Maiakóvski é o caralho

(para Rafinha Bastos)
Na primeira noite eles passam a mão na nossa bunda num beco escuro e não dizemos nada.
Na segunda noite, eles já não se escondem: esfregam o pau na nossa orelha, metem-nos cinco dedos no cu, estupram a nossa chinchilla e não dizemos nada.
Até que um dia o mais cuzão de todos entra sozinho na nossa casa já de rola na mão, come o nosso rabo, arrebenta as nossas pregas, goza na nossa cara e, conhecendo nosso medo, limpa o caralho naquele pano de prato que tem o Salmo 23 bordado.
Mas a essa altura a gente já tava gostando e só consegue dizer: “Ô… Me liga?”

8 comments

  1. Pra fuder de vez, a gente ainda tem que ler aqueles imbecis do Terra botando uma entrevista de um doutor em qualquer merda lá, ensinando o que tem e o que não tem graça, falando que a piada da Wanessa não pode, pq não tem graça, mas a piada do Gentili com os judeus pode, pq “judeu tem que levar pau mesmo”.
    Pior que li a matéria inteira, e ele não explicou como fez pra chegar ao veredito, se algo é engraçado ou não, e aí fiquei sem entender: como que eu vou saber se devo ou não rir de algo? Preciso primeiro perguntar pra ele? Pq me pareceu meio arbitrário…
    Ou isso, ou então, se for contra judeu, aí pode qualquer coisa…

  2. Pau que bate em chico não come neta e bisneto de Francisco.
    Mas só para esclarecer, esse poema não é do Maiakóvski, mas sim do Eduardo Alves da Costa. Gerou-se a confusão pelo fato de o poema de onde esse trecho foi copiado ad nauseam tem o título de “No caminho, com Maiakóvski”.
    Antes que você diga que eu sou amante de poesia, sei disso apenas pela semelhança com um texto que gosto muito, de um pastor alemão da época do Nazismo chamado Martin Niemöller, que é o seguinte:”

    First they came for the communists,
    and I didn’t speak out because I wasn’t a communist.
    Then they came for the trade unionists,
    and I didn’t speak out because I wasn’t a trade unionist.
    Then they came for the Jews,
    and I didn’t speak out because I wasn’t a Jew.
    Then they came for me
    and there was no one left to speak out for me.”

  3. Só acho que, como disse Jerry Seinfeld que nunca faz piadas que apelam pois, é “humor mais fácil de criar”. É mais difícil fazer humor sem apelar a funções fisiológicas do organismo, sexo, etc. Sou fã de caras como Don Rickles que apelam ao humor preconceituoso de todo tipo, e coisas piores até. Lembro que há alguns anos, Rafinha foi contratado como Mestre de Cerimônias de um evento interno da Cyrela. Hoje já seria difícil imaginar esse trabalho com ele. Com certeza continuará faturando muito bem, mas optou por um estilo agressivo de comédia, e o âmbito será mais específico e limitado. Engraçado é como esse filho da Camargo ficará marcado por isso. Sou a favor do retorno dele ao CQC, mas imagino que o espectador tratará palavras dele como papo de louco. Ignorará, sei lá. Gostei que o CQC enfrentou e defendeu a liberdade da franquia.

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