Olga incomoda

Recebi por e-mail uma dessas apresentações de slides com fotos do filme Olga e um texto de Emir Sader intitulado “Por que Olga incomoda” (leiam aqui). E ele desfia razões: porque mostra a vida de revolucionários, porque tem a Internacional na trilha sonora, porque é de esquerda.
Pois bem: sou um sujeito de esquerda, mas não compro o pacote. Ora, Emir Sader chega a dizer que o filme mostra a Alemanha nazista, que teria sido poupada por Holywood todos esses anos. Bom, isso só demonstra que o professor não vê mesmo filmes americanos. Se visse, saberia citar pelo menos meia dúzia de filmes que mostram a Alemanha nazista com muito mais crueza do que aquilo que se vê em Olga. E é risível pensar que tantos roteiristas, produtores e diretores judeus tivessem essa suposta preocupação em poupar o nazismo.
O filme não incomoda por ser de esquerda, por mostrar a suposta realidade dos militantes. Vocês querem saber porque Olga incomoda? Eu lhes digo por quê: porque é um filme ruim de doer, com péssimas atuações, texto fraquíssimo, música ruim, enquadramentos de novela. Fiquei tão incomodado com o filme que não via a hora de terminar.
(Opinião decente aqui)

54 comments

  1. Concordo plenamente. Depois de quinze minutos, já estava olhando no relógio pra ver quanto faltava… A Camila Morgado (é esse o nome?) passa o filme todo com uma única expressão facial: Olhos verdes. Tentaram nos empurrar esse filme com matérias e matérias sobre a produção, que fez nevar no rio durante o verão, coisa e tal… Bom, nevar por nevar, lembro-me do shopping Eldorado, aqui de São Paulo, fazendo nevar no Natal… e eu era muito pivete nessa época!
    Resumindo em uma palavra: Fraco.

  2. Sim, o filme é uma ponta para uma nova novela da Globo, nada mais que isso. Um romancezinho boboca que mostra o Prestes como se fosse um retardado. Primeira o filme do Cazuza, agora o da Olga, quem será o próximo??? Tudo para saciar essa onde de adolescentes “rebeldes”…

  3. Marco, concordo plenamente com você. O filme é muito ruim. E não é por que sou uma cinéfila ou uma crítica de cinema, mas pela minha própria reação com espectadora. A emoção não fluía, eu até pensava: o sofrimento dessa mulher não me comove? Mas na verdade não era a falta de sofrimento, mas sim a falta de interpretação para ele. Não se via nada, nem o amor um pelo outro, nem a ideologia de Prestes, enfim nada!

  4. Nos primeiros momentos do filme, a edição é ótima: digna de um videoclipe. O que, para cinema, não funciona muito bem. O resto do filme roda em torno do envolvimento emocional entre dois personagens da História do Brasil, o que é ótimo: em uma novela, seria perfeito. Não no cinema.

  5. Devo confessar: não tive coragem de me ver…hehehehehe devo confessar ainda que é interessante ter um nome tão popular no momento…outdoors, exposição na estação república, revistas, jornais, tv e… comentários por aqui! beijos.

  6. Ao contrario de boa parte daqui, eu ouso comentar que eu gostei do filme, achei legalzinho.
    A primeira coisa que me fez questionar se o dinheiro que gastei pra ir no cinema seria melhor investido em outra área foram os diálogos.
    Eu achei os dialogos risiveis. Parecia realmente um discurso do PSTU. Algo do tipo: “Contra burguês, vote deseseis!”,”Quem bate cartão, não vota em patrão!”.
    Me lembra uns dialogos do “Gilmore girls- Tal mãe, tal filha” onde os deboches e ironias são lançadas uma frase atráz de outra como se os debatentes duelassem sem deixar tempo pro telespectador respirar (Exagerei no elogio a série? Bom… Não vem ao caso.).
    Achei ridículo as conversas em tom de seriado de super-herói dos anos oitenta em que o “Bat-man” dizia para o “Robin” frases que tentavam aparentemente inspirar o público a adotar o vermelho como cor ideológica. Tentativa essa que creio que tenha surtido mais efeito nos adolescentes que usam e abusar de camisas do Che, que eles acreditam piamente ser ele nativo de Cuba.
    Beijundas!

