Jornalista é gado

A historieta da Intel já deu o que tinha que dar. Conversei bastante com a assessora, e parece que tudo foi uma mistura de mal-entendidos com uma presepadazinha. Nada de mais, pois. Só que a discussão pegou fogo lá no Pérolas. Estudos mostram que os jornalistas brasileiros têm em média um ego duas vezes maior do que o de um argentino comum. Então foi aquele furdunço: jornalistas de redação falando dos assessores, assessores achincalhando os repórteres, nego pregando a revolução, enfim, coisinhas divertidas. Porém, o comentário de um retardatário me chamou a atenção, justamente por referir-se a mim:

Não que explique ou justifique… Mas vamos combinar que uma publicação que manda para uma coletiva um jornalista que nem é jornalista, que publica matérias de um jornalista que não é jornalista e que tem entre seus jornalistas esse mesmo jornalista que não é jornalista e que fica pagando de jornalista-gatinho por todos os cantos da internet tb não tem moral de ficar criticando quem faz as coisas erradas, né?

É claro que o bonitão (ou bonitona) não se dispôs a dar a cara a tapa: o comentarista se oculta por trás do escudo covarde do anonimato. Não me interessa quem seja, também. Dá para perceber que se trata de mais um que considera o jornalismo um sacerdócio, uma função sagrada a ser exercida apenas pelos iniciados. Pobre alma. Ainda não percebeu que jornalista é gado, e que segue a direção determinada por seu patrão boiadeiro. A questão toda é o diploma? Eu já estive numa faculdade de jornalismo. Se aquela papagaiada toda fez diferença na vida do caro anônimo, só tenho a lamentar. Formação cultural independe de universidade, e um texto decente nasce da leitura compulsiva, não das cadeiras mágicas da faculdade.
Não sou jornalista, e não pretendo sê-lo. É só uma profissão que exerço no momento. Se me aparecer uma atividade mais interessante, largo o jornalismo com gosto. Não vejo nada de sagrado no jornalismo, e não me sinto socialmente responsável por ser (estar) jornalista. É um trabalho: vendo parte do meu tempo e do meu parco talento para uma empresa, a empresa me paga uns caraminguás, e assim vamos vivendo. Não é um privilégio ser jornalista. Não é a coisa mais linda do mundo. Não é emocionante. Só um trabalho besta.
Agora, só não entendi uma coisa: pagando de jornalista-gatinho por todos os cantos da internet? Eita preula! E eu tenho culpa de ter um blog que as pessoas gostam de ler, e que o que eu escrevo por aqui ecoe em outros rincões da rede? Apaporra! Comecei o blog antes de ser jornalista, e este troço continuará existindo depois que eu mudar de profissão.
Jornalista é uma raça muito estranha, credo.

55 comments

  1. O que posso dizer? Só que assino embaixo do texto do Marcurélio. Na época em que eu estava no glorioso Notícias Populares sempre tinha um medíocre que se baseava no diploma que tinha. Se fosse assim, ninguém poderia expressar opiniões ou narrar fatos, a não ser que tivesse diploma de jornalista.

  2. Realmente, se existe uma profissão em que diploma é capim é o jornalismo. Não que eu desconsidere, mas realmente pouquíssima diferença faz o diploma na vida de um jornalista.
    Parabéns pela colocação.

  3. Ai, Marcão eu nunca comento nada, mas agora esse “anônimo” passou dos limites….”Pagando de jornalista-gatinho” ?!?!?!?!?! De onde ele tirou isso? Seria ele um anônimo apaixonado por vc??? Ou ainda uma pessoa com grave problema de miopia??? hehehe
    Bom, um protesto “eu não sou commodity, buáááááá”, como diria uma grande amiga nossa. Nada de gado, seu judeu, sem noção! hehehehe

  4. Aê, Marco, eu nem gosto de jornalista (ô raça…), além disso acho que você faz seu trabalho corretamente (com bom conteúdo, digamos assim), porém abre-se um precedente grave para “não precisa de diploma” para exercer uma profissão regulamentada. Não sei, não, mas coloque-se no lugar do sujeito que exerce (bem) uma profissão e chegou a isso por um diploma.
    De qualquer jeito, acho que você tem razão no caso.

