tudo no mesmo pacote- de responder à sociedade da mesma forma que o bandido que faz uma ação semelhante. Provavelmente todos os que estão a favor da violência policial, não moram em favelas ou no entorno delas e viveu o terror – nao tem outro nome- de uma invasão policial sem critérios sobre quem é o alvo e quem não é.
Porra, Leandro, matou a pau! A gente podia fazer algo como Freddy Vs Jason ou Alien Vs Predador. “Capitão Nascimento na Cidade de Deus” ia ser um puta sucesso.
A frase inicial do filme é perfeita. As pessoas agem segundo as circunstâncias, não segundo o caráter. Nem o Cap. Nascimento, nem os traficantes são, intrinsecamente, bandidos. Ninguém “nasce” bandido. Olha numa maternidade. Dos 50 bebês ali, com certeza uma boa parte vai se tornar traficante, assaltante, corrupto… Quais são esses? Em circunstâncias extremas, praticamente de guerra, esses bebês se tornam policiais torturadores ou traficantes e assassinos. Ou seja, concordo que um policial que faz isso não é menos pior que um traficante (e deveria ser punido da mesma forma que ele), mas chamar a todos de “bandidos” (como se isso fosse algo que tivesse nascido com eles) é fácil porque nos exime da responsabilidade. Se eles são bandidos, somos cúmplices porque é a sociedade da qual fazemos parte que gera as circunstâncias: contratamos (barato), treinamos (mal), uniformizamos e equipamos os policiais, compramos drogas que se tornam uma alternativa de subsistência de miseráveis e fazemos com que ambos se enfrentem num morro.
marcorélio,
senta o dedo nessa porra!!!
Enquanto existir “bandido coitadinhoquenãoestudouqueveiodafavela”, devemos ter “puliça quematadestróiarrebentaequebateemfilhimdipapai”.
Acabei esquecendo de falar justamente do que me motivou a escrever.
O que eu acho mais deprê é que tá cheio de gente vendo o Capitão Nascimento como um Chuck Norris e achando muito bonita essa merda toda que ele faz (seja por ser um “bandido” ou seja por ser levado a isso pelas circunstâncias).
Isso me parece estar longe do objetivo do filme.
Pô, pena que tudo isso é feito de forma indireta. Dava um jogo muito legal.
SimFavela
Gente…
A questão não é o mérito do bandido sem farda ou do bandido fardado. A questão é que ambos são sintomas de uma sociedade violenta e desigual. E que enquanto acharmos que polícia violenta vai acabar com bandidos sanguinários (não estou defendendo os bandidos, muito pelo contrário), continuaremos vivendso em estado de sítio. Enquanto não houverem soluções eficientesda sociedade civil e do governo para minar os poderes que os traficantes têm nos morros, enquanto não houverem meios de assistência social às populações pobres e enquanto não treinarem, valorizarem, remunerarem e respeitarem os policiais de maneira adequada, ficaremos no fogo cruzado entre os bandidos de fato e os policiais que são obrigados a recorrer a meios ilícitos e antiéticos para obterem resultados. Não defendo que policiais devam torturar e estuprar para obter informações e confissões, partindo do princípio que ser humano nenhum tem esse direito.
SimCity-of-God
Bom, seu Marco,quero lembrar-lhe que nao lhe chamei de patruleiro ideologico demagogo imundo, vc esqueceu de incluir o “demagogo”, quando citou minha possivel ofensa, posso encarar isso como ato falho?
A teoria do estado de direito é uma belezura nao é? quem sabe um dia funcione pra valer.
A PM convencial age segundo o que vc citou seu Marco, quem age diferente é o BOPE, GOE, e Infatis. o treinamento é pra isso mesmo e a aula de como usar o saco de forma à asfixiar o vagabundo,é feita no dia-a dia.
Mas tbm posso lhe afirmar, que espancamentos sao frequentes em delegacias, vagabundo apanha mesmo seu Marco e vai apanhar sempre, principalmente marginal que arrasta crinça pendurada em automovel. mas virou assim pq as leis sao frouxas seu Marco. entendo seu lado jornalista, deve ser um sonhador ainda.
Jornalista é tudo assim. abraço seu Marco, sucesso com o livro se um dia vier a lançar.
