Para encerrar (de verdade!)

Email que eu recebi da Isabel, garota genial que trabalha aqui e se expressa muito melhor do que eu:

Não, não acredito em Deus, nem em espíritos, nem em manifestações paranormais. Acreditar nesse tipo de coisa não é lógico para mim e me parece um pensamento bem primitivo. Mas tenho algumas hipóteses para muitos Nele acreditarem. O primeiro motivo é a dificuldade que o ser humano tem em enfrentar a solidão. Vi a frase do Sartre no Chicoteia (“Deus é a solidão dos homens) e me lembrei de um poema de Drummond,“Noturno”, onde o eu-lírico é um garoto que, ao ir deitar-se, pede “abenção” aos pais repetidamente para saber que não está sozinho; os pais respondem até perderem a paciência e acabam reprimindo o garoto. A última estrofe é a seguinte:

“(…)
Que noite mais comprida desde que nasci.
Viajando parado. O escuro me leva
sem nunca chegar. Sem pedir abença
como vou saber que não vou sozinho?
Que o mundo está vivo? Abença papai,
abença mamãe. Mas falta coragem
e peço pra dentro. Dentro não responde.”

Quando li isto, me lembrei da primeira dificuldade que passei depois de me tornar atéia. Falei: “Ai, meu Deus, bem que Você… Peraí, tá lôca, Deus não existe. Se Ele não existe, estou só”. Tive uma sensação de solidão terrível e também tive uma noite comprida. Isto é a reação o indivíduo que se depara com a realidade : o “eu e o mundo” e nada mais. A partir da leitura de “Noturno”, entendi o melhor o que significa ser gauche. Por diversos motivos, eu sou gauche, você, Poke, é gauche. Alguns nos desdenham, outros se abalam com algumas idéias e se alienam ainda mais por quase concordarem conosco, outros tentam nos converter e por aí vai. Se tem gente que não leva a sério o fato de Drummond ser ateu, o que será de nós, pobres mortais?

Segundo motivo: a humanidade não está preparada para encarar a liberdade e diversidades culturais. Creio que o mundo é movido pela vontade humana e a crença em Deus é um grande inibidor de vontades. Vontades boas ou más, não importa. “Se você fizer isso, Deus castiga”; “Isso é pecado”. É só lembrar dos Sete Pecados Capitais; se, por exemplo, alguém quer comer até enfartar qual é o impacto disso para o resto da humanidade? Se “A” quer cobiçar a mulher de “B”, …?, quem sabe os três entram num acordo: de segunda a quarta a fulana fica com “A”, de quinta a sábado com “B” e de domingo ela vai para a balada sozinha. Se não somos nenhum dos três envolvidos, temos algo com isso? Não matar é apenas questão de bom senso, esperteza, alguém gostaria de estar andando e vupt!, já era? Claro que não, portanto um consenso foi o óbvio.

O terceiro motivo é ter para quem empurrar responsabilidades. Se se pode falar: “É pobre porque Deus quer”, “Morreu porque Deus quis”, “Essa foi a vontade de Deus”, “Isso é castigo de Deus, a gente não pode fazer nada”, “Deus escreve certo por linhas tortas”, por que alguém se preocuparia com a miséria alheia e/ou com fracassos pessoais? Mas não serei injusta, se algo que naturalmente daria certo, dá certo, alguém agradece: “Graças a Deus!”.

Também há aqueles que acham bonitinho acreditar em Deus, anjos, arcanjos, santos… Outros querem se garantir: “E se Ele existir de verdade? É melhor não arriscar”.

Quanto às manifestações paranormais, certa vez vi um documentário sobre um mágico que enganou uma equipe de psicólogos paranormais de uma universidade norte-americana por três anos, ele não agüentou mais e resolveu contar à equipe que estava pregando uma peça e mostrou como criava suas “manifestações paranormais”. Há pouco tempo, ouvi um caso de uma mulher que olha para as pessoas que vão procurá-la e começa a dizer nomes de pessoas e fatos que estão relacionados às últimas. Creio que essa mulher tenha alguma sensibilidade às ondas celebrais ou seja lá o que for. Afinal, nosso cérebro emite impulsos elétricos que de alguma forma são decodificados pelo organismo. Hoje saiu na folha que “Cientistas suíços e espanhóis estão desenvolvendo uma cadeira de rodas controlada pela mente, a fim de dar mais independência a pessoas com capacidade de movimento muito limitada, como pacientes com paralisia”. Mágica? Tecnologia alienígena? Atividades Poltergaist?

