Mamãe eu quero mamar

Cineastas que dizem que os filmes devem ter um viés social (ou seja lá qual for o nome que dão praquele negócio de olhar pros pobres e dizer “ô, coitados…”) são os mesmos que se perfilam para mamar nas tetas do governo. Já repararam?
Para ir ao cinema, o pobre precisa de dinheiro. Para ter dinheiro, precisa trabalhar. Para trabalhar, precisa estudar. Para estudar, precisa comer. Para comer, precisa ter dinheiro. Só que não pode estudar, comer ou trabalhar porque o dinheiro que poderia ser investido em educação, agricultura e emprego vai para certos cineastas mostrarem crianças ranhentas em close na tela grande.
Atravessadores!
E o Movimento Literatura Urgente, hein? O que não faz a preguiça de trabalhar… Abjeta essa fila de escritores beijando a mão do Ministro Rebolante em troca de migalhas.
Não, não. Sério. Os caras querem um Programa de Compra Direta de Livros do próprio autor inspirado no Programa de Compra Direta de Alimentos da Agricultura Familiar. Como se escrever um livro fosse tão importante quanto plantar batatas. E NÃO É! Pelamordedeus, NÃO É!
E não querem só dinheirinho não, viu? Além de fomento daqui, fomento dacolá, os danados ainda querem passear. Querem que o governo (o governo uma porra, eu e você) financie viagens para eles. Citando:

Caravanas de cinco escritores e poetas deverão circular pelas universidades das cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro, Sudeste, Sul), para debates sobre literatura, leituras públicas e lançamentos de livros e revistas. Cada caravana deverá passar por, no mínimo, cinco cidades diferentes. Serão, portanto, cinco caravanas simultâneas, com cinco escritores cada. Total: 25 escritores. Essas caravanas deverão ser trimestrais. Sugestão de nome: Projeto Waly Salomão.

Ah, que beleza! “Vamos batizar o projeto com o nome de um finado amigo do Ministro Saracoteante, quem sabe ele não amolece?”. E não é só! Também querem um programa desse, de turismo, em parceria com governos estaduais e municipais. E mais! Intercâmbio com outros governos de latinoamerica para passeios de escritores pra lá e pra cá. Eita! Onde é que eu assino? Tenho um livro publicado, também quero mamar. Que que é? Só eu sou bobo agora?
Não sei o que meus pais tinham na cabeça quando me ensinaram que nada vem fácil, que é preciso trabalhar e coisa e tal. Agora, aos 30 anos, percebo que os ensinamentos que recebi na infância estavam equivocados. Pena.
E leiam o que o Mercuccio escreveu a respeito.

32 comments

  1. A realidade pública brasileira seria irônica se não fosse tão cruel. Pior de se estar em uma “Terra de Ninguém” é ainda ter que bancar os tais “ninguéns”. Ando meio cansado disso tudo. Tantas opções que fica difícil escolher com o que mais se revoltar.

  2. Por falar indignação, porque você não monta um post sobre a nova Daslu em São Paulo. Um bando de babacas que torram milhares de reais em nome da grife… As dondocas de São Paulo estão em polvorosa pra ver quem já foi ou não no novo prédio. Pior que eu li uma reportagem onde uma faxineira que trabalhou no prédio ficou completamente encantada com as roupas do lugar! Pelamordedeus! ÔHHH povo besta! Paquerar uma saia de 4.000 quando uma saia comum não sai por mais de 50! Só pra desfilar por aí com um nome famoso costurado na bunda. Valha-me Deus!

  3. Eu acho válido o projeto. Acho importante levar a literatura pra todos os cantos do país. É uma vergonha um país desse tamanho e mais da metade da população não chega a ler nem 1 livro por ano. Pelo amor de Deus né!
    Acho que tem espaço pra programas de N objetivos.
    Temos que levar mais cultura pra esse povo!

  4. Cara, a questão não é deixar de ler. A leitura é muito importante sim, porém o que acontece é que esses caras tão querendo abusar do nosso dinheiro pra se esbanjar. E, antes de cultura, temos que levar comida, depois saneamento básico, depois princípios de cidadania e daí sim “cultura” (tenho medo de usar essa palavra).