  5. Profissão regulamentada? Que diabo! Quem precisa de diploma é médico, dentista, advogado, engenheiro, físico. Profissões que têm um aspecto técnico importante, e que exigem um grande volume de conhecimento específico. Que tipo de conhecimento específico um jornalista precisa? Aprender a fazer lide? Técnicas de entrevista? Diferenciar informação de análise e de opinião? Pelamordedeus, dá pra matar todo o conhecimento específico da profissão num cursinho de três meses!

  6. Marco
    Toma como elogio….jornalista-gatinho…
    Se alguém me chama de farmacêutica-gatinha, ao invés do famigerado “tia”, ou agora(depois dos 30), o mais famigerado senhora….pô, fico pra morrer…
    Fala sério, um elogio é sempre bem vindo, mesmo que venha fantasiado de crítica….rsrs
    By the way, quando teremos novo capítulo…

  7. E foda-se esse féladaputa que escreveu essa porcariada toda a seu respeito… pra ele só tenho a dizer que as duas únicas palavras que se aproveitou foi Jornalista-gatinho…perdão Dona Ana Patroa… não resisti! E escreva mesmo porque como em outras profissões existe gente que nasce com talento sem precisar de um maldito diploma pra fazer o que tem vontade!
    Bjo

  8. Marcuaurelio, parafraseando Rithchicoki, eu queria dizer que jornalista nao é gado. Deve ser tratado como gado, veja bem a diferença…

  9. Olá Marco, tudo bem?
    Há muito tempo acompanho seu blog. De vez em quando deixo algum comentário. E nesse caso aconteceu algo parecido comigo. Durante 16 meses trabalhei numa agência de comunicação chamada E-Clip, aqui no Rio de Janeiro. Vc como “jornalista” (rsrs isso tah dando confusão hein) deve conhecer um serviço chamado clipping, que são aqueles recortes de matérias vinculadas em jornais, revistas ou na internet que são mandados para as empresas que contratam os serviços. Pois bem, não sou jornalista; sou pedagogo, formado pela UERJ e sofri muito nessa empresa: além de trabalhar de madrugada ainda tinha que lhe dar com profissionais que, como vc disse, tem o seu ego do tamanho de júpiter. A situação piorou quando fui promovido a supervisor, ficando responsável por 30 jornalistas. Agora imagina a minha situação. Só que prepotência independe de diploma (alguns médicos, alguns jornalistas, alguns advogados) e conhecimento idem. O que fizeram com vc sempre acontece, todos os dias, em qualquer parte do mundo: falata de respeito. E é por isso que vivemos num mundo tão vazio e bobo….rsrs
    HUMPF.

  10. bem… eu ainda não tenho que “lhe dar” com esses profissionais… hahah.. dou naada!! no máximo vendo por um precinho camarada =P
    “Aprender a fazer lide? Técnicas de entrevista? Diferenciar informação de análise e de opinião? Pelamordedeus, dá pra matar todo o conhecimento específico da profissão num cursinho de três meses!”
    foda…de jornalismo propriamente dito é pouca coisa mesmo. Daí o cara se dana a pagar cadeiras de sociologia, ciências políticas, o escambau!
    Uma coisa que eu acho engraçada(e talvez até seja por causa dessa falta de conteúdo): parece q quando o cara sai da faculdade de jornalismo, o tal do “foca”, tem que estar absolutamente familiarizado com todos os ambientes profissionais possíveis. É um faniquito que não aguenta esperar a hora de trabalhar, tem que saber logo tudo! Quero dizer… é uma área que se prende a tantos detalhes bobos! Exemplos: em Telejornalismo me deparo com altas informações sobre os possíveis penteados, roupas e acessórios de um repórter; em introd. a jornalismo a gente leu até sobre a SALA DE CAFEZINHO! HAUhae.. é muita merda!
    =P
    Mas, por outro lado, enquanto esse for um curso acadêmico tão longo(e caro)quanto os demais, eu defendo a obrigatoriedade do diploma. Se tiver que liberar geral tranforma logo num curso técnico! Meio termo não rola.
    abraço

  11. A faculdade não ensina a escrever… talento vem de quem pratica… não existe nada de emocionante ou romântico em qualquer profissão… blá blá blá…. tá certo, até aí dá pra concordar, mas os tais cinco anos de universidade, as leituras chatas, trabalhos e estágios e toda essa “papagaiada” não deveriam servir pra render um diploma que forneceria “supostamente” uma exclusividade pra exercer a profissão?…
    Isso aqui não é um país sério…