  7. Só pra completar…
    Não estava dizendo que os diálogos do filme eram cheios de deboche e ironia. Estava me referindo a velocidade em que as frases cliches eram lançadas durante as conversas.
    Beijundas!

  8. Porra, tu não é “de esquerda“, nem se considerar PT como “de esquerda“. Esquerda é chato! E você não é chato. Abraços.

  9. Marcelo, militantes são chatos. E aí não tem jeito: militante de esquerda, de direita, feminista, gay, negro. Os caras do Queer Eye For The Straight Guy fazem mais contra a homofobia do que todos os militantes gays juntos.

  10. M,
    Eu iria comentar sobre o filme mas fiquei sem saber onde…se aqui ou na área VIP (comentários decentes aqui)
    É…Num blog…isso poderia até se chamar “segregação intelectual”.
    Pior que não ter uma opinião decente é NÃO saber que se tem uma opinião indecente…
    Ai…ai…

  11. Há um agravante: quem leu o livro percebe como Monjardim transformou Prestes no maior banana de pijamas – como um amigo meu diz – do cinema brasileiro. Seguiu um raciocínio assim: virgem = inocente = bocó = frouxo.

  12. Que lixo… Se fosse uma comedia como as novelas das sete ao invés dos dramas das novelas das oito teria até aquelas risadas falsas de seriado americano.

  13. A impressão que fica após a leitura da crítica do Prof. Emir Sader é a de que ele não assitiu a nenhuma “fita” desde O Grande Ditador…

  14. Olga é ruim porque é filme brasileiro, e como todos sabem, filmes brasileiros só são bons os de comédia – somos ótimos nisso, basta agir com naturalidade. Agora em se tratando de assuntos sérios, complica…

  15. Um filme comercial. O quê vocês esperam de um filme comercial? É bom? Não, mas também não é o pior. Se alguém quiser saber a história de Olga que vá pesquisar em livros, documentários etc. e não assistir filminho da Globo.

  16. Eu gostei do filme, sim. E assisti após ter lido o livro e saber toda a história dos dois. Também acho que deviam ter enfatizado muito mais o lado COMUNISTA dos dois, do que somente o romance que envolvia os personagens principal. Mas acho que mesmo sendo um filme brasileiro, e sendo menosprezado, pelos próprios compatriotas, foi muito bem feito.
    Quem fala que filme Brasileiro não presta, é por que não consegue entender o esforço e crescimento de nossos diretores de hoje em dia. Vamos valorizar mais o que é nosso, ou preferem continuar assistindo essas comédias americanizadas que os fazem rir de suas próprias desgraças?

  17. Bom, não costumo responder a comentários de posts do blog dos outros. Mas acho que devería esclarecer um ponto: O filme ser ruim não tem nada a ver com ele ser brasileiro, ser sobre comunismo ou comunistas, ou até sobre ser dirigido por um diretor de novelas: O filme é ruim. A fotografia é sem graça, morta; a trilha sonora, nem me lembro. Sua presença foi ignorada completamente por mim. Os diálogos são mal-escritos. A interpretação da Camila, está sem graça, e ela não é uma má atriz, muito pelo contrário; lembro-me dela em uma peça de teatro que o que mais me espantou foi justamente a expressividade dela.As cenas, principalmente as de sexo, são patéticas. Sim patéticas mesmo, nos fazem menosprezar as personagens. Até as externas, meu deus, são claustrofóbicas!
    O que isso tem a ver com o tema ou a nacionalidade do filme? Nada. Poderia ser qualquer um. Mas esse filme é decepcionante.
    Só mais uma coisa: Ele podia nos ter poupado da cena da camara de gás. Realmente, desnecessária. Não pela cena em si, mas porque ficou um último clichê: Frente a morte, ele está impassível, corajosa, enquanto todos os outros estão desesperados.
    Vai falar de humanizar o personagem…

  18. Olha gente, falar que o cinema brasileiro é ruim, acho que é até uma covardia, pois aqui no Brasil nós não temos uma Hollywood e também não tem quem invista no cinema. Sobra pra quem investir? Tv Globo, é claro!!! O quê acontece; ela vai pôr pra atuar no filme quem ela quer e quem fôr mais conveniente pra ela. Eu dou graças a Deus que o nosso cinema, pela primeira vez, parou de ficar mostrando o morro carioca, tragédias das drogas dentre outros. Creio eu, que esse filme será um estopim de outros que abordarão temas diversos.
    Viva o Homem Nú e a Partilha!!!!
    Viva!!!!