  5. Meu Deus! Marco Aurélio, havia um erro de digitação no post. Acho que em uns dois anos em que leio seu blog é a primeira vez que atento para algo assim… concordo que saúde-alimentação-moradia, é um tripé imbatível na escala de prioridades, mas o único problema do projeto, no meu pobre entender, é que ele foi redigido aqui, no Brasil, com nosso índice de mortalidade infantil e tudo mais. Fora isso, é tudo muito lindo, muito amaro…

  6. Pode acreditar que filmes de cineastas que dizem que suas obras têm que ter um viés social serão sempre medíocres ou porcarias completas.
    Se Fernando Meirelles disse isso, ele é a exceção, que fique claro. 😀

  7. p/ LU:
    Tudo é uma questão de prioridades Dna. Lu, vou ser bem “simplizenho”:
    Primeiro, agente gasta o “nosso dinheiro”=”imposto” pra fazer escolas que “ensinem” nossas crianças(generalizando: não essa porcaria de ensino público!). Depois, agente vê se sobra dinheiro pra comprar caminhões de livros e botamos os escritores/turistas na estrada.
    Deu pra entender ou quer que eu desenhe.

  8. Corrigindo: “simplezinho”.
    E tem mais (tô puto), esse é mais um exemplo da mediocridade que impera no nosso gigante deitado em berço explêndido:
    Gasta-se milhões com o “leite” dessas tetas; e pra o que é importante, é destinado uma miséria. Quando ainda chega no destino, pois muitas vezes é desviado (leia-se ROUBADO) ou dilapidado pelo pagamento de comissões (leia-se PROPINAS).
    Ahh!! Vai-pra-puta-que-o-pariu!!

  9. davidemogi, você é um simplorio babaca.
    Pode ficar com raiva, sim… por todo o dinheiro que é torrado nos projetos ineficientes para preservar a Amazônia (SUDAM e outros…). Pode ficar revoltado com a corrupção, com a enganação, com a impunidade… Mas ficar puto da vida com algo que promoveria uma troca de idéias entre escritores e estudantes sinceramente me faz perguntar: você por acaso não acha que criar uma literatura nova, que não somente possa inspirar mas FAZER PENSAR (coisa que, na minha opinião, você não fez ao escrever seu comentario), ajudar a criar uma literatura de verdade, enfim, não seria uma maneira de mudar um pouco as coisas? Fora o fato que a grana gasta para fazer 5 escritores zanzarem pelas faculdades seria nada comparada ao que se perde em propinas, corrupção e ma administração.
    Quer apoiar o post do Marco Aurélio? faça! Quer criticar? Critique! Mas esse seu comentariozinho de tio ignorante que por causa de sua ignorância se acha super inteligente e trata os outros (entenda-se a “Lu”, que simplesmente deu o ponto de vista dela) de “burros” mostra que para você, mesmo se o Umberto Eco, Alain Minc e José Saramago fossem dar uma conferência em Mogi você não iria… Com certeza iria preferir ficar bebendo cerveja no buteco, onde suas idéias de filosofo de bar encontram quem as ouça…
    Ou então porque você simplesmente não faz a menor idéia de quem sejam esses três caras… Tudo bem… tem que ter de tudo para fazer um mundo, até gente “brilhante” como você.

  10. Ah… sim… eu ia comentar o post e acabei esquecendo…
    Sim, tem ciosa muito mais importante a ser feita no momento.
    Sim, acho que incentivar a leitura e a troca de idéias pode levar a quebrar co ciclo vicioso “pobreza-fome-ignorância-submissão-pobreza”. O problema é que a gente continua com a mentalidade do “tem coisa mais importante para O GOVERNO fazer. Enquanto isso, sentamos nossas bundas na frente do computador para trabalharmos e ganhar o suficiente para a cervejada de sabado e o churrasco de domingo, onde faremos tudo menos dedicar uma hora que seja do nosso tempo livre para aprender algo novo.
    A gente sempre fala que “tem algo mais importante”, e que o governo tem que rever suas prioridades… é verdade.
    E nos também.
    Tem gente que acha que não… que tudo é frescura… São os mesmos que depois vão reclamar que do Brasil a gente pode até esperar um burro nascer com oito cabeças e um chupa-cabra no cu, mas nunca um Prêmio Nobel…
    é a revolta que colabora com a escrevidão.
    Valeu. (ah, e adorei o “Salomano”!)