Sr. Paulo. Venho por meio (e medo) desta declarar, de antemão, que não tenho feito nada de errado nos últimos anos. Tenho inclusive sido trabalhador, honesto, e minhas infrações se limitam a dirigir algumas vezes acima da velociadade permitida, mas por pura distração Sr. Paulo. Eu juro que as multas de trânsito são sem querer Sr. Paulo, e tbm nao arrastei nenhum criancinha com o meu veículo Sr. Paulo.
Putz, me deu vergonha também aquele monte de logotipo no começo, da licença, precisa mesmo daquilo? É uma coisa tão idiota que beira a alguém falando “Olha só pessoal, to ‘patrocinando’ ó, sou legal! Comprem meus produtos ó!!” Ahhhsefudê. Mas pelo menos não pararam a história pro Capitão nascimento dizer que adora mini chickens perdigão, são tão macios por dentro e crocantes por fora! Você tá com nojinho 02? – É dose…
a galera do cinema vaiou a publicidade!
Putzzz, o que o Lucas disse é corretíssimo!
Já pensou na hora do celular o Capitão Nascimento falando “Pode deixar amor, eu faço minha comida, tem nissin miojo, só 3 minutos, rápido e é uma delícia, temos também coca cola para beber e depois a deliciosa sobremesa miss daisy sadia que ja vem pronta, basta descongelar”
hahaha
E a idéia do jogo é fantástica, mas logo logo aparecem uns mods de CS com a roupa do BOPE!
Na verdade já existe um MOD com as favelas do Rio. Eu nunca jogeui CS, mas meu irmão sim e disse que é moointo bom.
Quanto a questão filosófica. Eu acredito na pena de morte para certos casos, que não incluem entrar na favela atirando. Porém, pelo o que vi no filme, que entra atirando é PM, não o BOPE (me corrijam se estiver errado). Fora que quem é torturado é porque é cumplice. “Porra, mas ele bate na mulher do cara”, meu, quem mandou ela se envolver com bandido? Ela também tá no jogo.
Quem poupa o lobo sacrifica a ovelha não é?
Acho que a situação levou a este estágio da violencia, não há mais como tentar implantar educação de qualidade em uma favela dominada pelo tráfico.´Virou uma guerra, enquanto o Estado não mostrar quem manda no morro a população vai continuar seguindo a lei do mais forte. Quem tem mais armas? Quem tem mais poder? Quem te dá mais oportunidade? Triste, mas é a realidade. Mas tem nego que ainda acha que “eles tem visão social” não é?
O mais engraçado é ninguém ter discutido a classe média maconheira hipócrita que na minha opinião é o melhor do filme. A cena do “quem matou esse cara foi você, seu viado!!” não me sai da cabeça e tenho vontade de fazer isso sempre que vejo amigos meus fumando, pra dar barato ¬¬
”
Humberto, os traficantes? Vá lá, isso é discussão para horas. Mas e quanto a pegar um neguinho qualquer e enfiar a cabeça do cara num saco plástico para saber onde está o traficante? Você é a favor?
”
Ir aonde ? Na favela ? Eu tenho MEDO de favela! Não que os moradores de la sejam (todos) bandidos, mas em qualquer meio de comunicação, na maior parte das vezes, quando se trata de “favela”, ou é programa social, ou tiroteio, ou trafico, assalto, sequestro… Alem de não haver motivos para ir la…
Não sou a favor de pegar qualquer pessoa e fazer isso e aquilo…
Não quis dizer nesse sentido, é obvio que sempre tem soldadinho que abusa, sempre foi assim… Apenas quis dizer que é necessario uma repressão maior, para mim, se traficante x morreu, por isso ou por aquilo… dane-se… Ao meu ver, isso pode não tornar o mundo melhor, mas o contrario tambem não acontece…
Gente, que discussão madura! Titio tá orgulhoso!
Deu no jornal que o grupo Tortura Nunca Mais está pensando em entrar com uma ação contra o filme por apologia à tortura. Um grupo anti-tortura dizer isso de um filme denuncista, que tem o objetivo de discutir sobre violência policial e leis anti-drogas é de uma burrice sem tamanho. A verdade é que boa parte dos brasileiros não estão preparados para a arte, o que se vê inclusive em alguns comentários daqui, só conseguem definir o objetivo de um filme quando os papéis de mocinho e bandido estão claramente definidos, como no “O ano em que meus pais saíram de férias”, que, como diria Allan Sieber, é o maior comercial de margarina do mundo. Imagino o que essa gente diria se Saló, do Pasolini, fosse lançado hoje, no mínimo o cara seria acusado de nazista, ele que foi assassinado justamente por suas posições anti-fascistas.