  19. Pra quem sobra investir no cinema nacional? Sobra pra nós. Com tanto incentivo de governo federal, estadual, municipal, o dinheiro sai dos impostos que eu e você pagamos. E eu fico puto por ver meu dinheiro sendo torrado em coisas como Viva Voz.
    Além do mais, esse negócio de gritar vivas em caixa de comentários, sei não…

  20. Ta certo… a Globo é uma das poucas empresas q investem em cinema… mas precisava investir em cinema de péssima qualidade? pior de tudo é a musica de fundo que colocam na intenção de “dar um clima” pras cenas… Tremendo filme B… e ainda vai tentar levar um Oscar… e ainda tem chance de ganhar…

  21. Ninguem parou pra pensar q talvez não tenha sido o Emir Sader q escreveu o texto? Tipo aqueles textos “assinaodos” por Arnaldo Jabor, Drummond, Cony e outros? Eu sinceramente não vejo o Emir Sader no powerpoint fazendo isso e espalhando pros amigos dele por email…
    Just a thought!

  22. o que mais me incomodou no filme foi o fato de Monjardim ter feito tevê na tela grande. mas eu me emocionei em algumas partes, mesmo vendo a fraqueza do filme. a primeira parte é terrivelmente episódica o que significa que se você não conhecer o mínimo da história de Prestes e Olga, não entenderá bulhufas. mas o pior é que eu realmente acho que, dentre todos os filmes brasileiros que já foram disputar o prêmio dos colonizadores (o Oscar), esse é o que tem mais chances, somente devido à temática. Afinal, o que tem de judeu esquerdista em Hollywood não é brincadeira.

  23. Eu gostei do filme, no começo me incomodou com aquele romance meloso inicial, mas depois até que me emocionou, mas aí nem vale porque choro até em novela.
    Mas alguém chegar e falar que mostra toda a verdade que querem esconder… Pff, essa pessoa ta precisando é ir pra um campo de concentração mesmo. E o comunismo foi deixado de lado no filme e tenho certeza que era uma das coisas importante na vida de Olga. O que eles realmente quiseram esconder?

  24. Realmente, me expressei mal, o filme não é ruim por ser brasileiro. É um filme brasileiro ruim… Ele tem tanta chance de ganhar o oscar, quanto nossos “atletas” olímpicos (não os desmembrados, estes são bons!).

  25. Puxa gente… agora fiquei desanimada de assistir a esse filme.. queria tanto ver…
    mas realmente a globo esta falando demasi dessefilme como se fose um feito maravlhoso do cinema… estao ate querendo nomear esse filme para concorrer ao oscar…
    beijo no coraçao de vcs…
    tenham uma otima semana
    Lane
    =)

  26. Elaine, Olga já foi indicado como filme brasileiro que vai concorrer ao Academy Awards.
    O comunismo era algo tão importante que Prestes foi ele capaz de apoiar a eleição de Getúlio Vargas em 50 apenas para garantir a legalidade do PC. Vc já pensou isso? O cara subir no palanque do homem responsável pela morte sua mulher, a mãe da sua filha.
    Sobre o Oscar, fico com a sentença de Matheus Nashthergale, no Gordo a Gogô ano passado, de que o tanto que valorizamos este prêmio (que não é o mais importante do cinema mundial enquanto arte – a Palma de Ouro é o mais importante prêmio artístico do cinema) mostra a nossa mediocridade de colônia cultural: precisamos ser premiados pela Metrópole para nos valorizarmos. Eles estão nem aí para nós.