  11. Controlar os artistas é o sonho de todo Estado. Começou assim, na Russia. Mas o Brasil, aqui tudo é ridículo. O máximo que poderia acontecer é um bando de sangue-suga nas tetas do governo.

  12. Tem um problema de concordância no que seus pais “tinham” na cabeça.
    Eu não sei muito bem no que consiste o tal projeto, mas isso de cineasta mamar no Estado vem da ditadura que criou a Embrafilme e acostumou o cinema brasileiro a depender deles e, agora, de empresários que estão interessados em marketing, não em cultura, e, principalmente em dedução de imposto, aí, voltamos ao Estado…
    É sempre bom lembrar que cinema é indústria e gera emprego. Um milhão investido em um filme gera mais emprego que o mesmo milhão investido em indústria automobilística. Há uma grande quantidade de pessoas envolvidas. No caso da literatura, também, se levarmos em conta o diagramador, o revisor, o ilustrador, se for necessário para o livro.
    É sempre bom lembrar desses detalhes que também ajudam um país a crescer tanto quanto a agricultura.
    Não quero com isso, claro, dizer que esse projeto é algo legal, porque eu não conheço e só estou lendo sobre isso aqui. Só quero lembrar que há geração de empregos quando o assunto é cultura, seja com filmes com viéis social ou não. O problema é que os concursos do minc não exigem pseudônimo e é obrigatório o envio do currículo (quem está começando, pode esquecer). Enfim, nem sempre ganha o melhor projeto…

  13. Caro amigo Marcaurélio…
    Apesar da sua fama popstar, venho lhe pedir para que, se for possivel,o senhor nos prestigie com a sua presença em nosso blog, o “Somos fdp’s”…
    Sim, sim… ele não passa de mais um dos muitos blog’s repletos de heresia e sem proposito que circulam pela internet… Mas fdp que é fdp não se importa muito em ser ridiculo.
    Na ultima postagem, tratamos de colocar seu nome em meio aos muitos que circulam por lá. Se for plausivel ao seu tempo, solicitamos a sua presença, estamos carentes de comentarios.
    Grato
    o endereço é http://somosfdp.zip.net/

  14. Filipinho, não fique irritadinho. Se voce souber interpretar os meus comentariozinhos, verá que em nenhum momento eu disse que o projeto é uma bosta (desculpinha pelo nomezinho feio, tá?) de ideia; só disse que é uma questão de prioridades! Ahh, e não venha me dizer que não é preciso antes ensinar o povo quanto é 2 + 2, quais são as vogais e consoantes, raciocinar, questionar etc etc; pra depois apresentar-lhes um Machado de Assis, um Euclides de Cunha, um Jorge Amado, um Augusto dos Anjos, um José de Alencar, um Lima Barreto, etc etc; so pra ficar com alguns brasileiros?
    E apesar de não ter o habito de filosofar em butecos, pois sou abstêmio, citarei Socrates (filosofo grego): Só sei que nada sei!.

  15. leio as notícias de longe, e tenho uma impressão muito estranha de que as pessoas estão se debatendo numa revolta sem propósito. As coisas de que se reclama sobre o cinema, literatura, educação, são as mesmas desde o governo sarney. até os xingamentos (a frase mamar nas tetas do governo deve ter sido inventada no governo Deodoro da Fonseca) e mesmo as pessoas com quem a gente concorda em tudo tem uma visão diferente do que pra gente é o óbvio ululante. queridos, se vocês querem brigar, troquem e-mails. não cometam o mesmo erro que eu que vocês se sentirão envergonhados disso pra sempre, eu juro.

  16. Gostei do post, gostei dos comentários só não gostei do Marco chamar o ministro de Rebolante.Gosto do Marco e também gosto do ministro, que antes de sê-lo já tinha mais de 30 anos de carreira e quando deixar o cargo certamente continuará sua obra.Quero dizer: Gil nunca precisou de nenhum governo ou de “favores” destes e, creio que está fazendo o melhor que pode na sua área.Na minha ótica fazer 3 refeicões(tô sem cedilha) é mais importante, mais “prioridade” que comprar um disco ou um livro, mas “curtura é curtura” também precisa ser estimulada.AbraSSos.

