Para um grande amigo

E agora, meu velho? Toda aquela solidão que você cultivou, todas aquelas muralhas com as quais você fortificou sua cidade, toda aquela carapaça que você desenvolveu, e agora? O que fazer de tantas defesas? De um só golpe ela derrubou tudo e mostrou ao mundo (e talvez um pouco a você próprio) quem você realmente é. Confesse: Quando a viu chegando, tão miúda, pisando tão de mansinho, você sequer imaginou que ela seria capaz de causar tamanho estrago. E no entanto aí está você, vendo a luz depois de tanto tempo. Seus olhos piscam mais do que é de seu costume, e você sorve a novidade desse novo mundo desconhecido.
E agora, amigo? O que fazer com essa felicidade que de repente lhe invadiu o peito, o que fazer com essa súbita vontade de gritar coisas bonitas? Quem é esse novo homem? Como explicar essa revolução ao povo que assiste, atônito, ao seu renascimento?
E agora, e agora? Que sorriso besta é esse na sua cara? Que senso de humor leve é esse, meu velho?
E agora? Oras, foda-se! Eu vejo a mudança acontecendo, e fico feliz de uma forma que eu não ficava há muito tempo. Porque você, meu amigo, finalmente resolveu pegar seu remo e vir nos ajudar. Agora rema, desgraçado.
E agora?
Agora é que são elas…

20 comments

  1. Olá, Marco.
    É mesmo difícil, né?? Agora que você já tem todo o disfarce de que precisava pra se esconder, vem alguém e te expõe. Mas não há de ser nada, meu velho. Siga os seus “foda-se” e seja você mesmo, com ou sem barreiras e esconderijos.
    O humor leve? O sorriso besta no rosto? Os pensamentos brancos e doces e aquela vontade de dizer/escrever coisas bonitas? Acho que a gente agüenta!! Hehehe
    Bem-vindo ao mundo dos “bobos”!!
    See Ya

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