  27. Elaine, Olga já foi indicado como filme brasileiro que vai concorrer ao Academy Awards.
    O comunismo era algo tão importante que Prestes foi ele capaz de apoiar a eleição de Getúlio Vargas em 50 apenas para garantir a legalidade do PC. Vc já pensou isso? O cara subir no palanque do homem responsável pela morte sua mulher, a mãe da sua filha.
    Sobre o Oscar, fico com a sentença de Matheus Nashthergale, no Gordo a Gogô ano passado, de que o tanto que valorizamos este prêmio (que não é o mais importante do cinema mundial enquanto arte – a Palma de Ouro é o mais importante prêmio artístico do cinema) mostra a nossa mediocridade de colônia cultural: precisamos ser premiados pela Metrópole para nos valorizarmos. Eles estão nem aí para nós.

  28. O que incomoda é o fato de Prestes ter, anos depois, feito ACORDO COM GETÚLIO VARGAS.
    Ele era um homem que punha o interesse nacional acima das emoções pessoais?
    Não, claro que não. Era um idiota.
    Quem faz acordo com o homem que matou sua esposa, na boa, é alguém que não merece ser líder de porra nenhuma.
    Isso a turma da ‘esquerda patrocinada pelo Estado’ não conta. Pega mal.

  29. Não vi o filme ainda. Vi o trailer, achei o melhor trailer já feito para um filme nacional (tenho especial predileção por trailers). Apenas como observação sobre sua nota: durante anos, os judeus de Hollywood tiveram, sim, dedos para denunciar o nazismo, até porque as atrocidades cometidas pelos nazistas não eram inteiramente conhecidas e muito da dimensão do holocausto só veio à tona depois que os russos e os americanos tomaram a Alemanha. Até 1942, os produtores de Hollywood ficaram em cima do muro. Abraço,

  30. Engraçado. Eu li um texto do Emir Sader com esse mesmo título mas quase posso jurar que o conteúdo era outro (meus dois neurônios estão seriamente comprometidos pelo álcool).
    Ah, o filme é ruim mas é bom.

  31. Não vi o filme, mas o livro que o gerou já é meio piegas. Coisas como “acenou emocionada para o soldado do povo” no momento em que Olga entra pela primeira vez na URSS do “Genial Condutor dos Povos” (também conhecido como Stalin) não ajudam a salvar o livro. Mas tudo bem, o livro foi escrito antes da queda do Muro de Berlim, quando pérolas como essas ainda davam IBOPE.
    Do Fernando Morais, melhor ler o Chatô, onde ele acerta a mão. Ou “Corações Sujos” sobre um detalhe histórico interessante. Menos ideologizado, o F. Morais escreve bem pacas.

  32. Na boa, achei o filme bom e até chorei no final… Cheio de clichês? Sim. Formato de novela? Sim. E daí? Quem foi que disse que cinema tem que ser feito de uma forma só? Cinema é arte, e arte não foi feito pra todo mundo gostar igual não… O povão também tem direito de ver uma coisa que entendam no cinema, com uma produção legal. Até concordo que olga não merece concorrer a tantos prêmios, mas daí falar que o filme é ruim… Acho um pouco de exagero. Achei uma bosta o tal de Encontros e Desencontros, mas também não vou ficar falando mal dele só porque eu não gostei… Cada um com os seus problemas.

  33. Como é? Então não posso falar mal porque não gostei? E devo falar mal do quê? Daquilo que eu gostei?
    E lá vem mais gente insinuar elitismo em minhas críticas. Como se filmes cabeça e filmes ruins fossem as únicas duas alternativas, ou como se não coincidissem com muita freqüência.

  34. Concordo que o filme é ruim! Mas a Olga que incomoda por ser de esquerda não é o filme e sim a própria Olga – e não incomoda as maiorias por isso, mas sim os patrocinadores, os grandes capitalistas – talvez mais o livro de Fernando Moraes do que o filme, que é péssimo!
    Ainda assim, é um filme que deixa de mostrar o lado podre de Olga e Prestes, o lado podre do stalinismo dos Partidos Comunistas. Mas isso o filme herdou do livro de Fernando Moraes – que está longe de ser de esquerda!
    Abraço

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