A verdade de Tropa de Elite incomoda quase todo mundo, e isso é o melhor do filme. Que venham mais filmes assim, e menos contos de fadas.
Vamos chamar os traficantes do morro para um amistoso chá das cinco, pedir encarecidamente que parem de vender drogas, de alimentar o tráfico e a violência, de envolver crianças.
Acho que isso pode resolver a questão, levando em conta que vivemos em estado de direito e cada um sabe seu papel na sociedade.
Na minha opinião, cada um define sua índole segundo as influências de sua família, da sociedade e de sua própria personalidade. Tudo isso pode mudado com suas decisões, ninguém é obrigado a ser o que não quer, desde que realmente tenha força de vontade.
Você colhe aquilo que planta, e eu acho que o bandido e todos aqueles que se envolvem com eles recebem proporcionalmente tudo que oferecem à sociedade.
Eu escolhi ser uma cidadã trouxa e honesta, tenho certeza que a polícia não vai bater a qualquer momento na minha porta com o saco plástico na mão. E não é porque eu não moro no morro que isso não vai acontecer.
tá fazendo bico de muanbeiro agora????…..tá parecendo eu na quinta q tentei vender aquelas garrafinhas da Ferrari, lá na Av. Interlargos….péssimo.
O que acho mais engraçado e tratarmos o filme como um manifesto ou tratado sociológico, o que acaba levando a bobagens como querer processar o diretor, etc….
Antes de tudo isso é um filme com personagens e situações ficticias… Os EUA tem uma policia cuja ação é super restrita em termos de represão e este lado sempre “estravassado” nos filmes…. desde Dirty Harry até Stalone Cobra o uso de força desproporcional, tortura e etc é corrente nos filmes….. eles capitalizam isso a enessima potência, vendem games, bonecos, etc, etc…..E dai todo mundo compra pros filhões sem ficar achando nada de mais…..
Quanto a palhaçada do patrocinio…. fico puto de ter de assistir 500 propagandas se sou eu quem esta patrocinando indiretamente através de renuncia fiscal….
Parentes que moram em outros países ficam abismados como os brasileiros seguem as regras neste país, tem medo das multas que estão por toda parte, morrem de medo da Receita Federal, ninguem ousa, ninguem reclama com vigor, a civilidade eh bem comportadinha e a cpmf permanece no país com um Estado superpoderoso. O Brasil é fascista sim. Mas ninguém percebe.
Bandido que mata bandidos cai na máxima “inimido do meu inimigo é meu amigo”. Afinal, vítima mesmo é o cara que enfia-lhe um cano de 45 goela abaixo, bate na sua cara e te chama de vagabundo após levar seu dinheiro. Esse sim é um coitado.
E em épocas de mágica, creio que o diretor poderia muito bem tirar dinheiro do cu para fazer o filme, depois ele poderia repor vendendo bonequinhos licenciados (que não cobririam nem 5% do faturamento, visto atos de pirataria e custo de produção). Poderia tirar dinheiro da vida fácil e vender o corpo, depois ele conseguia tudo de volta vendendo 150 DVDs originais. Ou poderia ele mesmo fazer cópias piratas dos DVDs e lucrar com a venda, porque depender de produto licenciado de um filme brasileiro, só no mundo mágico de peter pan.
E digo mais: Quando um menino é arrastado por alguns quarteirões, a população fica bravinha e deseja mil torturas aos assassinos. Agora quando um filme mostra que o policial tem de apelar para métodos de tortura para cumprir seu trabalho, todos sentem pena. Pena de que? Aliás, de QUEM?
Tem dó de bandido? Leva pra casa e educa, com toda consciência social… vai que dá certo.
Sobre o tino comercial:
Tem um cara no Rio que faz artesanalmente, miniaturas do Caveirão – esse Batmóvel dos infernos. O filme deveria licenciar produtos sim, e iria vender como (desculpa) bagulho no morro.
Também detesto os logos no início do filme, é falta de respeito, como disse um cara aqui. Mas acho que falta senso de humor para encarar a situação. Se o filme tivesse uma cena em que uma agência do BB fosse metralhada, o diretor poderia dizer: – gostou do merchã? Duvido que as estatais metesse o bedelho novamente.
o senhor é um fanfarrão.