Respeito visões diferentes da minha, não me importo se as pessoas acreditem nisto ou naquilo, não me sinto ofendida quando dizem “Deus te abençoe”, “Fui na igreja e pedi por você”, e etc porque estão desejando, a maneira deles, uma coisa boa, e até agradeço. Só não admito que atribuam minhas conquistas a “Ele”. “Graças a Deus”, “Foi Deus quem te iluminou”… uma vez tudo bem, duas, suportável, três, no limite, quatro: “Se Deus tivesse algo a ver com isso, não precisaria ter feito nada, apenas esperar que ele fizesse.” Sabe aquela epidemia de cegueira branca? Estamos precisando de uma destas.

Não posso dizer que a minha verdade é Absoluta, da mesma maneira que aqueles que acreditam em Deus também não podem dizer que estão corretos. É esta minha maneira de ver o mundo e me sinto mais sincera comigo sendo cética e atéia.
Mas os crentes têm razão, falta algo na vida dos ateus e dos céticos: “paranóia ou mistificação?”

25 comments

  1. oProfeTa!
    É, cada cabeça uma sentença!
    Só sei de algumas coisas; quando a coisa aperta sempre procuramos algo superior para nos ajudar ou mesmo nos justificar!!
    Outra, Deus não castiga! Ele indica o melhor caminho, segue quem quer (livre arbítrio), só que toda decisão tem suas implicações! E as consequências do caminho contrário ao indicado por Ele nos levam a dor… Mas a intenção Dele não é fazer-nos sofrer, muito pelo contrário!!! Sofremos porque somos seres pequenos e arrogantes, a ponto de negar nossa condição!!!
    Ta, ta, ta… Parei!!!!

  2. Beleza, beleza. A teoria dela nao eh muito original. Ja foi dita diversas vezes, Marco, inclusive nos comentarios daquele outro post seu. Essa eh uma justificacao psicologica da necessidade de Deus. Entretanto, psicologos geralmente nao concordam em quase nada. Cada um segue uma teoria diferente, algumas que se complementam outras que se antagonizam. Discutir necessidade psicologica nao eh igual discutir o fato real. Uma crianca precisa de sua mae. Isso nao quer dizer que ela exista. Mas tambem nao quer dizer que ela nao exista.
    E vc ainda nao respondeu meu questionamento sobre a falta de probabilidade da evolucao (segundo Darwin) ter acontecido…
    Se alguem quiser ajudar…

  3. E aí, Marcurélio, quanto tempo que não trocamos e-mails.
    Mas que texto bem escrito esse da Isabel!
    Agora, disso tudo que tem sido discutido aqui, o que eu tenho a dizer, da forma mais sintética que consigo escrever, é que Deus, ou algo que se possa chamar assim, talvez exista de uma maneira muito diferente do que a gente aprendeu, ou imagina!
    Talvez entre nós, seres humanos, e uma possível existência chamada Deus, existam muitos níveis intermediários de existências, de níveis de ser.
    Aos quais só poderemos, quem sabe, ter acesso se, de alguma forma, conseguirmos elevar o nível de nosso próprio ser. E isso deve ter muito a ver com um certo ‘despertar’.
    Quem sabe não é uma ‘pista’ para se descobrir algo novo?
    Eu acho muito legal discutir sobre esses assuntos, especialmente quando leio coisas como as que você ou a Isabel escrevem…

  4. Fácil falar,a gente fala com a razão racionalmente, eu cheguei a por um revolver na cabeça uma vez doisão, e não consegui atirar,o que me veio na cabeça na hora foi uma coisa que mainha me falou quando era garoto: Que o único pecado que não tem salvação é tirar a própria vida,nem sei se é verdade mas fiquei com medo, medo mesmo,de ir pro infeno católico que contam prá gente quando se é pequeno, medo de não ter uma segunda chance.
    Na hora do “vamo vê”, do “vem cá que eu também quero”,muitos caras cagam fino e pedem perdão a deus…foi um feladaputa a vida toda, depois de velho quando vê que vai morrer, chora!
    Não sei se existe se não existe, quem tem as respostas…nem quero saber na hora eu vejo!