  12. “Cadeiras mágicas da faculdade”: muito boa. A respeito do “ser” em questão, é interessante que ele, ao mesmo tempo que escreve uma porcaria de comentário se orgulha em ostentar um diploma. Vai entender…

  13. O Marco tem razão quando escreve ” Formação cultural independe de universidade, e um texto decente nasce da leitura compulsiva”. Não só na cadeira de Jornalismo, mas na maioria das cadeiras da área de ciências humanas (leia-se comunicação, artes, jornalismo…) encontramos pessoas de talento nulo, tentando fazer faculdade pra ver se “pega o jeito da coisa”, enquanto do lado de fora, pessoas cheias de talento, que nunca tiveram oportunidade de cursar uma universidade, ou que escolheu a profissão errada, e que são muito, mas muito mais aptas a desempenhar um bom trabalho do que um recém-formado.
    Mas, mudando de pau pra cavaco: Jornalista-gatinho…Quem escreveu isso ou é uma mulher apaixonada ou um viadinho com inveja…rsrsrsrsrs

  14. Ai, seu liso.
    Vamô combina que você fica pagando de jornalista-gatinho, mas o que cê precisa mesmo é se embonecar com os amiguinhos na nite, formô?
    Cê ta ligado que esse seu tugh aqui é um putão çangue bão e só tá te dando uns toques pra você strondar na disciplina.
    Saudades, seu porra.

  15. Apesar de achar jornalistas um povo muito chato, não posso deixar de notar que o cara tem razão. Ué, nego pra atacar de médico tem que ser formado, não? Pra dar aula de geografia na escola, tem que ser formado, não? Pra defender a Suzane Richthofen, tem que ser advogado, não? Ué, então para atuar como jornalista tem que ser jornalista SIM! É foda também você pensar que nego estuda cinco anos pra poder exercer a profissão, e vem um que não terminou o curso, nem quer terminar, e toma o lugar dele. Mal ae, Marcurélio, mas o cara tem razão nisso.

  16. Tem mesmo é que dar no meio desses cu, que acham que diploma resolve. Escrevo também como jornalista nas horas vagas e não fico abaixo de nenhum louco com diploma na parede.

  17. Só uma coisa…
    “e este troço continuará existindo depois que eu mudar de profissão.”
    Isso é promessa hein? É garantia de que o JMC chega até o apocalipse né?

  18. HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA! Era só o que me faltava, um profeta dando pelota pra um reles e escroto homem do povo. Manda esse cara sifuder e num se fala mais nisso!
    P.s.: Eu conheço pelo menos umas cinco pessoas formadas em jornalismo que trabalham em Gabinetes de prefeituras de, como diria Monteiro Lobato, “cidades mortas”! PUF!

  19. Marco, como bacharel em comunicacao, posso te dizer que tudo que aprendi em 4 anos de curso relativo especificamente a COMUNICACAO (no meu caso, publicidade) dava pra resumir em, sei la, 2 meses de curso TECNICO. E so! Meus amigos do jornalismo diziam a mesma coisa. O resto do curso, tirando o tempo gasto com as enrolacoes, os saraus cheios de vinho de garrafao, a papagaiada que passa longe de ser cultura, eh formado por estudos sobre cultura geral. Conteúdo, alias, que um aluno de Ciencias Sociais ve com muito mais profundidade.
    Acho que voce, pelo seu conhecimento da area de tecnologia, e tendo um estilo de escrita maravilhoso, eh um jornalista bem melhor que qualquer ze bundao que fez um curso que atira pra todo lado e nao foca em nada (assim como seria melhor um biologo escrever sobre ciencia do que um jornalista). Logico que existem cursos bons, mas sao raros, e quem faz curso bom eh o aluno, ne…

  20. Bom, eu não sou jornalista e também passei por uma faculdade de jornalismo onde a única matéria que tive durante o curso inteiro, que por acaso se chama “jornalismo”, mudando só o número (1,2,3,4), os professores, todos eles, diziam que só se aprende a ser jornalista na redação.
    Ou seja, é uma faculdade para você aprender que fazendo a faculdade não vai aprender nada.
    Ah, teve uma coisa que eu aprendi na faculdade: a não ler jornal ou textos de jornalistas que se consideram jornalistas… seu blog eu leio, há muito tempo…