Eu só compro o livro se eu receber de brinde uma Estampa do Sagrado Coração já benta.
Ao pessoal que joga Sim City, lembre daquele momento que você fica tão indignado com a p… que se tornou a cidade que você criou, que você aciona uns 10 ciclones e uns godzilas para destruir tudo para pelo menos ter o prazer de ver aquela m… que você mesmo criou sendo destruída para logo depois apertar o comando de “new game”. Pois é, umas das três coisas que eu queria que não fosse só no videogame, ao lado de ser o Ronaldinho Gaúcho do futebol e poder pilotar um Fórmula 1 com o carro indestrustível. Na cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, a única solução seria essa. Pensando bem, estou mentindo, porque o problema não é o prédio de 30 andares da Avenida Paulista, nem o aeroporto cuja a pista termina com duzentos prédios na frente. O mal das cidades é o próprio povo, a própria sociedade. Foi o povo que elegeu Maluf, Celso Russomano, Clodovil e Enéas como os 4 deputados mais votados da cidade de São Paulo (o quinto foi o Frank Aguiar, né?). Eu sou carioca, mas não acreditei nesse fato, que poderia ter acontecido aqui no Rio também. Afinal, nós elegemos o Garotinho e sua esposa. Elegemos o Brizola duas vezes…
Educação. Essa é a palavra de ordem para que qualquer povo evolua. Não sou o descobridor da pólvora, é no que todos os países que conseguiram desenvolver-se no século passado investiram, em educação. Com ela, adquirimos consciência e conseguimos vislumbrar uma vida melhor. O Brasil quer isso? Os corruptos, não só os políticos, mas também aqueles que se alimentam das maracutaias deles, não querem. O povo quer? Então não vote no Clodovil, não vote no Sérgio da Pipoca, não vote no Roberto Rivelino. Como eles poderão nos ajudar? Não roubando o dinheiro público? Outros irão roubar mais, o dinheiro vai estar ali disponível mesmo.
E enquanto a nossa preocupação maior for lutar para sobreviver, vamos continuar em guerra. Sim, todo o dia que eu saio para trabalhar e sem saber se eu voltarei seguro para a casa, eu não me sinto diferente de um cidadão europeu durante a Segunda Guerra que olhava para o céu vendo se os aviões estavam vindo.
E em guerra, eu prefiro ter um Rambo, um Capitão Nascimento do meu lado, do que o Dalai Lama.
Eu nasci no que hoje é uma favela. Minha famiia ainda mora lá. Nunca vi inocente morrer torturado pela polícia. Com bala perdida já, no meio de tiroteio. Mas nao torturado pela policia.
Depois que voce vê um ex-aluno seu entrar pro tráfico aos 9 anos de idade e assinar a senteca de morte para, no máximo, uns 5 anos pra frente, você passa a se questionar se alguma coisa, alem da truculencia policial, pode livrar aquelas criancas daquilo.
Sabe q se eu tivesse um bandidômetro, acho q aquele coronel/tenente/sargento (sei lá), o Fábio e cara q cobra pra dar férias pros policiais viriam todos na frente do Cap Nascimento, nessa ordem? Pq são pessoas integradas na cadeia de poder, indo aos mais altos escalões, usando o posto para roubar a sociedade e sem cumprir com a obrigação devida. Vale o mesmo pra políticos, empresários corruptos, banqueiros, todos os criminosos de colarinho branco. É um tipo de crime que o povo não consegue perceber direito, não traz nenhum retorno à sociedade e, muitas vezes, é bem mais lesivo que os crimes comuns. Ver que é errado meter cabeça de neguinho no saco é fácil. E se vc simpatizar com o Nascimento, pode citar Maquiavel e dizer que os fins justificam os meios. Eu condeno a tortura, mas sou obrigada a admitir que, no mundo real, é difícil viver sem sujar as mãos. Questão difícil essa, de separar o respeito racional ao estado de direito e o que acontece de fato nessa selva em que estamos vivendo hoje.
Na boa: Tortura é ruim, bandido é pior e a droga financia a bandidagem.
O cara fuma maconha? é culpado.
Não me venham falar que liberar a droga irá apaziguar a violencia, porque será transferida: o que vai ter de neguinho dirigindo chapado – mas do que ja tem – não vai estar no Gibi.