  5. Ciência, Religião, Arte e Filosofia são os quatro ramos do conhecimento pelos quais o homem procura conhecer o mundo que o rodeia. Através da Ciência o homem busca o conhecimento objetivo e material do Universo. Através da Religião o homem perscruta o infinito subjetivo. Através da Arte procura as belezas da criação e através da Filosofia tenta situar-se em todo esse conjunto. Como vemos, são quatro ramos que se completam, cada um oferecendo possibilidades diferentes, de modo que, juntos, permitem um conhecimento total, ou seja, o conhecimento dos vários aspectos do Grande Todo.
    Entretranto, na prática, esses quatro ramos se acham dissociados. Quem cuida da Ciência não pensa em Religião; quem se dedica à Arte não se lembra da Filosofia, de tal modo que, afinal, ninguém chega a ter o conhecimento composto do Universo ou daquilo que poderíamos chamar ¿ a Verdade. Contentando-se cada ser humano com uma parcela de conhecimento e formando cada qual a sua idéia do que seja a Verdade, fazem com que surjam inúmeras idéias diferentes, fragmentos ou parcelas da Verdade, que em pouco tempo se transformam em conceitos dogmáticos, muitas vezes contraditórios, que colocam o homem num caos, numa confusão de verdades, meias-verdades e mentiras, confusão na qual dificilmente se pode distinguir uma das outras. É o que acontece nos dias de hoje. Nota-se uma imensa fragmentação do conhecimento humano, uma desastrosa falta de unidade…. E, dia a dia, as coisas pioram com o aparecimento de novos ramos da Ciência, de novas seitas religiosas, de novas escolas artísticas e filosóficas. Essa multiplicidade de campos que se abrem à mente humana em ritmo crescente, ao invés de concorrer para o alargamento da Visão e da Sabedoria do homem, contribui, indubitavelmente, para aumentar a confusão, o caos mental em que ele mais e mais se afunda ao tentar desesperadamente sair dele, como se estivesse num intrincado labirinto. Falta-lhe o Fio de Ariadne!… um fio que ligue todos os conhecimentos, evitando que eles se dispersem ao tomar direções opostas.Este é o mal de todas as civilizações decadentes, quer no presente, quer no passado: a dispersão, a fragmentação, a desagregação do conhecimento, que por si só explicam a razão de não ter, até hoje, a humanidade alcançado o conhecimento perfeito do universo e da vida, porque, apesar de existir há tanto tempo, o homem ainda não compreendeu a razão da existência.

  6. Ausência de evidência não é evidência de ausência.
    Não sei onde vi esta frase, mas acho que se aplica aos assuntos abordados até agora.
    Outra coisa, acho que a religião (todas) foram “inventadas” com um único propósito: controlar o homem.
    No passado, o fato de vc fazer alguma coisa ruim e “ir para o inferno” ou qualquer outro lugar dava ao líderes religiosos um grande poder.
    Hoje isto não tem mais efeito.
    “Se Deus existe porque ele não me dá um belo exemplo de sua existência. Como por exemplo: abrindo uma conta milionária na Suiça em meu nome” Wody Allen
    “Por que Deus não fala comigo? Se Ele ao menos tossisse?”