  21. Caramba héimmmm…
    Esse povo realmente se incomoda contigo né???
    Mas eu vou te falar…
    Marcos é o Marcos…
    Naum tem mais pra ninguémmmm.
    Abraços mano…

  22. Bom, falaram muito aki de diploma em jornalismo e das chamadas “ciências humanas”. Eu não trabalho nessas áreas, mas não resisti em falar pra vocês. alguém aki já leu um relatório de enfermagem? É a prova cabal de que diploma não ensina ninguém, mas ninguém mesmo, a escrever. Esse não é um privilégio só dos caras das humanas, na área técnica o bicho é muito mais feio. Abraços e parabéns, Marco.

  23. Realmente sua visão sobre o jornalismo é bastante apurada. Porém não concordo quando nos chama de gado. Não é bem assim. Se já esteve em uma redação sabe que escorregou um bocado no termo escolhido para definir a função de um repórter. Não precisa procurar muito para encontrar dezenas, centenas até, de casos em que o profissional superou a hierarquia. O jornalista não é Deus, nem sacerdote, mas é um profissional que de obedecer sim, sempre, mas não ao patrão, e sim a sua verdade. Abraços

  24. Não concordo com o fato dito de que tudo que se aprende na faculdade de jornalismo se aprende em um cursinho de três meses. É uma faculdade da área de humanas, e como tal, possui matérias tronco que são compartilhadas por vários outros cursos que no duro vc deve julgar importantes, como filosofia e sociologia. Aliás, se vc pensa assim do jornalismo, deve pensar isso dessas matérias tbm, já que todos filosofam ou analisam a sociedade à vontade, e as vezes mais efetivamente do que os cursados.
    se vc é um jornalista sem diploma, ótimo, mas não precisa aloprar quem tem, ou quem pretende ter, que é o meu caso. Admiro seu talento de escritor, mas suas qualidades jornalísticas não são mostradas no seu texto, que é muito parcial e cheio de detalhes não informativos. E por isso pode-se concluir que até aguma valia tem em se sentar no banco da faculdade e aprender alguma coisa.
    Ah, claro, vc pode concordar com a antiga lei que permitia o exercício pleno da profissão jornalística sem diploma, mas nem os juristas nem os jornalistas de hoje concordam.

  25. Concordo plenamente com vc… Sou jornalista e somos uma racinha idiota.. Todos acham q tem o rei na barriga q são melhores do q os outros… É claro q com algumas exceções..

  26. Se para ser presidente dessa bodega de país não precisa de “diproma”, que dirá para publicar seus escritos???
    É bem triste, mas é verdade. Adoraria que não fosse.

  27. Bom, eu gosto de vir ler o seu blog, vc escreve muito bem e me faz, inúmeras vezes rir (a exemplo da milésima vez que vc foi tirar a carta de motorista.. passei horas a fio rindo). Só que é o seguinte, não é porque uma pessoa escreve bem, que ela tem um pingo de noção das coisas, que ela pode fazer o papel de um jornalista.
    Sim, sim, jornalista é gado. Gado como em qualquer outra profissão. Vivemos num sistema que um manda e todos obedecem. Se vc tá se baseando nisso pra poder dizer que jornalismo não é lá essas grandes coisas, acho que vc cagou no pau (desculpe a expressão).
    Sou da área de comunicação, tô me formando em poucos meses em Radialismo/Rádio e Tv e não concebo certo tipo de coisa. Isso é menosprezar ou jogar fora toda e qualquer coisa que eu aprendi na Universidade, me fudendo todinha e só pq uma pessoa escreve bem, vem pega meu lugar no mercado de trabalho. Como fica? Não estou me referindo à situação em si, até pq eu não li a história dos bafafás lá(como assim vc está comentando sem ler?), estou falando da ofensa que vc fez à classe, por causa de um comentário de uma pessoa. Vou dar um exemplo pra vc entender o que eu estou falando: vc entra num curso superior de design. Passa 4 anos lá dentro aprendendo imagens, cores, semiótica, o caralho a quatro. Se forma e é um designer. (o outro lado) Você vai na Microlins, faz um curso de design por 6 meses. Aprende a mexer no corel, photoshop, sabe mexer no paint, aprende flash. Conclui o curso. É designer.
    Se vc fez jornalismo, sabe muito bem que existem técnicas e normas da escrita de uma matéria e na FABRICAÇÃO (sim, fabricação) de uma notícia e que não é de qualquer jeito que a “coisa” deve ser feita. O problema não é com o jornalista/radialista em si, mas sim o sistema no qual ele está incluso. Ou vc acha que eu não queria estar bem linda exercendo meu direito de cidadã e meu dever como comunicóloga, informando à sociedade? Relações de poder, poderemos discutir em outra oportunidade.
    Ninguém está tirando o direito de vc escrever, de comentar, de falar o que pensa e continuar escrevendo o que te der na telha, mas cada macaco no seu galho.
    Um abraço, cara.

