A segunda contagem do povo

(Números 26 – um capítulo escrito na maior má vontade)

Era esse o tal servicinho que deus tinha para Moisés: fazer a contagem do povo. Então ele e Eleazar saíram contando todos os homens com mais de vinte anos, e o resultado foi o seguinte:

601.730 homens, contra 603.550 da primeira contagem. Mas essa diferença de 1.820 não significava nada: conforme deus prometera num de seus muitos momentos de ira, nenhum dos homens da primeira contagem estava vivo na segunda, com exceção de Josué e Calebe.
E o Moisés, Chicoteia?
Moisés era levita, e os levitas eram contados separadamente por serem dedicados ao serviço religioso e por não possuírem terras. Aliás, o número de levitas contados com mais de um mês de vida foi de 23 mil.
De posse dos dados fornecidos por Moisés e Eleazar, Javé decidiu que a localização do futuro território de cada tribo em Canaã fosse determinado por sorteio, enquanto o tamanho seria proporcional ao número de habitantes. Veremos mais tarde que essa regra não foi cumprida à risca: no mapa antigo de Israel há tribos pequenas ocupando enormes extensões de terra e tribos populosas espremendo-se em territórios do tamanho de Osasco. Não duvido nada que tenha rolado um por fora pra Moisés (ou Josué) nessa história.
Mas falaremos disso quando chegar a hora. Por enquanto fiquem aí esperando a próxima bobagem não-bíblica que eu escrever. Bando de hereges. Bah.

25 comments

  1. Eu também gosto dos capítulos bíblicos. Na verdade, é a parte que mais gosto…
    Só que comentar isso tem 2 problemas:
    a) O mesmo que você tem para escrever. Vai dizer o quê sobre um capítulo onde deus fica mandando contar o povo? Vou comentar dizendo “nossa, como era enoooorme – ou E-NOR-ME – o povo de Israel”? Comentários ficaram mais sem graça que o capítulo original.
    2) O post é uma reescrita do original. Mesmo quando o original é bom, às vezes não tem muito o que dizer. Falar “nossa, legal o moisés ser gago” não acrescenta muito… e se é pra falar esse tipo de porcaria, prefiro ficar quieto.
    PS: quero ver mesmo quando chegar no novo testamento. Aí é que eu acho que vai ser bom.

  2. ô Marco,
    não fica assim. O povo tem essa tendência de não dar valor ao verdadeiro trabalho de um artista, e olhar apenas o superficial.
    Mas creia que existem fãs de sua nova bíblia, que daqui a alguns milênios será conhecida como “O Evangelho de MARCURÉLIO” !!!!

  3. Porra, MArcurélio, que merda!!! Fica tristinho não… é que tem mais graça pra quem já conhece a história real, e assim dá pra entender todas as sátiras, deboches e ambiguidades… PORRA, voc~e mesmo disse que o resto era só comlemento, o JMC é isso aqui, PORRA, largue mão de ser uma bicha chorona pedidndo beijo grego e não pare de escrever… abraços

  4. Tá bom Marco, se te serve de consolo, recentemente li O Evangelho Segundo Jesus Cristo, do Saramago e percebi que ali ele narra os rituais judeus que no JMC foram tão exaustivamente explicados, quando você reescreveu o Levítico. Só mesmo no chicoteia eu teria visto algo do tipo, já que a Bíblia mesmo eu nunca li!
    JMC é cultura!

  5. ha,ha,ha…achei um sarro vc ficar transcrevendo textos bíblicos aqui.
    adoro ler a bíblia e principalmente esta parte das 12 tribos de israel.
    muito bom..
    mas onde chegaremos???

  6. é que eu, pelo menos, fico sem nada a acrescentar nos capítulos bíblicos… quanto as outras coisas mais simples, estas sim eu tenho capacidade mental para comentar =P

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