Amigos

Em dezembro de 2001, meu amigo Vitor Hugo mandou um e-mail para todos nós, os velhos amigos, que fez muito marmanjo chorar. Estava eu agora, ano e meio depois, organizando minha caixa de emails, e encontrei a mensagem dele e todas as respostas subseqüentes. Nem preciso dizer que tô chorando que nem uma puta arrependida na porta da igreja.
Uma das respostas foi minha. Eu pensei em postá-la aqui, porque expressa tudo o que eu sinto pelos meus amigos tão queridos. Aí pensei: Melhor não, o JMC não é pra isso, não é pra ficar de babação de ovo com uns e outros. Então pensei melhor: Foda-se. É meu blog. E no meu blog eu falo do amor que tenho pelos meus amigos o quanto eu quiser.
Muitos amigos novos surgiram de 2001 pra cá, portanto não estão incluídos no texto. Mas saibam que o sentimento que dele emana serve para vocês também, seus putos.

Todos são meus grandes amigos, desde a Fabi que eu conheço há menos de um ano até a Ana Cristina, com quem convivo há longos 24 anos. E com todos tive momentos legais: a Fabi me fazendo de besta dizendo que era virgem quando a conheci (filha da puta!). A Eliana quando levei o primeiro susto ao ver o quanto havia emagrecido, e agora todo dia é um susto: Eliana, cê vai acabar sumindo, mulher! A Angela, que me auxilia no grande objetivo da minha vida, que é irritar o Loxinha, Angela que ficou assustadíssima quando me conheceu. A Jô que, graças a mim, será nossa eterna VAGABUNDA. A Jeniffer, mulher mais filmada e fotografada numa única festa, Jennifer que foi a primeira a ter coragem de dizer “Quando é que você vai voltar a viver, porra?” quando tive minha bunda chutada. A Denise, que devia nos achar um bando de pirralhos quando nos conheceu, e deve achar o mesmo até hoje, porque é o que somos mesmo, Denise que adora me ver de cueca.
Aí vem a Loira. Puta que pariu. Brigamos toda semana, mas não tem problema, porque trocamos declarações de amor todos os dias. Essa Loira que tem o objetivo consciente de ser uma pessoa melhor sempre, e se já é tão amada por nós assim, imagine melhorando. Tudo isso e ainda é uma gostosa. Loira, nós te amamos. Vê se aparece com aquele shortinho um dia desses.
E agora fode tudo porque vem essa galera que eu conheço há onze anos e ainda estão comigo, contrariando toda a lógica: A Andrea, que é uma sobrevivente e também uma retardada, ambos adjetivos no bom sentido. A Drix, que me fez perder um tempão apaixonado por ela, puta merda, mas acabou se tornando uma grande amiga. A Catchu, que numa noite de ano novo eu fiquei bêbado na casa dela e acabei falando na frente da família que ela dava a bunda (nem sei se dá. Dá, Catchu?), uma amiga que suportou minhas lamentações por séculos, deve ser por isso que não manda mais notícias. A Fabi Domanoski, que é a pessoa mais inteligente que eu conheço, e que adora casar, além de ter dado ao Zezinho o apelido de Zezinho. O Gayzão, que casou, virou pai e sumiu, mas continua o mesmo Gayzão de sempre, com beiços enormes e coração maior ainda. O Marcio, outro responsável pai de família, que é o cara com quem sempre se pode contar, além de ter tido o casamento mais divertido do mundo. O Joe, que é o protótipo do filho da puta, sempre sacaneando todo mundo, moleque do caralho. O OTP, que dispensa apresentações, sua fama fala por ele, e é grande a sua fama, além de ter a voz da Nair Belo. A Graziela, que namora o OTP há mais de oito anos, porque depois dele homem nenhum teria graça mesmo. Ah, casamento dos dois em março, show! A Janice com seus peitos turbinados pela natureza, uma ex-bêbada mas permanente porra-lôca, que chora sempre que ouve “Todo Sentimento” do Chico Buarque, vai Jã: “Preciso não dormir/Até se consumar/O tempo/Da gente”. O Fleury, meu companheiro escritor, genial, brilhante, grande amigo, que sacaneava o Camarão na miúda pra não perder a carona. O Zezinho que, entre outras coisas, me arrumou até emprego, um desgraçado que apareceu no segundo ano não se sabe de onde e desde então anda com a gente, nosso emissário do inferno. O Vitor Hugo que sumiu por milênios, mas voltou para nos encher o saco, o que era inevitável, e que foi comigo pra trás da moita, que é uma história comprida. O Tonon, velho companheiro de viagens, o homem que fala várias línguas mas não adianta muito, porque só ele entende, e que sai de Pirituba toda semana pra ir me visitar no Jardim Três Marias, e que está chorando nesse exato momento, te conheço, Denis Tonon! O Risadinha, que era um ser detestável no primeiro ano mas tornou-se um cara legal quando contou a história do dadinho de amendoim, tentamos há onze anos nos livrar um do outro, sem conseguir, ainda bem. O Loxinha, que é um cara nervoso e isso é muito legal, e que me acudiu quando eu vomitei na frente da janela do Grupo Sergio da Rua dos Trilhos, além de imitar o Tim Maia pra me animar quando eu levei porrada. O Loxão, nosso soldado, que uma vez bebeu tanto que eu até precisei dar uma aspirina pra ele, e depois fiquei chorando, bêbado é uma raça do caralho mesmo. O Lelê, desde sempre meu amigo, que uma vez descobriu que eu tinha passado por problemas nos rins quando era criança, usando apenas um pêndulo pra isso, e que é o campeão mundial de rompimentos e reatamentos de namoro, estando agora noivo e mocinho casadoiro, Lelê que encerra esse parágrafo por ser uma espécie de resenha do que significa amizade na minha vida.
Faltaram dois? Pois é, irmão a gente não escolhe, mas os irmãos que eu tenho é como se eu tivesse escolhido. O Beto, que era pra se chamar Lindauro Junior, Ricardo ou Eduardo, mas que acabou sendo Roberto graças à minha teimosia, nasceu com cara de japonês e um olho menor que o outro, que fez tratamento de fonoaudiologia comigo (reparem que quando ele fala qualquer palavra com um “r” no meio dá uma vacilada, vai falar “prato” e fala “p’rato”, feito meu pai que vai falar “biblioteca” e diz “blinbiowtenwka”), que acabou virando maluco pra não ser um nerd feito o irmão mais velho, no que fez muito bem. E a Cristina que, se dependesse de mim seria Relssona, mas acabou virando Ana Cristina por causa da diplomacia do meu pai (eu sabia que ele preferia Ana Paula, por isso escolhi a outra opção, pra vocês verem como eu era já aos dois anos de idade), meu pai que endoidou quando ela nasceu e saiu gargalhando e distribuindo balas pela rua, que eu ensinei a andar e ela em troca me ensinou a amarrar o cadarço (mal e porcamente, porque até hoje não sei fazer essa merda direito), e que agora, quem diria, vai casar, estou mesmo ficando velho.
A todos vocês um beijo meu, o cara que virou depressivo e ateu, mas que mantém a fé na humanidade graças aos excelentes exemplares de seres humanos que são vocês, meus amigos.

8 comments

  1. oi, não te conheço, mas espero que seja por enquanto, por que me amarrei, na page.
    e nos posts, claro!amigos assim são os que eu mais tenho, muitcho loucos, mas que merecem toda a nossa atençõ,inclusive perder o maior tempo e energia fazendo um post sobre eles.
    parabéns pelas amizades! vou te colocar nos meus visite também: pode ser?
    beijos. até a prox visita.

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