Senta o dedo, Capitão!!!
E traz a 12!!!
Sinceramente, não acho que o Cap. Nascimento seja bandido, se não fosse ele e outras pessoas que são do BOPE mesmo, que cometem tortura, o Rio tava na mão dos traficantes e quem se ferrava era a sociedade que tanto reclama dessas torturas.Se for colocar na cadeia, sai pior do que entrou, então faz o que?pega dinheiro como a PM faz?(não digo todos, mas uma boa parte).O que tem que fazer é isso que o BOPE faz mesmo, se eles não estivessem aí fazendo isso, isso tudo não atingia só a favela, atingia todo mundo todo mundo estaria sujeito aos traficantes, ia ser bem pior do que já é.Infelizmente ou melhoram essas cadeias, ou nada anda e vai ter que usar tortura mesmo, porque a populaçao das favelas que podia dizer algo, não diz pq tem medo. Não há outra coisa a se fazer.
Blá blá blá.
Eu não sou hipócrita e acredito no Estado Democrático de Direito, no Contrato Social e no Código de Defesa do Consumidor.
Acredito que o Governo não é responsável pela minha vida e não o culpo pelos problemas do Brasil, pois minha mente não é tão submissa. O governo só precisa me garantir condições mínimas de sobrevivência e o resto tem que ficar comigo. Foi com esse pensamento que muitos países se desenvolveram.
Aqui no Brasil a coisa é diferente: nós queremos fazer parte do governo, por meio do funcionalismo público, duvidamos e criticamos as empresas e culpamos o governo por todos os problemas nacionais, sejam eles do governo ou do povo.
Sei que o governo não cumpre seu papel, mas esse é um problema histórico e não será facilmente resolvido, sobretudo por conta desse povo de merda que temos aqui no Brasil.
A violência é reflexo desse conjunto de fatores. É câncer em metástase. Se Capitão Nascimento é bandido ou mocinho eu não sei. Mas pergunto uma coisa: devemos tratar os bandidos como eles nos tratam ou devemos tratá-los como seres humanos?
Nossa constituição, como a declaração universal dos direitos dos homens diz que todos são iguais e todos devem ser tratados desta forma. E também diz que devemos tratar os iguais com igualdade e os diferentes na medida da lei. Bom, não sei o texto exato, mas sei que não sou igual a um traficante, portanto não sou obrigado a esperar que a sociedade o trate como me trata.
No final de tudo isso, tem mais uma crença minha: em curto prazo violência gera violência. Mas o mais violento ganha a guerra no longo prazo. Se ficarmos do discurso filosófico, ético e político vamos ficar bonitos na fita, mas a violência prevalecerá, porque ela sempre vence.
E Deus sempre está do lado de quem vence.
É, todo mundo querendo “tratar bandido como bandido”. Todo mundo se achando “cidadão de bem”. O problema é quando um “cidadão de bem” cruza com um Capitão Nascimento da vida e ele te mostra o saco pra ver se você é bandido ou não. E o engraçado é que nunca vejo o BOPE invadindo o Leblon ou um condomínio da Barra da Tijuca atrás de bandido cheirador de cocaína, só deus sabe porquê…
Acho que ia ser massa um filme tipo: “Capitão Nascimento – versão Albergue!” Só falta uma gostosinha pra fundo (aquela namoradinha do Matias era muito gata). Coloca na net uma cópia pirata antes do lançamento, vai no Programa do Jó, se faz de coitado e diz que o final verdadeiro é diferente e pronto: sucesso!
http://peripeciaperspicaz.blogspot.com/
Bem, Marco. Sou professora e fui obrigada a levar o tema à classe. Fico apavorada em constar que os adolescentes têm o capitão nascimento como um herói. Admiro o capitão, mas reconheço que ele é um bandido, porém um bandido oficial, um mal necessário na sociedade. A Revista Veja publicou que 49% dos que assistiram ao filme consideram válida a tortura como forma de se conseguir confissões!! Isso é muito preocupante realmente. Precisamos rever ossos valores na escola, é comum encontrar professores (!) com discursos como “tem que matar mesmo, matar todo mundo!” – Sinto-me voltando à Lei Mosaica. Bom ler sua opinião sobre o assunto. Bom saber que ainda existe o bom senso!