  7. Se eu quiser falar com Deus
    Tenho que me aventurar
    Tenho que subir aos céus
    Sem cordas pra segurar
    Tenho que dizer adeus
    Dar as costas, caminhar decidido
    Pela estrada que ao findar vai dar em nada
    Nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada
    Nada, nada, nada, nada do que eu pensava encontrar

  8. Izabel, foi muito bem colocado. Realmente você tem argumentos bem fundamentados, mas já procurou pensar em algumas situações extremas onde o “Só não admito que atribuam minhas conquistas a “Ele”.” pode ser altamente questionável?
    Se você se destacou no seu trabalho, não foi Deus. Foi o seu esforço.
    Se você escapou de uma batida de carro, não foi Deus, foi a sua habilidade na direção.
    Se você está em uma situação limite, onde as coisas fogem totalmente ao seu controle, onde fatores externos e “aparentemente” aleatórios (além de complexos, já que são muitos fatores juntos) acontecem inesperadamente de uma maneira que te livra de uma desgraça imensa sem que você pudesse fazer nada para mudar a situação você chama do quê? Sorte? Não sei não, hein…
    Agora, se você tem um filho e dá tudo o que ele quer. Seria uma boa educação? Ele seria um adulto responsável ou não veria limites e agiria como uma criança mimada quando não conseguisse algo de mãos beijadas? Será que uma criança tem o conhecimento suficiente para saber o que é bom ou ruim para ela? Será que conseguir as coisas sem esforço nenhum seria uma coisa boa? Teríamos mérito nisso?
    É o que penso em relação ao ““Se Deus tivesse algo a ver com isso, não precisaria ter feito nada, apenas esperar que ele fizesse.” “.
    Mas é só minha humilde opinião…

  9. SENSACIONAL este texto. Acho que é um dos que melhor definem uma posição sensata em relação à religião e ao ceticismo religioso. Muito bom mesmo. Meus parabéns, Isabel.
    Lembrei-me agora de Antonio Ambujamra, em sua peça Mephistópheles (em cartaz na Fiesp) que diz uma frase que eu achei fantástica, e que consegue resumir tudo isso: “O homem inventou Deus para que pudesse viver sem se suicidar”. A peça é baseada no Fausto, do Goethe, mas não sei se a frase veio do livro ou da adaptação.
    PS: Tomei a liberdade de colocar este texto no meu blog, que discute religião e preconceito. Com os devidos créditos, claro. Caso tenha algum problema, ou desconforto, por favor avise que eu tiro.

  10. Perfeito Isabel. Só acho que ceticismo, religioso ou de qualquer ordem, são uma outra maneira de nos tornar cegos. Não quero provar nada, não sou pregador, não imponho nada a ninguém; sei de mim, os outros que vivam suas vidas. Mas, tenho provas que vieram pra mim (e vêm ainda) de que algo existe. O que é depende da sua interpretação do mundo, pra você talvez fosse apenas uma “surfada em ondas eletromagnéticas cerebrais”, mas eu sei o que vejo e ouço. Não quero fazer nenhuma colocação de cunho doutrinário, longe de mim. Só sei o que vejo. E vejo, e ouço. E acredito naquilo que parece mais lógico. Por hoje. Serei inteligente se daqui um tempo mudar minha forma de pensar para algo mais palpável. Você sabe que fechar-se para o Mundo é das maiores burrices que pode-se cometer, pobre coitado aquele que não muda sua maneira de pensar quando acha necessário por puro orgulho, ou coisa que o valha. Torna-se um pobre de espírito (sem conotações religiosas).
    O texto está muitíssimo bem escrito e me fez atentar para essa maneira de ver as coisas, mas eu enxergo de outra forma. E sei o que vejo, acredito nisso.
    Parabéns pelas companhias, Marco.