  28. Xará do comentário acima,
    Acho que todas as profissões merecem respeito. Todas as graduações também. Mas dizer que o trabalho de jornalista não pode ser executado por um sujeito formado em química, você tem uma visão um pouco fechada. Assim como uma pessoa formada em física pode muito bem dar aulas de matemática. Assim como eu tenho aula na faculdade de pedagogia com uma professora formada, mestrada e douturada em psicologia. Ok, você não vai querer ter o estômago operado por um arquiteto, mas certamente um texto de política poderá ser muito bem escrito tanto por um bom jornalista quanto por uma pessoa formada em história. Porque o que interessa não é “saber escrever bonito” ou ter lampejos de criatividade. O que importa é se o cara sabe PENSAR BEM um assunto.

  29. É isso aí: não é um diploma que vai trazer talento pra nenhum ser. Bom texto vem mesmo é de leitura compulsiva. Até mesmo por que sem ler, e muito, ninguém guarda o tanto de regras que têm nossa língua mãe.

  30. posso comentar de novo? :~
    Querida xará e querido Marco Aurélio ( do qual estou fazendo seus comentários de chat :P)
    Sinceramente, se qualquer uma pessoa que tem conhecimento do assunto pode escrever como um jornalista, pra quê que existe um curso superior? Pra quê que a gente (comunicólogos) precisa estudar política, antropologia, história, filosofia, artes, técnicas, mais técnicas e etc? Será que é à toa? Ou será que é só pra chegar no final do curso e dizer: “porra, eu sou um jornalista/radialista”. Quem estudou e/ou se formou, e acha uma coisa dessas, na MINHA OPINIÃO é um(a) inútil. Sinceramente.
    Claro que qualquer um não pode exercer o papel de um jornalista. Que história é essa? “Ah, me formei em artes plásticas, mas como sempre adorei animais e sei mexer com os bichinhos, sou médica veterinária”. Como assim? Usando meios alternativos, ou conhecimentos de vida pra exercer uma profissão? Aí eu não concebo não. Tem uma idéia de escrever uma matéria e já é jornalista? Jornalista não foi pra faculdade aprender a escrever bonito. Ele aprende a escrever imparcialmente, diretamente, claramente, concisamente e da forma mais compreensível possível, mantendo o leitor/espectador bem informado sobre o assunto (ao menos a gente aprende assim, na teoria, a prática é outra coisa). Jornalista não é emissor de opinião, é o meio entre o emissor e o receptor. Jornalista é simplesmente a pessoa que pega o acontecimento e leva a você, da forma mais simples possível. E inúmeras coisas que eu poderia ficar escrevendo horas a fio.
    Claro que diploma não dá o dom pra ninguém. Tem cada um, principalmente aqui onde moro, que pelo amor de Jeová! Dá vontade de chorar de vergonha… Claro que, pra escrever sobre um assunto não precisa ser jornalista. Mas pra fazer papel de jornalista, precisa ser jornalista. Isso é uma coisa meio óbvia.
    E volto a afirmar, caro Marco Aurélio: não – e nunca – vou dizer que somente um jornalista pode escrever sobre um assunto. Talvez você saiba mais de política nacional do que eu, ou saiba escrever melhor sobre o acasalamento de libélulas virgens nas montanhas geladas dos Alpes Suíços (se é que lá existem libélulas e virgens então, só por um milagre de Jesus…) do que eu. Mas isso não te faz um profissional da área. Continue escrevendo, se achar que é correto, mas acho que, por uma questão de bom-senso, não deveria mais usar este titulo, se é que usa. Cronista? Escritor? Comentarista? Claro! Mas jornalista nunca. A não ser que tenha um título pra isso. Doutor não é médico, advogado ou gente rica. Doutor é quem tem doutorado.
    Me empolguei. 😛