  17. e tem mais, Filipinho Irritadinho! Muito bonito esse seu discurso, muito logico e articulado, mas com certeza é porque voce nunca precisou sujar o dedão para “assinar” alguma coisa, ou, picar palma (especie de cacto que se pro gado) e fazer um “mingau” para seus filhos comerem, ou, gastou toda sua aposentadoriazinha (que para qual, voce trabalhou uma vida toda) na farmacia com remédios de primeira necessidade, ou ter pernoitado numa fila do SUDÃO (SUDS).
    Ara! Filipinho, vai pentear macaco!
    Em tempo: Nunca li nada de Alain Minc (googuei, e não me interessa sua literatura), quanto à Eco: li no banheiro cagando, e Saramago – apesar de ser-me simpático por ser ateu – leio na fila do banco; pois romance pra mim é passa-tempo!

  18. Aft Asar Den, procure encarar a vida com mais humor. Duvido que você tenha mais discos do Gil do que eu. Mas ele é rebolante. Isso não se discute, a não ser que você nunca tenha ido a um show do ministro. De resto, em momento algum critiquei o ministério da cultura. Nem sei como anda aquele pardieiro.
    davidemogi, não é a primeira vez que você vem querer arrumar briguinha nos comentários do meu blog. Procure algo para fazer e deixe meus leitores em paz. De resto, se você lesse mais e procurasse menos encrenca, talvez não escrevesse absurdos como passa-tempo, ou à Eco. Babaca.

  19. Tá bom vai, eu peço desculpas:
    Dona Lu: Desculpa! Não chamei a senhora de burra não! Estava sendo sendo sarcastico.
    Felipe: Desculpa! Não tava brigando com voce, tava brigando com sua idéia!
    Marco Aurelio: Desculpa, por não saber escrever direito, tá?

  20. Marco, eu discordo do seu post. Não que concorde 100% com o projeto, mas acho que os problemas do Brasil podem ser resolvidos paralelamente. Prioridades servem pra dizer onde devem ser empregados mais recursos e não pra criar uma listinha onde um problema só pode ser resolvido depois do anterior.
    Mas não é por isso que estou escrevendo. Escrevo para elogiar sua postura de independência tanto em relação aos que concordam com você quanto aos que discordam. Isso é raro. Parabéns.

  21. Renato, você foi ingrato, me levou pro mato e me desvirginou…
    Não, né nada disso.
    Renato, o BNDES liberou há cerca de um mês uma linha de crédito para editoras. Olha aí, já é bom. A editora pega seu empréstimo, tem dinheiro para promover seus autores, levá-los em viagens para apresentar suas obras e coisa e tal.
    Agora, escritor ir pedir dinheiro ao governo é muita cara-de-pau. Eu sou contra o financiamento oficial do cinema, mas até entendo a justificativa: para fazer um filme você precisa de equipamentos caros, profissionais superespecializados, cenários, figurino, iluminação, precisa levar a equipe toda para as locações, é aquele negócio. Fora maquiador, cabeleireiro etc. Mas e para escrever um livro, quanto custa? NADA! É uma atividade solitária e sem custo.
    Se as pequenas editoras tiverem um dinheirinho, já ajuda bastante. Os autores terão mais facilidade para editar seus livros, a divulgação será melhor, as livrarias vão se interessar em vender. E melhor: trata-se de empréstimo, então o dinheiro volta para os cofres, pelo menos a princípio. Se essa linha de crédito do BNDES é inadequada (acho que não), discuta-se o assunto. Oras.
    Além do mais, pense na biografia desses escritores se a teta for liberada para eles:
    — E como foi o começo da sua carreira, muito difícil?
    — Não, até que não. Lembra quando tinha aquela mamata do governo? Então. Recebi uma grana, publiquei meu livro, viajei por toda a América Latina. Foi moleza.
    Pô, que graça tem?

  22. Sim, sim… Por isso disse que não concordava 100% com o projeto. Minha crítica ao teu post foi só em relação à parte em que você compara fomento à literatura com fomento à agricultura. Acho a comparação despropositada. Pode-se muito bem incentivar ambos, simplesmente dando mais ênfase (leia-se dinheiro) para o que é mais importante e urgente.
    Mas, de qualquer forma, como disse antes, essa minha crítica é menor. É só um detalhe. Realmente não foi para fazê-la que escrevi. Escrevi só pra te puxar o saco. 😉 Você merece.

