Diário

Ontem eu comecei um diário. Sim, sim: peguei um caderno, botei a data lá em cima e comecei a escrever. É meio estranho isso de voltar a escrever no papel, parece que voltei no tempo de repente.
Bom, meus dias não são lá muito empolgantes, como vocês devem imaginar: desempregado e passando a maior parte do tempo em casa, nada de muito notável acontece. E, mesmo que aconteça, não vejo sentido em anotar essas coisas. Meu diário, embora recém-começado, já mostra a que veio: pensamentos, sentimentos, medos, planos. Acontecimentos? Nenhum.
Como conseqüência do diário, acho que vou conseguir o que venho tentando há tempos: deixar este blog mais impessoal. Sátira da Bíblia, um ou outro comentário sobre filmes e livros. E só. Eu sei que muita gente não vai gostar: há quem aprecie meus arroubos sentimentalóides. Eu até gosto de escrever coisas assim, mas saber que pessoas não muito agradáveis podem ler minhas confissões é um troço que me assusta um pouco.
É isso, meu povo: JMC de volta às origens.

31 comments

  1. Vou sentir falta de seus “arroubos sentimentalóides”, mas se você vai se sentir melhor, tem mais é que voltar às origens. Continuarei lendo o blog do mesmo jeito.
    Beijim.

  2. A m**da do blog é justamente isso. Se você se empolga, acaba se expondo demais para pessoas das quais nunca viu na vida, que, por sua vez, se acham no “direito” de falar qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo.
    Não faço diário porque não admito o fato dele ser encontrado e lido por quem quer que seja, o que também não é lá uma situação muito agradável.
    Sendo assim, o melhor lugar para se guardar sentimentos continua sendo o coração. Para planos e acontecimentos, a mente ainda é uma boa pedida.

  3. Também acho estranho escrever no papel… Há anos eu só escrevo no computador (menos fazendo anotações na sala de aula), e o ritmo das batidas no teclado acaba sendo o ritmo do fluxo de idéias, da corrente de pensamento.
    Mas não deixe o blog tão impessoal, por favor. Não precisa ter acessos de ira ou se desmanchar em lágrimas nos posts, mas deixe nos ter um glimpse de sua vida por trás dos posts. Nada ajuda a apreciar um texto como saber sobre a pessoa o escreveu.

  4. Uai, e desde quando esse blog vale a pena pelos “arrombos sentimentaloides”? Só a sátira já basta.
    Quanto ao diário… Isso é desejo reprimido de revelar algo ao mundo, mas você não tem coragem. Hehehe, boilice reprimida? =P

  5. Muito bom, Marco! Tem q ser assim mesmo. Há muito não se vê mais o blog-arte, o blog moleque, o blog de várzea. Eu, particularmente, prefiro esse clássico ao blog força, ao blog retranqueiro, que fica postando fechadinho lá no fundo!
    Manda ver, caro “diarista”!

  6. Um amigo uma vez me disse que essa coisa de blog o fazia lembrar da música do Morrissey, Suedhead: “You had to sneak into my room/Just to read my diary/it was just to see/All the things you knew/ I’d written about you/but so many blank pages”
    E é meio isso, pior até, já que só se precisa de um endereço e ali estão as referências de que qualquer um precisa para interpretar o que bem entender. Isso, às vezes, se torna tão incontrolável que se acaba perdendo as pessoas que, de fato, deveriam se reconhecer, ou se é invadido por milhares de conselhos que nada têm a ver com o que realmente acontece.
    As pessoas ficam achando que quem escreve é o que escreve. Pode até ser, mas não só isso.

  7. Isso só diz respeito a você, né? Mas já que você mesmo evocou o tema, vamos lá: acho que está certíssimo.
    Partilhar com os outros esse tipo de coisa, sentimentos, impressões etc, enfim, é bom e ruim.
    Mas o lado “bom” nem é tão bom assim, ao passo que o “ruim” chega a ser uma merda.
    De repente, vimo-nos ‘invadidos’ por gente que não sabe de nada, e o pior é que demos causa a essa invasão.
    Melhor assim, Marcão.
    Quem é amigo, mesmo, não precisa saber detalhe de nada. Só torce para que o outro seja feliz.

  8. eu nunca desisti do meu diarinho, por mais que o blog tbm represente um pouco de tudo o que escrevo lá. mas então, marco, escreva. e se quiser conversar, tamos aí. beijos.

  9. Eu comecei um diário esse ano e já notei diferenças quando reli meus arquivos. Vale a pena sim. E concordo com o Gravata quando ele diz que a parte ruim é uma merda.
    beijo

  10. Marco, que o seu diário de papel dure bem mais do que os meus, que nunca passaram dos dois meses…e olhe que eu tbm só escrevia sobre meus pensamentos. Hum, levando em conta que sou loura e filha de portugues, acho que o motivo não vai se repetir com você…Boa sorte.

  11. Beleza! Mas se você começar a achar que tá todo mundo passando a mão na sua cabeça e você precisa de alguém pra conversar sério é so ligar.
    O povo por aqui adora concordar com você! (Não que isso seja um problema, mas eu acho que amigo é aquele que enche nosso saco de vez em quando também).
    Abraço!
    Ah, escrevi um negocinho la no blog, vê o que você acha.

  12. Eu comecei um diario num laptop velho.
    Mas esse lance de diário é meio sei lá. Num sei explicar. Acabei largando de lado.
    Quanto a escrever no papel. Acho esquisito. Principalmente pq minha caligrafia é horrível e isso me dá a impressão q tudo q escrevo tá horrível.

  13. Se é o melhorpra você, é o melhorpra todo mundo, Marco. Gosto muito de ler as sátiras, assim como gosto de ler as sentimentalidades (ou, como você se referiu, os “arroubos sentimentalóides”). Mas deixo uma sugestão: você podia fazer um outro blog, só que pessoal.
    Admita; você ficou famoso!

  14. Haha… só pra avisar que seu blog é muito famoso, e que de um chute parei aqui. Te digo que todos os blogueiros “perdem o fio da meada” depois de um tempo. Voltar às origens é bom pra todos os casos. Eu bem que tentei comigo mesmo, mas acho que nunca vou conseguir.
    Talvez eu precise de um diário de papel, mesmo…

  15. Pô, sem sonhos psicodélicos (e você tem os sonhos mais psicodélicos da face da Terra), sem momento diarinho (“querido diário, estoui escrevendo um negócio que só eu vou entender, mas foda-se porque eu escrevo pra mim, não pros outros…”)… Vão ter piadas fora da Bíblia pelo menos? Aliás, eu também senti falta do S.A.C.hicoteia, onde você respondia aos crentes injuriados se ia ser flambado ou assado no inferno. Mas, beleza, eu não te pago pra escrever, então não posso reclamar…

  16. É mesmo a melhor saída. Eu até tentei ser público uma época, mas ter que aturar quem eu detesto se achando no direito de opinar a meu respeito… não funciona. Querem falar merda, que falem no próprio blog e não no meu.
    E bom, se revelar sentimentalóide é coisa que se faz com quem você sente liberdade pra isso, com amigos e com sua companheira, pois são aqueles que te entendem e tem o direito de te chamar de babão. Os outros que se fodam, sozinhos ou acompanhados.
    E vc sumiu do Msn, seu viado!

  17. É marcão,eu concordo com o Hugo. Não fique limitado, deve haver coisas legais para comentar. Você é muito criativo, use isso em seu favor, em algum momento a sorte vai sorrir para você.

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