  31. Olha Marco, é foda admitir mas você tá certo: a gente faz o que chefe manda. Nossa opinião é a opinião da empresa. É assim, sempre foi e sempre será. E se trabalhar para uma empresa do governo é pior ainda.
    E diploma nao vale nada.passei 5 anos numa universidade pra trabalhar com uma equipe inteira que tem cargos só porque foram indicados por amigos. muitos são excelentes jornalistas outros são tão inteligentes quanto uma porta: todos ganham mais que eu. Conclusão: quer ser jornalista? não gaste tempo nem dinheiro. Seja bom, leia muito e escreva por mérito ou tenha um amigo fodão pra te arrumar emprego.
    Mas vamos combinar, que os assessores são seres que não merecem a vida são…oooo racinha maldita

  32. cara, pode escrever, e ganhar grana com isso… mas não diga que é jornalista. Preserve ao menos a nomeação, que demora 4 anos para ser paga. Just it.
    Tem gente que se cura com benzedeira. Mas ninguém chama a dita de cuja de “médica”.
    Enfim…

  33. Eu, como jornalista formado, não estou qualificado para responder se a faculdade de jornalismo ajuda o sujeito a “virar” repórter, pois eu precisaria ter frequentado as aulas.
    Se todo jornalista precisasse mesmo de especialização na área em que atua, então iria faltar gente para escrever. E eu perderia meu emprego.

  34. Mas vamos combinar que uma publicação que manda para uma coletiva um jornalista que nem é jornalista, que publica matérias de um jornalista que não é jornalista e que tem entre seus jornalistas esse mesmo jornalista que não é jornalista e que fica pagando de jornalista-gatinho por todos os cantos da internet tb não tem moral de ficar criticando quem faz as coisas erradas, né?

  35. Quem não tem moral de ficar criticando é quem reclama e não dá a cara para bater. Jornalista precisa ter nome e assinar o que escreve.

  36. Tem gente que se cura com benzedeira. Mas ninguém chama a dita de cuja de “médica”.
    Concordo como Bruno.
    E sou de Maceió, lugar onde programas policiais virou máquina de eleger deputados, prefeitos e etc.
    Todos sem diploma q pegam o microfone e manipulam a opinião dos q gostam de ver carnificina na hora do almoço.
    Completamente de direito e lógico jornalistas formados defenderem o direito q outras profissões defendem.
    Acho o sindicato dos jornalistas muito parado por deixar que qlqr semi-alfabetizado se passe por jornalista.
    Não sou, nem curso e nem pretendo ser jornalista.
    É minha opinião.

  37. Espera aí, alguém foi reclamar que o Serra, Economista, foi Ministro da Saúde ?
    Pelo que eu saiba o Marco é Analista de Sistemas e escreve muito bem e pelo que eu entendi quando li este post, quando ele diz que jornalista é gado, ele está querendo dizer que são os profissionais que seguem para o front(abatedouro) e os demais, aqueles que apenas usam frases de efeito em seu trabalho, ainda não podem ir, porque se encontram com a bunda suja…E tenho dito.

  38. Os Jornalistas são uma das criaturas mais inteligentes da terra, perdendo só para os americanos. Tirando a inveja, chegam bem perto a Deuses…

  39. Estava concordando com você, mas ao partir para: “…Só um trabalho besta.”, perdeu meu respeito.
    Sim, sou jornalista, com diploma. Realmente grande parte do fazer e ser jornalista se aprende no mercado, não na faculdade. Mas tbm não me arrependo de ter passado quatro anos estudando jornalismo. Aprendi mto, amadureci mto e quebrei mtos tabus que tinha. Mas isso nem vem ao caso agora.
    O fato de você ter colocado a profissão como um trabalho besta, torna você um outro besta, já que, como disse, a exerce, concorda?
    Você foi desreipeitoso com a categoria. Não é porque não gostou de certo comentário de um jornalista que deve descontar sua raiva em todos nós, que exercemos a profissão com muita paixão, sim, paixão. Você como “jornalista”, deveria saber que não se deve fazer generalizações, não?!

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