  23. Por que não ?
    Agora todos que se acham “desprivilegiados” em algum momento já podem pedir uma cota para si. Se nunca houve incentivo aos livros, que se dê 15% da verba da cultura para eles. Se os judeus foram massacrados, que se dê, digamos, 20% da Alemanha para eles. Se as mulheres sérvias foram estupradas pelo exército russo ou austríaco na 1ª guerra, que se dê várias russas e austríacas para os sérvios estuprarem.
    Não é assim agora ? Tudo que foi errado no passado pode sem simplesmente consertado dando um pedaço do presente com cala a boca.
    Ah, educação básica ? Para que discutir essa bobagem ?

  24. Conheço o projeto, é besta sim, alimentado por tipos acostumados a boa vida e que agora estão cantando NOS BAILES DA VIDA em defesa de verbas para irem, aos bandos, “Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão aonde o povo está”.
    O problema não é eles irem de encontro ao povo levando cultura, a porca torce o rabo quando a viagem até o povo vai consumir o meu dinheiro! Eu prefiro que meu dinheiro (se me permitem) seja entregue ao povo para plantar batatas.
    Mudando de assunto, sem querer ser mala: fiquei ‘malacostumado’ com a seqüência de Mano Preza a cada três dias e achei que teria mais Salomano hoje.
    Abraço!

  25. Mandei resposta a voce me declarando “arrumador de briguinhas” e babaca, mas ela não saiu (tudo bem)! Enfim repito: não tenho nenhuma vergonha de passar por “tio ignorante” e analfabeto (quem nunca errou uma crase ou uma palavra composta), por me indignar com o que chamo de mediocridade no Brasil, em não considerar as prioridades, diante de um projeto como esse(que no fundo, não acho uma má idéia), mas que deve aguardar uma melhor hora.
    Mais ou menos nessa linha, como não se indignar com esse tipo de coisa: assunto recente na midia.

  26. Arre! Custou, mas encontrei um lugar onde se espinafra esse tal de Literatura Urgente! Já tava na hora. O diabo é que é capaz que a coisa vingue! E a quem comparou Literatura com Cinema, ah, tenha dó! Cinema é uma puta indústria, com uma puta concorrência e uma puta clientela. Não é preciso formar público para cinema. Basta ter bunda, e não ser cego e surdo ao mesmo tempo. Se for só cego, rola. Só surdo, também. Sem ajuda, nosso cinemim ainda tava mostrando os peitos da Dercy Gonçalves. (Dá a grana que o Meirelles pedir, pelamordedeus!) Livro, não. Qualquer um pode fazer livro em casa. Vender? Se for bom (pode ser bom-assim, bom-assado, meio-bom, bom-em-termos…) mas se for bom, vende. Ah, mas vende pouco? Ô, rapaz, sabia que eu tava esquecendo alguma coisa: os leitores! Então não seria melhor gastar uma graninha ensinando a ler? Ah, mas aí, demora, e os caras querem a grana djá. Eles podiam ir escrevendo enquanto esperam, nénão? E se prestasse, eles até podiam ir vendendo.
    Um porre essa mania de “alá, moçada, aquela teta ali tá vaga!”
    Isso é Brasil?

  27. Caros,
    Sou filha da escritora Elvira Vigna. Estou correndo a internet para notificar os sites que falaram do assunto (inclusive o próprio Gilberto Gil) que a assinatura da minha mãe na maldita (e absurda) carta “Temos fome de literatura” é falsa. Este é um endosso FALSO. Esta carta e este movimento FALSIFICARAM as assinaturas.
    Como se não bastasse não ter endossado esta carta, minha mãe (e eu) é radicalmente contra esta idéa estapafúrdia.
    Ainda estamos cuidando da parte jurídica da coisa mas quero pedir ajuda a todos que divulguem este fato.
    Não voltarei aqui para acompanhar e portanto se alguém quiser conversar a respeito, atendo no vignamaru@gmail.com.
    Desde já agradeço a ajuda de todos.
    Obrigada,
    Carolina.

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