  11. Já me chamaram certa vez de prepotente por pensar assim. É mais ou menos como o Thiago aqui em baixo diz que é uma questão de orgulho. Eu não me sinto melhor ou pior por acreditar ou deixar de acreditar em algo. Nem mais ou menos poderoso. Nem mais ou menos orgulhoso. É uma questão de como eu enxergo as coisas. Por exemplo, prefiro ver que o mundo está péssimo porque nós o deixamos péssimo, do que achar que Satanás está corrompendo os homens (a não ser que Satanás seja o próprio homem em sentido figurado). E experiências pessoais com a religião (ou com a falta dela) só existem porque nós acreditamos nestas experiências. Pra mim Deus não existe porque eu não acredito nele, e por isso eu jamais presenciei nenhuma manifestação divina, porque pra mim elas não existem. E para o Thiago, por exemplo, diz que o vê e o ouve porque acredita que Deus está aparecendo e falando para ele. Quem de nós pode dizer até onde vai o psíquico humano e a partir de onde começa o divino, considerando que este existe? Ninguém. Portanto não nos chamem de orgulhosos ou prepotentes só por não acreditarmos em algo que vocês julgam coerente. Mesmo porque nós não chamamos vocês de ingênuos só por acreditarem em algo que não acreditamos. Respeito a outras crenças também abrange as crenças que não acreditam, e prepotente é achar que somente aquilo em que acreditamos está certo.

  12. Assim como no último post do Marco Aurélio que eu li, eu PRECISO compartilhar uma coisa:
    Não consegui terminar de ler este post após essa parte:
    “Creio que essa mulher tenha alguma sensibilidade às ondas celebrais
    O tema é sério para piadas, mas “celebrais”???
    Ela é fã do cebolinha ou o que?
    Observem que a distância entre as teclas “l” e “r” no teclado impossibilita a hipótese de um erro de digitação.

  13. Cê não manja nada. É que as ondas são célebres. Ou então elas estão felizes e celebram a sensibilidade de sua dona.
    Porra, nego não perdoa nada. Erro de digitação e ignorância não são os dois únicos motivos para erros ortográficos. Uma vez eu estava escrevendo um e-mail (detalhe: para todos da empresa), quando alguém do lado começou a falar de um poço, sei lá por quê. Nem tava prestando atenção. Só que no e-mail saiu: “Eu poço ajudá-los se for necessário”. Meu chefe liga no meu ramal: “AÊ, POÇO DE IGNORÂNCIA!”

  14. Eu tenho um amigo que é ATEU pra garantir..
    Ele diz assim: “Vai que eu morro e encontro Buda! Melhor não adorar deus nenhum que adorar o deus errado!”

  15. Concordo com o Giggio. Neste texo não há nada de novo. Bem escrito, é verdade, mas é mais um texto que elimina hipóteses, por exemplo, a da existência do espírito. Por que ligar isso sempre à religião. Escrevi ontem um post onde disse: uma vez verificada cientificamente a existência do espírito (Vcs já pensaram na hipótese disso ser um fato?), questionamentos religiosos e filosóficos são apenas conseqünecias.
    O texto da Isabel dá outro exemplo do que escrevi no meu post:
    “Creio que essa mulher tenha alguma sensibilidade às ondas cerebrais ou seja lá o que for. Afinal, nosso cérebro emite impulsos elétricos que de alguma forma são decodificados pelo organismo.”
    Este trecho demonstra aquilo que falei. Às vezes criamos teses que podem ser tão “difíceis” de acreditar quanto a da existência do espírito. Acreditando em uma hipótese dessa, pq não acreditar na possibilidade da existência do espírito? Simplesmente pq já se parte do princípio que ele não existe? E se existir mesmo? Vamos ignorar fatos?
    Quanto a Deus, tenho minhas crenças, muito diferentes daquelas de muitos religiosos, mas acho que ningùém tem capacidade para defini-lo, seja lá o que for esse tal de Deus.
    O que torna díficil o debate às vezes são posicionamentos que passam a idéia de um deus personificado e que comanda nossas vontades. Frases do tipo “Deus castiga”, Deus isso, Deus aquilo, realmente eliminam qualquer possibilidade de raciocínio lógico. No entanto, quem analisa Deus ou o espírito levando em conta essas afirmações está tendo uma visão parcial da coisa e não faz uma análise abrangente, pois ignora hipóteses achando que todos os que acreditam em Deus ou espíritos são desprovidos de inteligência. Um equívoco, na minha opinião.
    Abraço!

  16. Legal, sou meio a favor disso tudo pq eu tb não tenho religião e sempre achei ridiculo essas de “ah foi a vontade de Deus” “Graças a Deus” etc… as pessoas usam isso como desculpa para encobrir os próprios erros, enfim, já na parte paranormal, acho meio dificil alguem poder ter “sensibilidade as ondas cerebrais” meio estranho…mas tipo
    Não poderia deixar isso passar em branco uhahaua meu, olha o que eu notei bem no meio do texto:
    “…Há pouco tempo, ouvi um caso de uma mulher que olha para as pessoas que vão procurá-la e começa a dizer nomes de pessoas e fatos que estão relacionados às últimas. Creio que essa mulher tenha alguma sensibilidade às ondas ->CE”””L”””EBRAIS

  17. Economia da língua, lei do menor esforço e outros elementos da filologia românica e da linguística justificam o “erro” na palavra ‘celebrais’; notem que independente destes catedráticos chatos, insuportáveis, lançarem a tempestade sobre um desvio leve do vocabulário culto (que estes imbecis julgam cultos) a língua continuará evoluindo. Podem espernear, gritar chorar que a lingua mudará, evoluirá e este texto da Isabel G. continuará belo, bem escrito, embora os signos verbais entendidos como código ou uma espécie crontrato social continuem mudando. Estes chatos não tiveram a inteligência de abstrair a arte, a opinião, a obra como um todo e julgaram o mínimo.
    Notem como a língua evoluiu, não falamos latim a mais de doi mil anos, e por favor colegas não se apoiem em gramáticos como Pasquale que julgam a lingua um objeto morto, a lingua é viva e fica-nos a arte da linguagem, é isto que a Isabel faz em seu texto diante de um tema complexo.
    Amigos, percebam, pelo amor de ‘Deus’, que este texto não nos dá um fechamento diante de um fato, torna-o imortal, aberto, permite diversas posições diante de um fato, e várias conclusões; eis a arte poética em alto grau.
    Notaram as citações de Saramago, de Drummond, qual motivo teríamos para negar a arte da Isabel por motivos tão pequenos como ‘celebrais’ e ignorarmos a grandeza da obra em si.
    Obs* Metaplasmo: note fenômeno denominado dissimilação consonatal regressiva parcial Ex: quinque>cinco; hariberque>albergue; pílula>pírula (pop); melimelu>marmelo; ou anima>anma>alma; ou cerebral>celebral.(do latim vulgar ao portugues) popular “vivo”.
    Prof.J. Marques
    Artista Plástico.
    Prof. de Português e Inglês.
    Pós-graduando em Literatura.

  18. Acho as idéias da Isabel, embora bem escritas, eivadas de clichês sobre religião, supostamente legitimados por citações interessantes (o beócio stalinista Sartre e meu querido Drummond). Faria bem à moça e a ateus em geral ler gente como Chesterton e Anthony Burgess -não para ser “convencidos” de nada, longe disso, mas para ver que gente que optou pela religião pode ter mais neurônios do que eles supõem e até interessantes argumentos favoráveis à sua causa. De resto, fico com o Alexandre Soares quando ele diz que ateus substituem, na sua sala mental, a idéia de Deus pela imagem do Paulo César Pereio pelado, tomando uísque. Se vocês curtem um “Pereio mental”, fiquem à vontade. Beijos e abraços.

  19. Sabe no que eu acredito? Numa energia, numa força sem explicação, que cerca tudo e todos. E cada um dá um nome, uma explicação. Quando era pequena a professora terrorista de religião disse que quem não se comporta-se ia pro inferno(naquela época a gente era tolinho…). Ouvi da minha avó a melhor explicação da minha vida… que um dia um homem pegou um balão e foi ao céu, não encontro nada…cavou e foi ao centro da terra e não encontrou nada…
    Que tudo sempre está dentro de nós e de nossas atitudes…e, depois de mais de 20 anos ainda penso nisso, que religião e deus são conduta, estão em como somos para o mundo…
    Tá ai…É só ser bom, pq religião ou deus nenhum dá permissão prá ser sacana(e é isso ki fazem hj com as religiões permissão prá ser fdp e garantir um lugar no céu)
    Beijos

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